Vamos virar a página? Veja as previsões dos astros para 2017

É quase chegado o fim de 2016, ano considerado pela maioria como tumultuado nas relações pessoais, na política e no trabalho. Bem Viver ouviu especialistas sobre o que esperar do novo ano

por Gustavo Perucci 18/12/2016 09:38

Marcos Vieira/EM/D.A Press - 28/12/09
Alexandre Cigano, vidente que joga búzios, tarô e faz mapas astrológicos (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press - 28/12/09)
Intolerância, divisão política, queda de presidente, crise econômica, desemprego em alta, perda de poder aquisitivo, empresas quebrando, denúncias de corrupção a baldadas, falta de confiança da população em seus representantes, zika, dengue, chikungunya, acidentes, tragédias naturais, criminalidade... O tumultuado ano de 2016 se aproxima do fim renovando as esperanças de muitos brasileiros de que dias melhores virão. Mas o que esperar de 2017? Essa foi a questão que o Bem Viver levou a astrólogos, videntes e numerólogos.

Infelizmente, as previsões não são tão boas quanto muitos esperam. “O brasileiro ainda vai sofrer muito com a ressaca de 2016”, afirma o vidente Alexandre Cigano, que prevê a continuidade da crise econômica e política no país. Mas ainda há esperança: para ele, 2017 é um ano de passagem e, mesmo com certo sofrimento, abrirá as portas para um 2018 bem melhor em vários sentidos.

A grande evolução apontada por Cigano para o ano que vem é na questão da espiritualidade das pessoas. Passamos por um momento de divisão entre a população, bastante motivada pela política. Amizades foram desfeitas, familiares se afastaram e o clima entre o povo não poderia estar pior. Aliados à intolerância que tomou as ruas do país, a dificuldade financeira e o descrédito com a classe política farão com que as pessoas se reaproximem do autoconhecimento.

“As pessoas tiveram muito desgosto em 2016. Assim, vejo que em 2017 mais pessoas se voltarão à religião. O papa Francisco pede muito a comunhão de todos os santos, de todas as religiões. Com esse retorno à espiritualidade, os brasileiros estarão mais conscientes, enxergarão as coisas com mais clareza, com os pés no chão”, acrescenta Cigano.

O numerólogo Paulo Bernardo, conhecido como Professor Lin, concorda com a leitura de Alexandre Cigano, e também afirma que 2017 será um ano oportuno para o autoconhecimento e resgate de valores que priorizam o coletivo em detrimento do individual. Enquanto o mundo será regido pelo número um, que representa início de um novo período, renovação, tempo de semear, o Brasil também sofrerá a influência do número nove, ano terminal, de fim de ciclo, com reflexo do que plantamos no passado.

E se a oportunidade que se abre é a de reflexão, não existe momento mais oportuno para se fazer um balanço das atitudes pessoais no ano e traçar metas e objetivos para 2017. Entre simpatias e promessas típicas do réveillon se esconde o que desejamos para o novo ciclo que está por vir. Então, se, por exemplo, a vontade é de uma situação financeira mais confortável no ano que chega, não deixe de vestir amarelo na virada, colocar uma folha de louro na carteira e guardar alguns caroços de romã.

Só não se esqueça de que sem esforço pessoal essas mandingas não servirão para nada. Para dar uma forcinha para o ano que chega, o Saúde Plena listou algumas simpatias típicas do fim de ano em vários aspectos da vida, como amor, trabalho e saúde, além de explicar como proceder para atingir os objetivos traçados.

Consciência coletiva para transformar
Místicos atestam: o início de 2017 será difícil para os brasileiros, que buscarão na união e na força elementos para lutar contra a impunidade. Cenário ruim será mote para melhoria

Prever o futuro é das mais antigas ambições humanas. Dos rituais místicos à matemática, sempre buscamos formas científicas ou não de saber os mais diversos fatos com antecedência. Em momentos conturbados como os da atualidade, com grande parcela da população insegura sobre os rumos do Brasil e de sua própria vida, muitas pessoas recorrem a especialistas de previsões para se adiantar aos fatos e, de alguma maneira, buscar proteção. Vivendo uma crise econômica e institucional que não parece ter fim, a chegada de 2017 surge quase como alívio aos brasileiros, amparados na esperança de novos tempos.

