Atividades físicas ao ar livre ganham cada vez mais adeptos e adeptas

Com o objetivo de estimular os mais entediados, baratear os custos e tornar a prática de exercícios mais divertida, profissionais oferecem aulas de diversas modalidades ao ar livre

por Revista do CB 10/12/2015 13:00
Thiago Ventura / EM / D.A Press
Para sair da monotonia e aproveitar os espaços públicos da cidade, alguns profissionais optaram por levar suas aulas para as ruas (foto: Thiago Ventura / EM / D.A Press)
A prática diária de atividades físicas tem papel essencial na busca pela saúde e pelo bem-estar. Entretanto, frequentar o ambiente fechado da academia, todos os dias, pode acabar se tornando entediante. Para sair da monotonia e aproveitar os espaços públicos da cidade, alguns profissionais optaram por levar suas aulas para as ruas. Agora, o tédio não vai ser desculpa para deixar de se exercitar. Basta procurar a aula mais próxima e aproveitar as vantagens de um treino ao ar livre.

Nilcéia Pereira da Silva, 42 anos, é professora de kangoo há seis anos em uma academia. Ela sempre recebeu pedidos de pessoas, com menor poder aquisitivo, que também queriam fazer essas aulas, para que a atividade fosse oferecida em outro espaço. Motivada pela demanda, há dois anos, a instrutora decidiu levar a aula para parques, quadras e salões espalhados pela cidade. Comprou uma caixa de som, 17 botas para a prática do exercício e começou a dar aula de kangoo em um parque. Sempre aos domingos.

Nesses casos, uma coisa é indiscutível: o preço é mais acessível. Alunos que têm a bota pagam R$ 10 por aula. Os que não a possuem podem usar o acessório emprestado da professora e participar da atividade pagando R$ 20. O número de interessados é grande. Segundo Nilcéia, são cerca de 50 por aula. “Criei o kangoo dance e acredito que esse é o meu diferencial. Sempre desenvolvo coreografias novas com as músicas do momento. As alunas mais avançadas chegam a queimar 800 calorias dançando”, disse a instrutora. Durante a aula, que tem duração de uma hora, os alunos dançam funk, pop, sertanejo e vários outros ritmos.

Em abril de 2015, a professora Lívia Cristiane Gomes Max, 29, decidiu  dar aulas de zumba em quadras públicas. A atividade, que mistura exercícios aeróbicos com dança, pode queimar até mil calorias por hora. A professora cobra R$ 5 por aula, mas afirma que, dependendo da situação, chega a dispensar o pagamento. “Às vezes, alguns alunos me procuram antes da aula dizendo que estão apertados e que não têm como pagar. Eu acabo deixando por perceber o interesse em participar”, afirma.

Arquivo Pessoal
Luiz Filipe dá aulas de cross fit uma vez por semana. A ideia é também divulgar o esporte (foto: Arquivo Pessoal )
A professora garante que as aulas de zumba encantam. Os movimentos são fáceis e as músicas latinas, animadas. “O feedback que recebo é ótimo. Percebo que é uma atividade que movimenta o corpo e auxilia a perda de calorias. Porém, o mais importante para mim é o ganho de autoestima”, conta Lívia. A cada aula são, em média, 80 alunos. Apesar disso, ainda existem dificuldades. De acordo com a instrutora, alguns moradores se incomodam com o som e, em dias de chuva, as aulas são canceladas por falta de um espaço coberto. “No Parque de Águas Claras, tem uma quadra coberta, entretanto, não temos autorização para utilizá-la”, disse Lívia.

Marcus Evandro de Brito Santos, 53, é professor de tai chi chuan há 13 anos e aproximadamente um ano atrás começou a oferecer aulas gratuitas da arte marcial chinesa em espaços públicos. Discípulo do mestre Woo, Marcus decidiu dar aulas a céu aberto, inspirado pela missão do mestre: difundir a prática por toda Brasília. “A prática tem duração de uma hora. Nesse período, os alunos realizam a meditação em pé, alongamento, aquecimento e automassagem” explica o professor.

Marcus conta ainda que sempre sonhou em morar na SQN 214 para ensinar tai chi chuan naquele parque. Mudou-se e, no dia seguinte, já realizava o desejo. “O parque é muito agradável e o contato com a natureza é a maior vantagem dos encontros ao ar livre. Os alunos podem ouvir os pássaros, sentir a brisa e pisar no gramado. Isso permite a eles captarem a energia da terra e do céu”, relata o instrutor. De acordo com Marcus, o equilíbrio dessas energias dentro do corpo é o que traz saúde e bem-estar. Por aula são, em média, 18 alunos. Eles confessam ao professor que se sentem leves e livres de dores ao fim das práticas.

Recém-formado em educação física, Luiz Filipe Rosa, 23, teve a ideia de oferecer aulas de crossfit nas ruas. “A ideia é que as pessoas vejam e conheçam melhor esse esporte. Por ser uma modalidade nova, o crossfit sofre preconceito. Há quem ache que só aqueles com um preparo físico bom podem treinar, mas queremos mostrar que qualquer um pode fazer”, diz Filipe.

As atividades são gratuitas, duram uma hora e, segundo o professor, são dinâmicas. Os alunos fazem aquecimento e alongamento. Funciona assim: um treino simples e um de menor duração, porém, com maior intensidade. Sobre a vantagem de sair do ambiente fechado das academias, o professor explica que o maior ganho é a vivência em grupo. “A aula em si é bem parecida com a que damos na academia. O grande benefício é a disseminação da atividade. Para quem já pratica é bom ir treinar no Eixão para variar”, acrescenta.