Ano novo é tempo de pensar em novas possibilidades

Fazer um balanço do ciclo que passou, elencar pontos positivos, rever os negativos, estabelecer prioridades e traçar metas possíveis fazem parte do caminho para alcançar seus objetivos

por Laura Valente 08/01/2018 14:28

Jair Amaral/EM/D.A Press
As amigas Nathalia de Ávila Duarte, terapeuta, e Fernanda Rodrigues Prates Paiva, garçonete, pretendem empreender mudanças e realizar pequenos sonhos neste ano que se inicia (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Já fez sua lista de intenções para 2018? O Bem Viver deu uma volta pela cidade para saber o que está nos planos de pessoas como o fotógrafo Fernando Roger Silva Luciano, a estilista Alessandra Marques, o psicólogo Johann Frederico Ravnjak, os músicos Giselle Nayra Lima e Ialysson Oliveira, a professora aposentada Marli Campos, o trio de ciclistas Naomi Orton, Naone Lopes e Laís Martins, e as amigas Nathália de Ávila Duarte e Fernanda Rodrigues Prates.

Entre os desejos, projetos como viajar, estar em família, trabalhar menos, fazer o que ama, visitar um filho que mora em outro país, pedalar mais, ter tempo de sobra com os amigos, conseguir equilibrar a rotina de tarefas e a vida social, vencer o desemprego, fazer aula de teatro, adotar hábitos saudáveis, dançar muito. Trata-se de desejos comuns, simples, realizáveis, mas que, muitas vezes, acabam ficando em segundo plano, caindo no esquecimento com o passar dos dias, sendo substituídos por problemas mais urgentes ou mesmo pela procrastinação, o que pode gerar frustração e falta de esperança. Mas não precisa ser assim!

Segundo especialistas em comportamento, o famoso ritual que inclui o balanço do ano anterior e uma lista de intenções e projetos a serem realizados no ano novo é necessário, saudável e pode, sim, ajudar cada um a ficar mais próximo dos objetivos e a realizar sonhos. Para conseguir cumprir as metas, ferramentas como exercícios de autoconhecimento, pensar no propósito de vida e traçar projetos a curto, médio e longo prazos fazem parte do caminho. Outra dica é analisar o próprio perfil para identificar potenciais e, em caso de haver insatisfação com algum hábito ou comportamento, levar em conta o fato de que toda mudança também envolve coragem para superar perdas e sair da zona de conforto. Preparado?

A seguir, conheça dicas de profissionais de coach, psicólogos e psicanalistas para seguir em frente e ser bem-sucedido nesta nova jornada de possibilidades.

O que você realmente quer?
Quem entende do comportamento humano afirma: priorizar uma lista de desejos no lugar de focar nas insatisfações é o primeiro passo para se movimentar em direção à concretização dos sonhos

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O fotógrafo Fernando Roger Silva Luciano, de 32 anos, diz que sempre repete o mesmo ritual: faz um balanço do ano que passou e projetos para o novo período (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

“Entra janeiro e faço o mesmo ritual: um balanço do ano que passou e projetos para o novo período. Procuro ficar sozinho, pensar no que foi positivo e negativo, celebrando o que deu certo e aprendendo com os erros. Nesse exercício, reavalio projetos de longo prazo e defino metas. Foi assim que, em 2017, mudei de carreira, deixei de ser líder de produção em uma empresa para me tornar fotógrafo freelancer”, conta Fernando Roger Silva Luciano, de 32 anos.

Mas, afinal, essa história de planejar o que deve ser realizado no ano que se inicia é mesmo importante? Channa Vasco, mentora de coachs de carreira e gestão de pessoas, garante que sim. “Janeiro é uma oportunidade para reflexões, para pensar no que funcionou e no que não deu certo, em novas possibilidades de desenvolvimento pessoal e profissional.” No entanto, registra, nem sempre promessas como emagrecer ou mudar de emprego dão certo, são concretizadas, principalmente se o indivíduo não foca a questão prática, que nada mais é que o como fazer isso para conquistar aquilo. “Só a intenção, só o querer não bastam. Ninguém vai ficar rico por ter vestido amarelo no réveillon”, brinca.

