Vencer o preconceito é uma necessidade para a detecção precoce e cura do câncer de próstata

Médicos do Instituto de Oncologia do Hospital Felício Rocho se deparam, diariamente, com o desafio imposto pelos números do sexto tipo mais comum de câncer no mundo e o segundo mais incidente entre os homens brasileiros

25/08/2014 05:00

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Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Denilson Santos Custódio: 'cerca de 50% dos homens têm preconceito de ir ao urologista e, principalmente, de fazer o exame de toque. O incômodo se refere à exposição pessoal, porque o exame é indolor' (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Os médicos do Instituto de Oncologia do Hospital Felício Rocho se deparam, diariamente, com um desafio imposto pelos números do sexto tipo mais comum de câncer no mundo e o segundo mais incidente entre os homens brasileiros: o câncer de próstata. Segundo dados do Ministério da Saúde, 68,8 mil novos casos devem ser diagnosticados este ano no país. Uma realidade ainda marcada por muito preconceito, como ressalta o urologista Denilson Santos Custódio.

O exame de toque retal, essencial para a prevenção do câncer de próstata, permanece como um tabu no universo masculino?
Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia revela que cerca de 50% dos homens têm preconceito de ir ao urologista e, principalmente, de fazer o exame de toque. No entanto, o incômodo se refere basicamente à exposição pessoal, que se assemelha ao da mulher quando vai ao ginecologista, pois o exame de toque retal, na verdade, é um exame indolor.

A partir de quando os homens devem iniciar o check up da saúde prostática?
A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que todos os homens entre 50 e 80 anos façam o check up. No caso de homens com parente de primeiro grau (irmão ou pai) com diagnóstico de câncer de próstata, a rotina deve ser iniciada a partir dos 45 anos. E, assim como a mulher vai ao ginecologista uma vez por ano, todo homem deve ir ao urologista nesse espaço de tempo, porque os resultados do tratamento da doença quando a doença é diagnosticada precocemente são muito melhores.


Para garantir um diagnóstico acertado, o exame de toque é associado a outros exames?
Com o exame que mede a taxa de PSA (Dosagem do Antígeno Prostático Específico) no sangue, é possível suspeitar se o paciente tem câncer de próstata ou outra doença prostática. Quando se faz apenas a dosagem de PSA, a chance de falha no diagnóstico é de 20%; e quando se faz exclusivamente o exame de toque, a chance de falha gira em torno de 30% a 40%. Entretanto, ao se associar os dois métodos, esses índices caem para 5%. Então, tanto o exame local quanto o exame de sangue são importantes para guiar a decisão do médico de fazer, por exemplo, uma biópsia da próstata, que garante o diagnóstico definitivo do câncer.