Veja dicas do que é preciso saber antes de adotar um cão ou pet

Ter animal é um ato que merece reflexão, afinal, o bicho é um ser vivo que precisa de uma série de cuidados diários

por Gustavo Perucci 16/03/2016 11:00
Quinho / EM / D.A Press
Os campeões na preferência dos brasileiros seguem sendo cães e gatos, com os últimos ganhando cada vez mais a simpatia das famílias no país (foto: Quinho / EM / D.A Press )
Quem gosta de animais de estimação sabe: eles são a alegria da casa! Cachorro, gato, papagaio, hamster, peixe, tartaruga... São muitas as opções de bichinhos. Claro que a escolha da espécie vai variar com o gosto pessoal, mas alguns outros fatores devem ser observados antes da decisão de adquirir um animal. Tamanho do imóvel, disposição para os cuidados necessários, barulho, trabalho com a limpeza e gastos variados, desde a alimentação até o veterinário. Como a realidade de muitas famílias é viver em apartamentos com espaço limitado, é ainda mais importante pensar bem antes de decidir. Os campeões na preferência dos brasileiros seguem sendo cães e gatos, com os últimos ganhando cada vez mais a simpatia das famílias no país.

Cães são seres vivos e geram gastos com alimentação e saúde, e uma rotina diária de comida, água e necessidades básicas. Eles também são animais muito brincalhões e podem destruir sofás, objetos de decoração, tapetes... Na fase de crescimento, os cachorros são iguais aos seres humanos, e explorar o mundo (seu apartamento) é uma atividade instintiva. Quando os dentes estão crescendo, é normal começarem a roer o que veem pela frente. Por isso, são necessários paciência, dedicação e, mais importante, cuidado, pois eles podem investir contra um fio elétrico, cabos e móveis que soltam farpas.

Jair Amaral / EM / D.A Press
A veterinária Fabiana Reis elenca uma série de cuidados no dia a dia do animal (foto: Jair Amaral / EM / D.A Press)
Já os felinos, se adaptam facilmente a locais pequenos e dão menos trabalho diário que os cães. Por isso, eles vêm ganhando cada vez mais espaço nas famílias brasileiras. Se o cachorro rói, os gatos arranham, e o sofá da casa pode virar seu alvo favorito. Assim, disponibilizar objetos que o distraiam é também uma questão de economia. A veterinária Fabiana Reis, da clínica Bicho Vivo, não recomenda a castração se o animal for ficar confinado dentro do apartamento. Mas, se ele tiver a possibilidade de sair para a rua, aí sim, é necessário. Sobre os gastos com saúde e alimentação, a ela afirma que são semelhantes aos dos cães.

CÃES


» Se você é apaixonado por cães, é difícil aceitar a ideia de criar outra espécie. Eles ainda são os animaizinhos número 1 no coração dos brasileiros. Mas eles são animais bem ativos e, por isso, precisam se exercitar com frequência. Fabiana Reis explica que não existe um cálculo da relação do tamanho do cachorro com o espaço de que ele necessita, mas, se você mora em um apartamento pequeno, é melhor escolher raças de porte menor.

» Todo cão precisa gastar energia. Esse gasto vai variar com a raça e a personalidade do animal. “Não significa que o animal pequeno precise gastar menos energia. Ele pode ser de menor porte e necessitar
de um alto gasto energético.
E cabe ao tutor gastar essa energia”, orienta Fabiana.

» Algumas raças são, geralmente, mais indicadas para apartamentos. São animais que pesam entre 10kg e 15kg, como lulu-da-pomerânia, buldogue francês, shih-tzu, maltês, lhasa apso, pug e pinscher. Mesmo assim, isso não quer dizer que eles vão precisar de menos cuidados, ainda mais se passarem parte
do dia sozinhos.

» O passeio diário é essencial para a saúde física e mental dos cães. Então, se você não tem essa disponibilidade, é melhor pensar em outra alternativa de pet, para evitar o sofrimento do bichinho.

» É importante também observar as características físicas do animal, como o tipo de pelo. Às vezes, a pessoa acha lindo um animal peludo, mas não tem a mínima noção do trabalho que isso dá.
É preciso ter em mente que o animal faz cocô, xixi, ele se suja, solta pelos...

» Para ajudar na queda do pelo, a veterinária sugere uma escovação diária, pelo menos. “Isso ajuda o animal a se limpar, ameniza o cheiro e até reduz o número de banhos. E não tem jeito: se não gosta de pelo espalhado pela casa, ou você se dedica ou é melhor evitar adotar o animal”, sugere Fabiana.

» Os cães também são animais territorialistas, então o xixi pode ser um problema. Mesmo que com as fêmeas seja mais tranquilo controlar os locais da urina, é necessário dedicação para educá-los a fazer suas necessidades onde você achar melhor. Se preferir que seja na rua, além do passeio para gasto energético, Fabiana recomenda ao menos quatro saídas para urina e fezes.

» Latidos também podem ser uma dor de cabeça e incomodar os vizinhos. “A maioria das vezes, o latido é controlável. Algumas raças são mais predispostas a latir, mas isso varia individualmente. Atendo uma família com três lulus-da-pomerânia. Dois latem bastante, um não.”

» A postura do dono com o bichinho influencia diretamente no comportamento do animal. Assim, se estiver com algum problema, os profissionais especializados em treinamento podem ajudar.

GATOS

» Segundo a veterinária, como a maioria dos gatos é do mesmo porte, não há uma recomendação específica de raça para apartamentos. Só o maine coon, o maior gato doméstico do mundo, que precisa de mais espaço. Fora isso, a adaptação dos gatos em relação a espaços mais restritos é mais tranquila. Eles não precisam de passeios diários, fazem suas necessidades fisiológicas em um único lugar naturalmente (e ainda tampam as fezes e urina) e são bastante higiênicos.

» Ainda assim, eles precisam da atenção de seus donos. “Não podemos pensar que o gato, por
ser um animal mais solitário, gosta da solidão. Isso é bem diferente. Ele gosta de carinho, de brincar e de interagir com o dono. Então, cabe ao dono, no momento em que estiver em casa, tentar suprir isso de alguma forma”,
afirma a veterinária.

» Os felinos exigem distrações para não deixá-los entediados. “Aconselho sempre o enriquecimento ambiental, que é deixar disponível brinquedos, caixas, mudar algumas coisas de lugar. Tudo que possa distrair esse gato para que ele não caia em um marasmo. Isso também vale para os cães.”

» Um alerta é importantíssimo ao
se adotar um gato para viver em apartamento: eles são curiosos, e as janelas representam um perigo real à vida deles. “É instintivo. Até chamamos de síndrome do gato paraquedista. Como ele é um animal muito curioso, se ele está na janela e alguma coisa o atrai, ele pode, sim, tentar buscar aquilo. E acaba se jogando. Recomendamos colocar tela nas janelas. E isso é para qualquer raça”, explica Fabiana Reis.