Pesquisadores de diversas partes do mundo estão preocupados com risco de dengue durante a Copa

O esforço mais recente em tentar prever um surto foi divulgado pelo Instituto Catalão de Ciência Climátias, na Espanha

por Correio Braziliense 19/05/2014 10:30

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Pesquisadores de diversas partes do mundo têm demonstrado preocupação com uma possível epidemia de dengue durante a Copa do Mundo, evento que atrairá mais de 1 milhão de viajantes ao Brasil entre 12 de junho e 13 de julho deste ano. O esforço mais recente em tentar prever um surto foi divulgado pelo Instituto Catalão de Ciência Climátias, na Espanha. A equipe, liderada por Rachel Lowe, desenvolveu um sistema que prevê o risco da infeção em 533 microrregiões brasileiras durante o torneio, revelando qual o risco que os turistas correrão nas 12 cidades em que os jogos serão disputados. As estimativas foram publicadas no periódico The Lancet The Lancet Infectious Diseases.

Lucas Pacífico/CB/D.A Press
Estudiosos concluíram que a ameaça da doença durante a competição é baixa, mas alertaram para um cenário mais perigoso em três cidades sedes: Natal, Fortaleza e Recife. BH ficou no nível médio de risco (foto: Lucas Pacífico/CB/D.A Press)
Ao analisar dados oficiais, os estudiosos concluíram que, de uma forma geral, a ameaça da doença durante a competição é baixa, mas alertaram para um cenário mais perigoso em três cidades sedes: Natal, Fortaleza e Recife. Curitiba, Brasília, Porto Alegre e São Paulo estão na lista de locais com baixa possibilidade de problema. Ainda de acordo com o estudo, o nível médio de alerta envolve Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Manaus.

Os especialistas sustentam o sobreaviso ressaltando que o Brasil é o país que mais registrou casos de dengue neste século, com mais de 7 milhões de casos reportados entre 2000 e 2013. “A preocupação sobre isso tem estampado manchetes, porém são baseadas em dados antigos. A possibilidade de um grande surto, que seja capaz de se espalhar para outros países, vai depender de um cálculo que inclui vários fatores, como a grande quantidade de mosquitos, o contato deles com os humanos e uma população suscetível’, disse Lowe, em um comunicado à imprensa.

Em um texto anexo à pesquisa David Harley e Elvina Viennet, ambos da Universidade Nacional da Austrália, ressaltaram que as possíveis vítimas do mosquito Aedes Aegypti no Brasil serão moradores de países de baixa ou média renda, “onde a introdução do vírus brasileiro fará pouca diferença”, pois são locais “em que a dengue já é epidêmica”.