Beto Novae / EM / D.A Press
Benzedeira e sensitiva, Maria José Limaa diz que novo ano será de autoconhecimento e consciência, de enxergar mais o coletivo. "A justiça virá pela consciência, pelo cosmos", comenta (foto: Beto Novae / EM / D.A Press)
A benzedeira e sensitiva Maria José Limaa conta que a demanda por seus serviços neste último ano aumentou. A baiana, que joga búzios e lê o futuro nas cartas do tarô, credita a alta na procura por previsões à insegurança da população. Normalmente com suas leituras focadas em situações individuais, ela, a pedido do Bem Viver, abriu o baralho na mesa para ver o que 2017 reserva aos brasileiros. Lendo os símbolos dos tarôs cigano, inglês e de Marselha, aliados à sua intuição, a primeira carta aberta, sobre o fim de 2016, foi a do louco. “De fato, estamos vivendo uma loucura. As atitudes do poder não são embasadas em argumentos lógicos, não representam a terra, o coletivo, o todo. Interesses pessoais estão acima do coletivo”, analisa.

Para 2017, revelou-se a carta do enforcado. “O coletivo está sem chão, então, no ano que vem, a instabilidade do país vai aumentar. Nos três primeiros meses, presenciaremos o aumento do desemprego. Não gosto nem de falar, mas cresce o número de suicídios no país. Um reflexo da depressão e da agonia de 2016. A carta do enforcado vem carregada de certa violência. A possibilidade de violência aumenta porque a desigualdade aumenta”, analisa.

A sensitiva, que é do candomblé matriarcal, afirma que quem vai reger 2017 é Oxum, orixá feminino das águas doces, rios e cachoeiras, cuja cor é o dourado, e Oxóssi, orixá da caça, florestas e animais, que está ligado na mitologia grega a Cronos, ao tempo e à consciência. Sua intuição lhe diz que 2017 será um ano em que a classe política sofrerá com a revolta da população. O mau uso do poder, pelo menos, servirá, segundo Maria José, para impulsionar o ganho de uma consciência do coletivo no país.

“Não é só se ter poder, mas ter consciência desse poder. Muitas pessoas recorreram ao poder para resolver problemas pessoais em 2016. Mas ano que vem essas atitudes não passarão, pois gerarão revoltas da população contra as estruturas do poder. Será um ano mais difícil para a classe política brasileira. Em 2017, toda motivação de interesse pessoal e não coletivo pode desabar. É um ano de autoconhecimento e consciência, de se enxergar mais o coletivo. A justiça virá pela consciência, pelo cosmos”, aponta. Segundo suas crenças, a partir de março a situação começará a mudar.

Em uma nova leitura do tarô sobre o futuro do Brasil nos próximos três meses, as primeiras cartas reveladas na pirâmide invertida são a da força (que surgiu de cabeça para baixo, invertida) e a da justiça, junto com a do mensageiro e a da papisa (também invertida). A carta da força representa a população revoltada. A da justiça, uma pressão popular por interesses coletivos. A do mensageiro anuncia mudanças. E a papisa significa consciência, conhecimento. Segundo sua leitura, mais manifestações de quem sofre com o desmando e descaso da classe política tomarão as ruas, ganhando corpo e representatividade na sociedade. E esse será o início de mudanças positivas para o Brasil.