Claudio Cunha/Divulgação
"Janeiro é uma oportunidade para reflexões, para pensar no que funcionou e no que não deu certo, em novas possibilidades de desenvolvimento pessoal e profissional" - Channa Vasco, mentora de coachs de carreira e gestão de pessoas (foto: Claudio Cunha/Divulgação)
E reforça: “É preciso aprender a usar o cérebro a nosso favor para, então, agir e buscar alcançar os desejos”. Como? Segundo a coach, trata-se de um processo complexo, individualizado e cujo desenvolvimento é facilitado com o auxílio profissional. No consultório, Channa propõe aos clientes a reprogramação mental baseada em ferramentas que reúnem técnicas de diversas ciências e áreas do conhecimento, como psicologia positiva, programação neurolinguística (PNL) e gestão de pessoas. É justamente com base nelas que sugere algumas dicas para potencializar as chances de sucesso da famosa lista de ano novo. “Para começar, preste atenção nos seus pensamentos, pois todos eles desencadeiam emoções que, por sua vez, levarão a ações que são imprescindíveis para a realização de projetos”, afirma.

Ainda neste primeiro momento, ensina, é preciso colocar desejos à frente das insatisfações, e não o contrário. “A maioria chega ao consultório falando sobre o que não quer mais e desconhecendo o que quer, sem, portanto, ter objetivos definidos. Precisamos lembrar que não consigo agir sobre algo de que não tenho consciência. Então, é preciso refletir sobre o que você quer.”

SER E TER

A profissional também chama a atenção para a confusão entre os conceitos ter e ser, o que interfere negativamente na realização de projetos. “Muitas vezes, em nome do ter, da posse, do consumo nos esquecemos de nossa essência, do que dá prazer. Pra que quero ter o carro do ano ou um apartamento de luxo se o trabalho por meio do qual pagarei pelos bens não faz sentido pra mim? As pessoas querem, mas se esquecem de que, antes do ter, é preciso ser. Ser feliz com o que se faz ou se capacitar, esforçar-se, tornar-se um profissional e uma pessoa melhor para conquistar o almejado”. E justifica: “Essa lógica invertida gera frustração e doenças como estresse e depressão, já que em 100% do tempo o indivíduo faz coisas que não quer apenas para satisfazer à necessidade do ter enquanto, em verdade, precisa é de clareza para buscar ações que levem, de fato, à materialização dos sonhos”, afirma a coach.

Nesse sentido, ela acredita que a famosa lista de intenções de fim de ano é uma ferramenta útil por trazer essa definição, já que leva o sujeito a pensar no que deseja e a elaborar estratégias para chegar lá. “Por isso, ela deve ser escrita e consultada sempre, a fim de que cada um se lembre do que definiu e avalie o que tem feito para dar sequência aos novos projetos”, ressalta.

• Calcule as perdas

Definiu o que quer e as ações que deve empreender para chegar lá? Ótimo, mas para aumentar a chance de ter sucesso no trajeto também é necessário calcular “as pedras do caminho”, como frisa a psicanalista Fabiana Cerqueira. “A virada do ano pressupõe, sim, sentimentos de mudança, de renovação, de novas tentativas. Esse movimento de um ciclo novo colabora para as pessoas acreditarem em fazer diferente para conquistar o que gostariam de ser ou de ter. Contudo, há dificuldades no processo, já que qualquer projeto exige ter foco, saber priorizar, lembrar que a realização, geralmente, leva tempo – o que gera desconforto principalmente hoje, na era do imediatismo. O indivíduo também pode se sentir pressionado ao tomar consciência de que a ação depende dele e de que será necessário incorporar algo novo na rotina, além de manter a disciplina para chegar lá. Então, muitas vezes se acovarda.”

Outra questão citada por ela é a frequente incapacidade de lidar com as perdas, esquecida por muitos na hora de elaborar a lista de intenções. “Para conquistar algo sempre será preciso abrir mão de alguma coisa, de velhos hábitos, por exemplo. As pessoas falam que querem mudar, mas não se lembram de que terão que abrir mão de um jeito de ser ou de funcionar, que as perdas estão envolvidas nas mudanças, na renovação, no crescimento. Assim, acredito que ter essa consciência e avaliar quais serão as possíveis perdas para cada objetivo da lista de intenções evita surpresas e pode ajudar a manter a promessa mesmo frente às dificuldades que surgirão.”

Como identificar desejos?

Channa Vasco indica um passo a passo para que o indivíduo defina o que quer e parta para ações que ajudarão na realização de projetos. Inspire-se e siga em frente!

