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"Depois de discussões e deliberação sobre as informações fornecidas e no contexto da iniciativa global de erradicação da polio, o comitê entendeu que a propagação da polio em 2014 constitui um 'evento extraordinário' e um risco de saúde pública para outros Estados, para os quais uma resposta internacional coordenada é essencial", informou a OMS.
Para a organização, se essa situação não for administrada, a proliferação da doença poderá significar a falha da erradicação da poliomelite no mundo, uma das doenças mais sérias que podem ser prevenidas por meio de vacinação. De acordo com dados da OMS, 60% dos casos de polio foram resultado de contaminação por poliovírus selvagem, facilitada pela proliferação por adultos em viagens. Constatou-se que, em 2014, já houve a proliferação do vírus em três dos dez países contaminados - na Ásia Central (do Paquistão para o Afeganistão), no Oriente Médio (da Síria para o Iraque) e na África Central (de Camarões para Guiné Equatorial).
"As consequências de mais proliferação internacional são particularmente agudas atualmente, dada a grande quantidade de Estados livres da polio, porém frágeis por conflitos que comprometeram severamente a rotina dos serviços de imunização e que têm alto risco de recontaminação. Esses países teriam extrema dificuldade em organizar uma resposta caso o vírus selvagem seja reintroduzido", segundo a OMS.
Os dez países em que a organização considera que há contaminação por poliomielite são: Paquistão, Camarões, Síria, Afeganistão, Guiné Equatorial, Etiópia, Iraque, Israel, Somália e Nigéria
Brasil em fase diferente
No Brasil, o problema avançou para uma etapa diferente. A Associação Brasileira da Síndrome do Pós -Pólio explica que, com a chegada da vacina no país em 1989 e a erradicação da doença, atualmente os cursos de medicina não falam para os futuros profissionais sobre a poliomielite, ainda que haja muitos pacientes sobreviventes.
A desinformação prejudica os portadores da doença. Há aqueles que tiveram comprometimento dos membros, geralmente inferiores, e carregam sequelas desde leves até graves. Desses, 70% vão enfrentar a síndrome de pós-pólio, e, geralmente, são mulheres que sofreram a poliomielite aos 3 anos de idade. Veja aqui a reportagem completa.
Com informações da AFP e da Agência Brasil