Orelha

por 13/09/2014 00:13
Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

A “biografia” do Colégio Estadual


O jornalista Renato Moraes vai lançar hoje, às 11h, na Livraria Mineiriana (Rua Paraíba, 1,149), o livro Colégio Estadual, escrito para a coleção BH. A cidade de cada um (Conceito Editorial). Joia da arquitetura modernista projetada por Oscar Niemeyer, a escola instalada no Bairro de Lourdes foi um dos centros de excelência do ensino mineiro. Por lá passaram Dilma Rousseff, Humberto Werneck, Tostão, Henfil, Betinho, Elke Maravilha, Fernando Brant, Silviano Santiago. Quando o Estadual funcionava no Ginásio Mineiro, lá estudaram Aníbal Machado, Milton Campos, Fernando Sabino e Hélio Pellegrino.

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 O belo-horizontino Renato Moraes também estudou no Colégio Estadual. Jornalista, trabalhou na revista Veja e editou o caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo. Ex-editor-executivo da Revista Imprensa, ele lançou um guia sobre bares e botequins de BH.

Educação em debate

O educador português José Pacheco escreveu o livro Crônicas educação volume 2 – Denunciar e anunciar (Nossa Cultura), organizado por Samuel Lago. O trabalho questiona paradigmas usuais nas escolas brasileiras e prega a necessidade urgente de uma revolução nas salas de aula. Pacheco explica a experiência da Escola da Ponte, criada há 35 anos em seu país. O autor questiona o tradicionalismo na educação, o pensamento ultrapassado dos professores e os convida a repensar seu trabalho.

As aventuras de Banksy

Banksy – Por trás das paredes (Nossa Cultura), do jornalista Will Ellsworth-Jones, é uma biografia não autorizada do gênio do grafite. O propósito do livro não é “desmascarar” o autor das imagens geniais que se veem nas principais metrópoles do mundo. Jones mostra a maior proeza de Banksy, cuja identidade é um mistério: em apenas uma década, o “vândalo” e “fora da lei” se transformou em artista consagrado, ícone da cultura britânica e queridinho das galerias de arte.

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O grafiteiro não deixou de escapar das garras do capitalismo que tanto combate. Em leilões, seus trabalhos alcançam milhares de libras. Ninguém conhece seu rosto e suas entrevistas são concedidas apenas por e-mail, sob a alegação de que essa é uma forma de se proteger da lei. Mas o anonimato é relativo. Em 2003, disfarçado com barba, sobretudo, lenço no pescoço e chapéu, Banksy entrou na galeria birtânica Tate, em Bristol, passou pelos seguranças, foi ao segundo andar e pendurou o quadro que trazia numa sacola. A ação se repetiu em galerias de Paris, Nova York e Londres.

Homenagem a Celso Furtado

Para lembrar os 10 anos da morte de Celso Furtado, a viúva do intelectual, Rosa Freire D’Aguiar, reuniu documentos e escritos do marido em Anos de formação/ 1938-1948 – O jornalismo, o serviço público, a guerra, o doutorado (Centro Celso Furtado/ Contraponto). O volume traz textos escritos pelo economista aos 20 e poucos anos abordando temas como música, dança e teatro, publicados no jornal A Semana. Rosa traz a público cartas em que Celso comenta fatos ocorridos na Itália durante os meses em que ele serviu na 2ª Guerra Mundial. Depois do conflito, ele morou em Paris, na Iugoslávia e na Tchecoslováquia.

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O período que vai de 1938, fim dos estudos secundários, a 1948, quando concluiu o doutorado de economia em Paris, é fundamental para a trajetória de Celso Furtado. Dos 18 aos 28 anos, ele trabalhou como jornalista no Rio de Janeiro, experimentou a crítica musical e a literatura, ingressou no Departamento de Administração do Serviço Público (Dasp). Convocado para a guerra, serviu na Força Expedicionária Brasileira. Em Paris, dedicou-se à ciência política e cursou economia na Sorbonne. Em 1948, ingressou na recém-criada Cepal, no Chile, onde se tornaria conhecido
como economista.

Shakespeare em cordel

O livro Rei Lear em cordel (Amarilys Editora), escrito por Marco Haurélio e ilustrado por Jô Oliveira, dá novo colorido ao clássico do bardo inglês. A publicação sobre o drama do rei idoso que se vê às voltas da guerra de poder com os filhos integra a coleção criada para comemorar os 450 anos do nascimento de William Shakespeare. Na verdade, a trama é anterior à peça do aclamado autor inglês. Em 1147, o tema foi abordado em Historia regum britaniae, do galês Godofredo de Monmouth, e na Gesta romanorum, coletânea de contos e anedotas do século 13.


Raio-X da cultura

Saiu o segundo volume do Panorama Setorial da Cultura Brasileira, relativo ao biênio 2013-2014. O estudo busca conhecer o consumidor de produtos culturais no país. O trabalho é assinado pelas pesquisadoras Gisele Jordão e Renata Allucci, com apoio do Ministério da Cultura e da Vale. O lançamento está marcado para dia 16, em São Paulo.

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De acordo com o estudo, o consumo de atividades culturais ainda é realidade distante da maior parte dos brasileiros. Indagada sobre práticas culturais realizadas fora de casa no último ano, menos da metade dos entrevistados revelou ter esse hábito. Apenas 5% frequentaram bibliotecas, 6% visitaram cidades ou igrejas históricas e só 9% foram ao teatro. Entre as atividades mais frequentes está a religião, citada por 42% dos entrevistados, seguida do cinema, com 38%. No Brasil, destacam as pesquisadoras, a prática religiosa está intimamente ligada à inclusão social.

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