Leandro Couri/EM/D.A Press
Para o professor Lin, 2017 será um ano oportuno para o resgate de valores que priorizam o coletivo em detrimento do individual (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

VOLTA À ESPIRITUALIDADE
“Nossa sociedade está fragilizada. E a dor da população, que sofrerá com o desemprego, com a falta de dinheiro, vai servir como motivação para união e ganho de consciência coletiva”, aponta. Para ela, a principal mudança no país em 2017, que servirá de base para avanços nos anos seguintes, é retorno das pessoas à espiritualidade, independentemente de religião ou crença, valorizando cada vez mais interesses comuns em detrimento aos individuais. E esse movimento começará no primeiro trimestre do novo ano. A segunda linha de cartas na leitura de Maria José indica que Michel Temer não seguirá como presidente do Brasil. Essa mudança, no entanto, não significa boas notícias. Junto com a carta do imperador vieram a da roda da fortuna e a do diabo.

Segundo ela, enquanto a democracia (justiça) não se restabelecer no país, a troca do comando maior da nação ainda será encaminhada por interesses mesquinhos. Essa queda só será positiva se for guiada por uma consciência do coletivo. Seguindo a leitura, as cartas trazem um sopro de esperança, de que, mesmo com sofrimento, 2017 será um ano de passagem para dias melhores, de um país mais justo e com menos corrupção.

Dificuldades e alívio coexistirão
O vidente Alexandre Cigano, que joga búzios, lê tarô e faz mapas astrológicos, também fez previsões para vários pontos sensíveis aos brasileiros neste ano que está passando. “2017 será um ano mais fraternal, mesmo que ainda tenha muitas disputas políticas, muita corrupção, disputas partidárias, punições... Essa situação, que mais parece uma novela mexicana, ainda vai durar mais um pouco”, afirma. A política tomou a população, gerando intolerância e muita discussão. Mesmo investigados, Cigano não prevê a queda de Michel Temer e do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel em 2017. O cenário de impunidade, porém, sofrerá mudanças, com vários políticos sendo punidos. O vidente explica que 2016 sofreu a influência do 13º signo do zodíaco, o serpentário. Ele atribuiu a essa força a energia negativa entre as pessoas, assim como o aumento de casos de desastres.

Beto Novaes/EM/D.A Press
(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
“O novo ano terá início em um domingo. Quem governará o ano será, segundo a umbanda, Nanã Buruquê, uma santa linda e guerreira. Dentro da minha nação, que é o ketu, quem governará o ano será Oxum, que trará pelo seu espelho e amor a lavagem da compreensão e diálogo entre as pessoas. Não que as coisas vão melhorar de uma hora para a outra. Vamos sofrer em 2017 antes de as mudanças ocorrerem”, afirma.

Entre as previsões de Cigano para 2017 estão a queda do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump – um alívio para muitos que se surpreenderam com a ascensão ao poder de alguém armado de discursos de ódio –; a volta de Dilma Rousseff ao cenário político como senadora, em 2018; mais criminalidade em Belo Horizonte, que, em contrapartida, terá avanços nos campos da saúde pública e da educação; mais tragédias, causadas, principalmente, por erros humanos; e crescimento de casos de dengue, zika e chikungunya.

DEMOCRACIA

Assim como Maria José, Cigano acredita que a mais fundamental mudança em 2017 virá pela união da população, que lutará com mais força por seus direitos e pelo fim da impunidade, dando força à democracia no país. Do meio para o fim do ano que vem, a situação econômica do Brasil melhorará. E o caminho para essa ganho de consciência virá pelo maior engajamento das pessoas na espiritualidade, no autoconhecimento.

Acreditando ou não nas forças místicas, religiões, cosmos ou o que quer que seja, a previsão de que o país mudará pela força da união da população lutando por um bem comum, coletivo, é um bom presságio para os brasileiros. Em um momento de reflexão e balanço de atitudes pessoais, surge a oportunidade de repensar posturas, deixar a individualidade de lado e buscar dentro de si e no outro um caminho para uma sociedade mais justa para todos. Se as cartas, búzios, astros ou números podem ou não prever o futuro, é outro papo... O recado fica claro: a união faz a força.

