Menopausa: genes podem explicar porque algumas mulheres sentem as ondas de calor e outras não

Cientistas examinaram aproximadamente 11 milhões de variantes genéticas, identificando 14 que parecem relacionadas aos fogacho

26/10/2016 10:00
Marcelo Lellis/Arte EM/D.A Press
O estudo não considerou ainda de que maneira fatores ambientais podem influenciar na ocorrência das ondas de calor (foto: Marcelo Lellis/Arte EM/D.A Press )
As ondas de calor, uma das mais incômodas consequências da menopausa, pode ter causas genéticas, sugere uma pesquisa que analisou o genoma de 17.695 mulheres entre 50 e 79 anos. O trabalho, publicado na revista especializada The North American Menopause Society, pode esclarecer por que o desconforto afeta algumas mulheres e outras não, além de ajudar no desenvolvimento de tratamentos para o problema.

“Não há estudos anteriores que tenham focado a forma como variantes genéticas podem estar relacionadas com as ondas de calor, e os resultados alcançados foram estatisticamente significativos”, afirmou, por meio de um comunicado, Carolyn Crandall, professora de medicina da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e principal autora da análise.

Na pesquisa, Crandall e colaboradores examinaram aproximadamente 11 milhões de variantes genéticas, identificando 14 que parecem relacionadas aos fogachos. “Essas associações foram semelhantes em mulheres euro-americanas, afro-americanas e latino-americanas”, detalhou a autora. As 14 mutações estavam localizadas no cromossomo 4, que codifica a taquiquinina 3, um receptor celular que atua na liberação do hormônio estrogênio.

Mais estudos
A cientista esclareceu que o estudo não considerou ainda de que maneira fatores ambientais podem influenciar na ocorrência das ondas de calor. Ela também acredita que outros estudos podem revelar mais partes do DNA ligadas ao problema, algo que ajudaria na melhor compreensão do fenômeno e na busca por medicamentos. “Se pudermos identificar melhor as variantes genéticas associadas às ondas de calor, teremos chance de desenvolver novos tratamentos para aliviá-las”, disse Crandall.