1) Busque listar os desejos e não as insatisfações. Quais são as minhas intenções, o que eu quero? Dica: não adianta parar aí, o que representa o grande “furo” das listas, já que não basta querer para realizar.
2) Identifique o que você precisa ser (ou se tornar) para alcançar tal realidade.
3) Faça, parta para a ação. Quer um emprego melhor? Capacite-se, melhore seu network, pesquise os profissionais que você admira, busque oportunidades.

Fará planos para 2018?

Antes de tudo, estabeleça quais objetivos e metas você deseja alcançar e saiba as diferenças entre eles, segundo a coach Erika Quintão:

Objetivo: compreende aquilo que você deseja alcançar. Por exemplo: uma promoção, uma viagem internacional, a mudança de emprego.
Meta: diz respeito tanto ao tempo estipulado para chegar ao objetivo quanto os meios que você irá utilizar para atingi-lo. Exemplo: um mês ou um ano economizando “X” por cento da renda e aperfeiçoando uma determinada habilidade.

Renove as esperanças:

Planeje-se - A mente humana precisa de dados específicos para começar a agir. Após identificar o que deseja e elencar prioridades, pense em ações concretas, metas e prazos para cada objetivo.
Foco e comprometimento: Ao colocar em prática suas ações, tenha foco nas atividades, priorizando o que é mais importante e concluindo uma etapa de cada vez para que consiga executá-las com mais eficiência.

Conhece o seu propósito?
Cada cabeça uma sentença, já diz o ditado popular. Assim, identificar o próprio perfil e aquilo que o faz sorrir fortalece a autoestima e torna o indivíduo mais seguro para seguir em frente mesmo diante de dificuldades

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As ciclistas Naone Lopes, Naome Orta e Lais Martins da Costa pretendem pedalar ainda mais neste ano novo, além de realizar pequenas conquistas pessoais (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

“Somos bem metódicos e acreditamos no planejamento de atividades e em metas reais para conseguir realizar projetos, como dedicar tempo para curtir nossa filha, Melissa”, dizem a estilista Alessandra Marques e o psicólogo Johann Frederico Ravnjak. Já Giselle Nayra Lima Lopes e Ialysson Marciel de Oliveira sonham em fazer deslanchar a carreira na música sertaneja. “Compor e cantar é a nossa verdade, é o que faz nosso coração bater mais forte”, destacam. A professora aposentada Marli Campos já marcou viagem para a Polinésia Francesa, a fim de visitar a filha que mora lá e a quem não vê há mais de um ano. “Não gosto de viver o amanhã, prefiro manter os pés no presente - até para não ficar ansiosa -, mas nesse caso foi necessário planejar”, revela.

Em meio a uma aventura - uma viagem de bicicleta do Rio de Janeiro a Minas para conhecer Inhotim e BH, as ciclistas Naomi Orton, Naone Lopes e Laís Martins da Costa pretendem pedalar ainda mais neste ano novo, além de realizar pequenas conquistas pessoais, como equilibrar a rotina de tarefas e a vida social. As amigas Nathalia de Ávila Duarte, terapeuta, e Fernanda Rodrigues Prates Paiva, garçonete, pretendem empreender mudanças e realizar pequenos sonhos neste ano que se inicia. “Para dar certo, acredito na mistura de fé e proatividade”, aponta a primeira. “Realizar planos envolve comprometimento e força de vontade”, define Fernanda.

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Giselle Nayra Lima Lopes e Ialysson Marciel de Oliveira sonham em fazer deslanchar a carreira na música sertaneja (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Sobre listas de intenções que as pessoas fazem no primeiro mês do ano, Erika Quintão, coach especialista em gestão de pessoas, lembra a importância de cada um conhecer e agir de acordo com o que chama de propósito de vida. “É a descoberta desse propósito que orienta toda a nossa trajetória existencial, algo que está intimamente associado à nossa identidade e fundamentado em nossas crenças e valores”, destaca. “A pergunta é: todos temos consciência desse propósito? E, se não, como descobri-lo? O caminho é o autoconhecimento”, explica.

 

“Para ser capaz de identificar nosso propósito é importante levantar certas questões pessoais, mergulhar profundamente em nosso interior e conhecer aquilo que faz brilhar os olhos e representa a verdadeira essência de quem somos. Para começar a refletir, tente responder: o que motiva você a acordar todos os dias? Qual é o legado que você quer deixar ao mundo?.”

