Diversas nações entram em alerta contra zika vírus

Associada a casos de bebês com microcefalia na América Latina, infecção por zika e é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue, chikungunya e a febre do nilo. OMS faz reunião para discutir medidas

por Estado de Minas 28/01/2016 07:23
EVAN VUCCI/Pool/AFP
Comunicado da Casa Branca: "O presidente (Barack Obama) enfatizou a necessidade de acelerar os esforços de pesquisa para tornar disponíveis testes de diagnóstico melhores, vacinas e terapias" (foto: EVAN VUCCI/Pool/AFP)
ESTADOS UNIDOS
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, orientou sua equipe de saúde a acelerar os esforços nas pesquisas para desenvolver vacinas e tratamentos para conter o zika vírus, que ganhou o nome da floresta de Uganda, na África, onde foi descoberto, em 1947. Em reunião ontem com lideranças da área de saúde e segurança nacional, Obama determinou que todos os americanos recebam informações sobre o vírus e as medidas que devem tomar para se proteger da infecção. Cientistas do Instituto Nacional de Saúde já deram início aos trabalhos para criar uma vacina. Entre as ações, está o financiamento de cientistas brasileiros para acelerar as pesquisas relacionadas ao vírus.

Autoridades sanitárias americanas pediram às mulheres grávidas que evitem viajar para 24 países na América Latina, Caribe e outras regiões devido ao zika vírus: Barbados, Brasil, Bolívia, Cabo Verde, Colômbia, Equador, El Salvador, Guadalupe, Guatemala, Guiana, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, Ilha de San Martín, Ilhas Virgens, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Porto Rico, República Dominicana, Samoa, Suriname e Venezuela. Duas das maiores companhias aéreas dos EUA estão oferecendo reembolso a passageiros com reserva de voo para áreas afetadas pelo vírus: a American Airlines reembolsará grávidas que planejavam viajar para a América Central e a United devolverá o dinheiro ou fará remarcação dos bilhetes. Três pessoas foram diagnosticadas com zika em Nova York.

Sob pressão para a adotar medidas rápidas para interromper a propagação do zika vírus, a Organização Mundial de Saúde (OMS) vai realizar hoje uma sessão especial para discutir medidas de combate ao vírus.

ARGENTINA

Uma moradora de Buenos Aires que viajou à Colômbia é o primeiro caso de zika vírus na Argentina. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde em seu boletim oficial de vigilância. O texto citou ainda três casos suspeitos com resultados negativos. Não há registro de contágio ocorrido dentro da Argentina, embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) preveja que isso ocorrerá no país, cujo sistema de saúde enfrenta uma epidemia de dengue. O governo argentino recomendou cautela a cidadãos com viagem marcada para os 21 países com casos de contágio por zika. Há 2 milhões de argentinos de férias no Brasil, segundo a Casa Rosada.

COLÔMBIA
A Colômbia, também atingida pela enfermidade, recomendou a casais que planejavam ter filhos evitar a gravidez até julho. Aconselhou ainda mulheres que vivem em lugares acima de 2.200 metros de altitude, onde não há presença do mosquito, a permanecerem nesses locais.

VENEZUELA

A comunidade médica da Venezuela está exigindo que o governo publique as estatísticas sobre o zika vírus, advertindo que os números poderiam já estar “assustadoramente altos”. Até agora, o Ministério da Saúde venezuelano limitou-se a confirmar a presença da doença no país. O ministério parou de publicar os dados sobre as doenças epidêmicas há um ano. O ex-ministro da Saúde José Félix Oletta disse que é inaceitável que o governo espere tanto tempo para divulgar as estatísticas do zika vírus e comece a trabalhar para conter o vírus.

DINAMARCA
Um hospital da Dinamarca anunciou um dos primeiros casos na Europa do zika vírus. “Foi diagnosticada uma infecção de zika em um turista dinamarquês que viajou para a América do Sul e América Central”, afirmou o Hospital Aarhus em comunicado. O paciente deu entrada no centro médico com febre, dor de cabeça e dores musculares e foi diagnosticado com o zika na terça-feira.

PORTUGAL
O governo português informou ontem que cinco portugueses estão infectados com o zika vírus depois de terem viajado para o Brasil. Francisco Jorge, diretor nacional de saúde em Portugal, disse que outra pessoa também pode estar infectada, um português que viajou recentemente para a Colômbia. Todos são adultos, disse ele sem dar mais detalhes. Autoridades europeias têm dito que já esperam pelo aparecimento de casos relacionados ao vírus, mas afirmam que é pouco provável que ocorra uma transmissão local.

Vladimir Putin, presidente da Rússia
Vladimir Putin, presidente da Rússia: "Há uma porcaria qualquer que se espalha da América Latina. Um vírus, difundido por mosquitos. Esses não podem atravessar o oceano, mas as pessoas infectadas, sim" (foto: Vladimir Putin, presidente da Rússia)
RÚSSIA
O presidente russo Vladimir Putin pediu ontem ao Ministério da Saúde russo para iniciar os trabalhos de pesquisa sobre vacinas contra o zika vírus e atuar em conjunto com as companhias aéreas para evitar a propagação do vírus no mundo. A ministra da Saúde, Veronika Skvortsova, assegurou que o ministério está acompanhando a situação desde o aparecimento do vírus. “Estamos controlando a infecção zika desde o momento do seu aparecimento.”

CASOS PELA EUROPA

Nos últimos dias, foram diagnosticados vários casos em outros países europeus – três na Inglaterra e 10 na Holanda. Romit Jain, do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças em Estocolmo, na Suécia, disse que houve casos de zika vírus confirmados na Alemanha e na Grã-Bretanha. Um caso também foi confirmado na Suécia no verão passado, disse Sarah Rohrbacher, da Agência de Saúde Pública sueca. A Finlândia informou ontem que um turista finlandês contraiu a doença no verão passado, depois de visitar as Ilhas Maldivas, em junho.