Idade e sexo de doadores de sangue podem interferir no resultado de pacientes

Como estudo foi puramente observacional, pesquisadores não puderam provar relação de causa e efeito entre o sexo e a idade de doadores e o risco de morte para os pacientes

por AFP - Agence France-Presse 11/07/2016 15:38
Mara Karina Silva/FAC/D.A Press
Resultados mostraram que os pacientes que receberam glóbulos vermelhos de mulheres doadoras tinham um risco 8% maior de morrer de qualquer causa, em comparação com os que receberam glóbulos vermelhos de de homens doadores (foto: Mara Karina Silva/FAC/D.A Press)
Pacientes que receberam transfusões de sangue de doadores jovens ou mulheres correm o risco de ter resultados clínicos piores, revelou um estudo publicado na segunda-feira (11/07) pela revista científica americana The American Medical Association (JAMA). As conclusões foram baseadas na análise de mais de 30.000 pacientes que receberam transfusões de sangue e de cerca de 80.000 doadores no Canadá.

Os pacientes que participaram da pesquisa tinham em média 66 anos de idade, e sua evolução clínica foi acompanhada durante períodos de entre dois e sete anos após a transfusão. Os resultados mostraram que os pacientes que receberam glóbulos vermelhos de mulheres doadoras tinham um risco 8% maior de morrer de qualquer causa, em comparação com os que receberam glóbulos vermelhos de de homens doadores, apontou o estudo.

Os cientistas descobriram que os doentes que receberam glóbulos vermelhos de doadores de entre 17 e 20 anos de ambos os sexos apresentaram um aumento também de 8% no risco de morte, em relação aos pacientes que receberam glóbulos vermelhos de doadores de entre 40 e 50 anos. Para os pacientes que receberam sangue de doadores de entre 20 e 30 anos, o risco de morte foi 6% maior.

Mas como o estudo foi puramente observacional, os pesquisadores não puderam provar uma relação de causa e efeito entre o sexo e a idade dos doadores e o risco de morte para os pacientes, e afirmaram que são necessárias mais pesquisas para compreender esses resultados.

O estudo, portanto, "não pode ser considerado como uma evidência definitiva", alertou Dean Ferguson, um dos principais autores da pesquisa e diretor do programa de epidemiologia clínica do Hospital de Ottawa, onde foram feitas as análises das transfusões entre 2006 e 2013.

Enquanto isso, os especialistas continuam urgindo que todas as pessoas que preencham os requisitos doem sangue.