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A professora aposentada Marli Campos já marcou viagem para a Polinésia Francesa a fim de visitar a filha que mora lá e a quem não vê há mais de uma ano (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Ainda segundo Erika, refletir e encontrar um propósito facilita a busca por plenitude. “Pessoas que não conhecem seu propósito correm o risco de passar a vida inteira insatisfeitas com empregos, relações, resultados, rotina. E, claro, não conseguem identificar o que realmente traz felicidade e realização”, avisa. E completa: “Desconhecer o seu propósito de vida é sinônimo de não conhecer a si mesmo, do que gosta e do que precisa para ser feliz, realizado. As coisas ficam sem sentido, sem lógica ou impacto”.

AUTOCONHECIMENTO

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A estilista Alessandra Marques e o psicólogo Johann Frederico Ravnjak querem mais tempo para curtir a filha Melissa (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

E qual é a relação entre próposito e a realização de projetos? “Estão interligados”, afirma a coach. Segundo Erika, a percepção de si mesmo é fundamental para guiar decisões, planejar e realizar objetivos e metas, desenvolver competências e habilidades e administrar ações assertivamente. “Muitas vezes, por não ter esse autoconhecimento nos vemos perdidos diante de diversas situações, seja no trabalho, em família, nos relacionamentos interpessoais. Nos tornamos inseguros e extremamente dependentes dos conselhos e intervenções de outras pessoas. Assim, podemos concluir que autoconhecimento também é uma forma de independência.”

Arquivo Pessoal
Coach especialista em gestão de pessoas, Erika Quintão lembra a importância de cada um conhecer e agir de acordo com o que chama de propósito de vida (foto: Arquivo Pessoal)
A coach continua dizendo que quando a pessoa desenvolve o autoconhecimento toma consciência do seu propósito, repensa atitudes, fortalece qualidades, enfrenta eventuais mudanças de cabeça erguida, potencializa sua coragem, reconhece e aceita suas emoções negativas e trabalha para que elas sejam modificadas. “Descobrir seu propósito de vida é um exercício de autoconhecimento que demanda muita dedicação e é vital para evoluir em todas as esferas possíveis, sendo uma das principais ferramentas para atingir o sucesso, tanto profissional quanto pessoalmente. E isso porque quando você sabe exatamente quais as suas competências e define claramente aonde quer chegar, fica muito mais fácil fazer escolhas e direcionar a sua vida.”

Em busca de soluções
Tirar as promessas do papel e colocá-las em prática exige o reconhecimento das próprias dificuldades, a fim de superá-las. Também é importante prestar atenção no tempo estipulado para execução de cada projeto

Conhecer o próprio perfil é um passo importante para tirar as promessas de ano novo do papel, segundo a coach Tânia Zambelli. “Em técnicas de RH, identificamos quatro perfis de profissionais: o comunicador e o executor, o planejador e o analista, sendo que os dois últimos têm mais dificuldade de partir para a realização”, aponta.

Andressa Estrela/Divulgação
"Apropriar-se, apoderar-se do que é seu, nem bom, nem ruim, mas seu, e transformar tais características em possibilidades e oportunidades faz com que as pessoas fiquem mas satisfeitas com elas mesmas e com o mundo ao redor" - Tânia Zambelli, coach (foto: Andressa Estrela/Divulgação)
A partir do momento em que o indivíduo reconhece as próprias dificuldades, continua, torna-se possível buscar soluções a fim de superá-las, em um compromisso que o indivíduo faz consigo e em prol de si mesmo. “Apropriar-se, apoderar-se do que é seu, nem bom, nem ruim, mas seu, e transformar tais características em possibilidades e oportunidades faz com que as pessoas fiquem mais satisfeitas com elas mesmas e com o mundo ao redor”, afirma.

Outra dica da especialista é prestar atenção no tempo estipulado para a execução de cada novo projeto. “Gosto muito de orientar pessoas a colocar metas não por ano, mas a médio prazo. Para dois anos, por exemplo, e que, em termos de planejamento, seja algo tangível, possível. Em 2019, quero viajar para a Europa? Então, em 2018, vou construindo essa história, planejando, economizando, vencendo etapas”, sugere.

FICAR RICO

Por fim, a psicóloga Cínthia Demaria lembra que o melhor é almejar metas viáveis, reais, pois o contrário gera cobrança desnecessária e se torna motivo de ansiedade. “A menos que você ganhe na loteria, o desejo de ficar rico não vai se concretizar do nada. Por quê? Ora, é preciso colocar para si metas possíveis, que dependem só do sujeito. Obviamente, é importante sonhar, planejar, acreditar, mas em projetos que caibam na realidade. Quer ficar rico? Então se pergunte: quais são os caminhos para chegar lá? Fazer cursos? Buscar especialização? Abrir quais caminhos, fazer contatos?. O planejamento deve ser real e montado de acordo com aquilo que compete ao sujeito e não à sorte ou ao acaso.”

