Saiba como transportar seu bichinho em viagens aéreas

As companhias aéreas têm algumas regras para embarcar cães e gatos. Em geral, elas levam em consideração o tamanho e (acredite) o focinho do pet

por Revista do CB 03/10/2013 11:00

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A ideia de incluir seu cãozinho ou gatinho nas viagens de família parece pura diversão. Infelizmente, não é tão simples assim. Existem, pelo menos, dois fatores a serem ponderados. Primeiro, o passeio inclui deslocamentos aéreos? E qual é a raça da mascote? São questionamentos fundamentais porque cada empresa de aviação tem regras próprias a respeito — e nem todo animal consegue enfrentar voos sem sofrimento.

Comecemos por esse último aspecto: pets de focinho achatado (os chamados braquicefálicos) estão proibidos de embarcar em compartimentos de carga ou no porão da aeronave — cuidado observado por praticamente todas as companhias. O que acontece é que esses animais, devido a suas características anatômicas, são mais propensos a desenvolver problemas respiratórios e arritmia cardíaca, o que faz deles péssimos viajantes. O adestrador Lucas Von Glehn Duty, especialista em comportamento canino, explica que o transporte é estressante para qualquer bicho. Entre os braquicefálicos, como shih-tzus, buldogues, pugs, entre outros, o esforço pode ser fatal.

Zuleika de Souza/CB/D.A Press
Os shih-tzus de Maria Auxiliadora já viajaram de avião: pequeno porte contribui para o passeio (foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
Entre os animais com focinho achatado, há um grupo específico que corre ainda mais risco, são os que, além da particularidade genética, desenvolvem a síndrome braquicefálica, um agravante para esses pets que já têm a respiração afetada. “A síndrome é uma condição que pode surgir nesses animais, caracterizada por um prolongamento do palato e pela estenose das narinas, que é o estreitamento do orifício nasal”, detalha o veterinário Rafael Silva de Souza. Em ambos os casos, há uma exceção possível: os pequeninos, de menos de 5kg, podem sim voar, desde que ao lado do dono, na aeronave.

A restrição aos braquicefálicos é uma atitude preventiva das companhias. “Elas evitam para não haver riscos desnecessários, uma vez que o ambiente (de carga) é agressivo e barulhento”, explica Lucas. No porão, os bichos são acomodados em caixas pequenas, especialmente desenvolvidas para esse fim. É escuro e pode ser frio. Além disso, há o componente emocional, pois o pet ficará algumas horas sem companhia em uma situação à qual não está habituado.

As concessões são feitas com todos os cuidados. Além do atestado médico assinado pelo veterinário, exigido em todos os casos, os donos assumem total responsabilidade pelo o que pode acontecer ao animal. A história de Maria Auxiliadora se encaixa nessa descrição. A gestora possui quatro shih tzus e todos chegaram a Brasília via aérea. A primeira, Bela, de 1 ano e sete meses, veio de São Paulo como passageira, ao lado da dona, dentro de uma caixinha. “Ela foi a estrela da viagem, todos queriam vê-la”, diverte-se Maria.

Já os outros três não tiveram a regalia de viajar com “mãe” e foram enviados pelos vendedores como carga viva. Bob, Duke e Lady viajaram no porão da aeronave e, de acordo com Maria, isso não trouxe grandes problemas. “O Duke é que tem o focinho mais achatado, tem o osso mais afundado, e no entanto, chegou numa boa na gaiola. O Bob veio de Londrina, mas também não teve nenhum problema”, conta.

A gestora acredita que a situação depende do animal e também das precauções. Entre elas, o acompanhamento de um veterinário de confiança e até mesmo o uso de tranquilizantes. “Eu não vejo risco, eles se sentem confortáveis. O importante é comprar a caixinha que tenha mais espaço e que tenha janelas de ventilação.”

É preciso ainda chegar ao aeroporto com duas horas de antecedência, além de fazer uma reserva 24 horas antes da viagem. Ela é importante para que não sejam colocados muitos animais no mesmo voo, diminuindo as chances de inquietação. Apesar de todos os cuidados, Maria Auxiliadora entende que não há garantias. “Ao trazê-los, estou assumindo um risco, mas até hoje nada aconteceu”, completa.

De acordo com o veterinário Rafael Silva de Souza, antes de uma viagem ser considerada, devem ser realizados exames cardiológicos e respiratórios, que verificam quanto tempo o pet suporta dentro da caixinha e em um ambiente estranho sem ter a saúde prejudicada.

O posicionamento das companhias aéreas

Azul

A companhia não despacha nenhum tipo de animal, pois o porão não é pressurizado durante os voos. Só podem viajar os animais com menos de 5kg, que vão a bordo com os donos.

Gol

Faz o transporte de animais dentro da cabine e no porão, no entanto, não permite que animais braquicefálicos sejam despachados, com exceção daqueles com menos de 5kg. A companhia explica que tomou a decisão baseada na consultoria de veterinários, que atestaram as dificuldades respiratórias desses animais.

Avianca

Também não despacha animais com mais de 5kg em nenhuma hipótese. Os bichos são acomodados na cabine. Além disso a companhia tem o limite de apenas um animal por voo, buscando diminuir as chances de atrito.

TAM
A companhia tem o serviço de despacho para animais no porão da aeronave. A TAM evita fazer o transporte de cães braquicefálicos, mas faz concessões desde que o dono apresente o atestado do veterinário e assuma todas as responsabilidades.