Cientistas explicam por que as dietas nem sempre funcionam

Estudo descobriu que as pessoas não reagem da mesma forma ao consumo de alimentos saudáveis

por AFP - Agence France-Presse 20/11/2015 10:24
SXC.hu
Mulher que participou do estudo apresentou um aumento dos seus níveis de açúcar no sangue a cada vez que comia um tomate, alimento com pouco açúcar e gordura (foto: SXC.hu)
Com a proximidade do verão, muitas pessoas se questionam por que as dietas publicadas nas revistas nem sempre funcionam. A razão é que as pessoas reagem diferente ao consumo de alimentos saudáveis, permitindo a alguns a perda de peso e a outros não, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (19/11).

Uma mulher que participou do estudo apresentou um aumento dos seus níveis de açúcar no sangue a cada vez que comia um tomate, alimento com pouco açúcar e gordura, exemplificou o estudo realizado com 800 pessoas em Israel e publicado pela revista científica Cell Press. "A primeira grande surpresa e descoberta assombrosa que tivemos foi a grande variedade de reações das pessoas a alimentos idênticos", declarou Eran Segal, pesquisador do Instituto de Ciência Weizmann de Israel.

Para o estudo, foi controlado o nível de açúcar no sangue dos participantes durante uma semana, foram analisadas suas fezes e foi observado o consumo alimentar. Nenhum participante era diabético, mas alguns eram obesos e tinham condições de saúde similares aos pré-diabéticos. "Há diferenças enormes entre os indivíduos - em alguns casos tinham reações opostas - e realmente nos faltou informação científica sobre o tema", destacou Segal.

No lugar de seguir dietas padrões, os pesquisadores sugerem regimes mais personalizados, e colocar cada pessoa no centro de seu programa alimentar e não o contrário, o que permitirá não só ajudá-las a controlar seus níveis de açúcar, mas também a melhorar sua saúde, declarou o co-autor do estudo, Eran Elinav.

Os pesquisadores afirmam ter avançado no desenvolvimento de um sistema capaz de fazer uma melhor análise nutricional em função de cada pessoa.

O método necessitava que fossem enviadas amostras de fezes para analisar as bactérias do sistema digestivo. Os pesquisadores identificaram microrganismos específicos vinculados ao nível de açúcar no sangue depois das refeições.