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A psicóloga Cínthia Demaria lembra que o melhor é almejar metas viáveis, reais, pois o contrário gera cobrança desnecessária e se torna motivo de ansiedade (foto: Arquivo Pessoal)
Ela reflete ainda sobre mudanças e afirma que o sujeito deve criar planos e metas para satisfazer a si mesmo e não aos outros. “Uma situação qualquer pode ser diferente, mas é preciso lembrar que o diferente quem faz é a gente e não a mudança de ano. Para algo mudar, é você quem tem que querer e fazer diferente. Outro furo comum em intenções de início de ano é prometer para o outro algo que não fará sentido para você ou não depende só de você - o que nos leva a postergar e gera cobranças e ansiedade em vão. Então, acredito que tende a alcançar as metas e a viver mais feliz o sujeito que se pluga na realidade, faz o melhor que pode, o que faz sentido para si, o que gosta.”

Ainda não fez sua lista? A psicóloga sugere começar com a pergunta: o que você tem feito para ser melhor de acordo com as próprias expectativas e desejos?. Sempre lembrando que o melhor é um conceito também de ordem pessoal, já que a noção de felicidade é muito particular. “Quer um 2018 diferente? Procure respostas dentro de você!”

Período de reflexão

Também coach, Erika Quintão acredita que todo início de ano acaba se tornando um período de muita reflexão, em que as pessoas fazem um balanço do que querem mudar em si mesmas e o que cultivar para o futuro. Mas lembra que quem espera o início do ano para mudar de vida, a segunda-feira para iniciar regime, o inverno acabar para começar a cuidar da saúde, o sorteio da Mega-sena para ajustar as finanças demonstra que está estacionado em uma zona de conforto - ou de desconforto -, e que dificilmente tomará atitudes firmes a favor de si mesmo. Por mais que acredite nelas. “Você já parou para pensar por que isso sempre ocorre? É simples: porque não fazemos um balanço correto e não planejamos como vamos, efetivamente, mudar nossas vidas.” Para atingir bons resultados, ela afirma, é preciso atitude, foco e perseverança.

Como fazer um bom balanço?

1) Equilibre seus pontos positivos e negativos. Veja os aspectos positivos acumulados durante o ano, oportunidades de aprendizado, amadurecimento, resiliência, e perceba o que você mudou sem se dar conta. Encontre seus pontos fortes para mover a sua mudança.
2) Estabeleça prioridades. Foque sua energia em algo mais difícil de ser mudado. Com isso, você se sentirá energizado quando concluir uma pequena mudança, e poderá ganhar mais gás para fazer as grandes mudanças. A nossa vida é como um rio: na nascente a água nasce de gota em gota, mas, depois, forma uma grande correnteza.
3) Encontre pessoas que te fazem bem. A vida só traz mudança quando há renovação. E, para mudar, é essencial ter um ambiente propício ao seu redor. Então, você deve se cercar de gente que traz sentimentos e sensações boas – assim como deve eliminar, sem desentendimentos, quem lhe faz mal.

Como mudar de vida?

1) Reconheça os próprios erros. Esse é o momento de enfrentar os defeitos e ver que não há nada de errado em ser imperfeito. De fato, é impossível ser infalível. Mas, ainda assim, podemos aceitar nosso processo de constante mudança para evoluir.
2) Estabeleça uma metodologia para efetivar a mudança. Fazer várias promessas de mudança é inútil. Todas as pessoas as fazem, e quase sempre falham. Se, por outro lado, você parar para pensar em ações efetivas, surgirão ideias bem criativas e práticas.
3) Flexível. Como postulou Darwin, criador da Teoria da Evolução, sobrevive o mais adaptado, não o mais forte. Ou seja, sua determinação e força deverão ser aliadas à flexibilidade para que você conquiste seus objetivos.
4) Mantenha um diário para registrar suas conquistas e frustrações, no qual você escreverá os eventos que contribuíram e que prejudicaram sua mudança. Assim, você será capaz de perceber que há dias bons e dias ruins, e o que os fez bons ou ruins.

Fonte: Erika Quintão, coach