Ano de oportunidades

Datas, números, nomes. Pela numerologia, todas essas informações influenciam a vida das pessoas, em âmbitos individuais e coletivos. O numerólogo Paulo Bernardo, conhecido como professor Lin, autor de três livros sobre o assunto, explica que na ciência dos números o nome completo representa a vida e a data de nascimento determina o caminho que o indivíduo deve trilhar. Mundialmente, o ano de 2017 será guiado pelo número um, iniciando um novo ciclo, momento de se plantar, de semear frutos que serão colhidos no futuro. Segundo ele, 2016, influenciado pelo número nove, foi uma fase de fechamento, de se colher o que plantamos nos anos anteriores. No Brasil, esses dois números, um e nove, que representam início e fechamento de ciclos, respectivamente, seguirão nos influenciado. Em uma situação ambígua, será um ano de colher e de semear. “É um ano excelente para terminar e recomeçar. De buscar o autoconhecimento, a religiosidade, a espiritualidade. No lado pessoal, ações iniciadas em 2017 durarão até o fechamento desse novo ciclo”, afirma. “O ano nos fará buscar a fé como reconhecimento sincero e prático da nossa dependência de Deus. Mas a humanidade tem uma grande dificuldade de ter fé. O mundo de 2017 é fértil para semeadura e que foi preparado no ano passado. Excelente para se dar tudo o que tem, plantando o máximo que puder para ter o que brotar em 2019 e o que colher em 2024. O presságio é de que o ano será de uma grande vibração de criatividade com evidente espírito de pioneirismo em prol da humanidade”, completa.

Para o desejo virar realidade
Lista com perdas e ganhos de 2016 e metas do novo ano ajuda a refletir e a se autoconhecer

Ainda carrega na bolsa ou carteira as três sementes de romã da simpatia para chamar dinheiro do fim do ano passado? Já está pensando na cor da roupa do réveillon pela ‘energia’ que ela dá? Por amor, pela carreira, situação financeira, saúde, paz ou qualquer outro aspecto da vida humana. As famosas mandingas para a hora da virada são tradição no Brasil, e têm sua origem nas diversas culturas e religiões que se encontraram em solo tupiniquim (veja arte). Muita gente nem acredita, mas faz simpatias só para ‘se garantir’. Só que mais que intenção de mudança de rumo, rituais e promessas podem servir como ferramenta de autoconhecimento, reflexão sobre desejos e projetos pessoais. Christyano Malta, master coach da Casa Coaching, diz que momentos de fechamento e início de ciclos, como no fim do ano, podem ser úteis para um balanço pessoal e para uma guinada verdadeira na vida.

“Seguimos um calendário lunar, o que permite que possamos não só fechar um ciclo anual, mas também fechar ciclos pessoais. É preciso ter consciência de que o novo ciclo precisa ser aberto de forma positiva e que o anterior precisa ser fechado, senão não há espaço para a mudança”, afirma.

Para ele, as simpatias não surtem efeito se não se levar em conta que quem promove reais mudanças é a própria pessoa, e não um amuleto ou ritual. “As pessoas só mudaram porque tomaram uma decisão, porque, como diz Carlos Drummond de Andrade, ‘intenção sem ação é ilusão. Ouse e o poder lhe será dado’”, cita. O coach diz que uma atitude importante nesta época é tirar as ideias e desejos do campo mental para o escrito.

“É literalmente traçar metas, não apenas pensar nelas, e fazer um plano de ação.” Uma prática recomendada pelo coach é fazer listas, como de 10 pessoas, circunstâncias ou situações que precisam ser perdoadas, de coisas que se aprendeu em 2016 ou itens pelos quais é grato. E não se esqueça: por mais vibrações positivas, rituais e promessa, o responsável direto pelas mudanças de rumo em sua vida é você mesmo.