Cientista se apaixona pelo coronavírus em conto erótico vendido na internet

E-book está disponível na internet desde abril, mas se espalhou pela internet somente nos últimos dias. Leitores incrédulos compartilham suas impressões nas redes sociais

Estado de Minas 05/10/2020 09:14
Reprodução da internet/Amazon
Capa de Kissing the Coronavirus, e-book de 16 páginas (foto: Reprodução da internet/Amazon)


“Ela deveria curar o coronavírus. Ao invés disso... se apaixonou por ele”. A premissa bizarra está na capa do conto Kissing the Coronavirus” (Beijando o Coronavírus), que vem dando o que falar na internet nos últimos dias. O e-book está disponível em inglês no site da Amazon

A sinopse no portal diz o seguinte:  “A Dra. Alexa Ashingtonford faz parte de uma excelente equipe de cientistas encarregada de encontrar a cura para o devastador Coronavírus. Mal sabia ela que iria acabar se apaixonando por ele, neste erótico viral quente. Kissing the Coronavirus é um conto quente sobre o amor proibido e desejos sombrios que ganham vida”. O texto ainda diz que é a obra de estreia de M.J. Edwards em uma “tentativa de pagar as contas após perder o emprego”. 

Com apenas 16 páginas, o e-book é vendido por US$ 0,91 (R$ 5,19 até o início da manhã desta segunda-feira). Apesar de estar disponível desde abril, ele ganhou as redes sociais – principalmente no Brasil – na última semana. Algumas pessoas se divertiram com a leitura, e outras condenam o conteúdo produzido em cima de algo sério. Veja algumas reações no Twitter:




"A Dra. Alexa Ashingtonford olhou para o tubo de ensaio entre os dedos, suas unhas perfeitamente rosadas colidindo com o líquido pálido e borbulhante de dentro. Ela reconheceu o poder que tinha nas mãos, o vírus que havia ceifado tantas vidas e que fazia seu coração bater furiosamente, como um tigre selvagem se debatendo em sua jaula. O coronavírus", diz outra passagem do conto, reproduzida por um leitor.

Segundo resumos que circulam pela internet, Bob Gurtlychung, um cientista maligno, é infectado pelo coronavírus e usa uma vacina não testada em si mesmo para tentar se curar, mas ele mesmo acaba se transformando a criatura híbrida de pele verde que aparece na capa do conto, satisfazendo os “desejos sombrios” da doutora Alexa. E ele pede para ser chamado de Covid. 

Vários leitores compartilharam suas impressões na Amazon. “Não tenho certeza do que acabei de ler, mas foi uma viagem e tanto. Esta história tem 16 páginas de pura insanidade. Aplaudo a autora por sua imaginação, embora eu tenha um pouco de medo de tudo o que ele vai inventar no futuro. Eu teria dado uma estrela, mas você me fez rir do início ao fim, o que é uma façanha no clima de hoje. Então obrigado”, disse um deles. 

“Aqui estou, consegui. Eu li e, oh, cara. Eu não sei o que dizer. Quer dizer, isso existe! Está aqui! É algo real que alguém realmente escreveu!”, diz outra resenha. 

No Goodreads, portal de resenhas também ligado à Amazon, o autor Robert Winter, que usa o pseudônimo M.J. Edwards, disse não ser o responsável pelo livro. Na nota “Eu não sou o autor de Kissing the Coronavirus”, publicada no último sábado na página dedicada ao conto, ele diz: “Acabo de tomar conhecimento de um livro, Kissing the Coronavirus, que aparece sob meu pseudônimo e aparentemente usa minha foto como se eu fosse o autor. Não sou e não sei nada sobre este livro”, disse. 

A autoria do conto continua um mistério, mas fato é que o coronavírus – a pandemia real que assola o planeta desde o início deste ano – já infectou mais de 35 milhões de pessoas e provocou mais de 1 milhão de mortes pelo mundo - 146.352 no Brasil, segundo o boletim do Ministério da Saúde desse domingo.