Há 30 anos, o blues perdia Stevie Ray Vaughan, uma das figuras icônicas do estilo

Gênero ainda busca nomes e grupos relevantes para se renovar

Estado de Minas Correio Braziliense 27/08/2020 09:15
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Em 3 de fevereiro de 1959, um avião de pequeno porte caiu próximo da cidade de Clear Lake, Iowa. A bordo da aeronave, estavam Buddy Holly, Ritchie Valens e J.P. Richardson, todos mortos no acidente.

Devido às incríveis perdas para a comunidade artística, o episódio ficou imortalizado na música American pie, de Don McLean, como 'o dia em que a música morreu'.

Trinta e um anos depois, em circunstâncias parecidas, a música, mais precisamente o blues, voltaria a sofrer um golpe mortal, com a morte do guitarrista Stevie Ray Vaughan. Em um dia nublado de 27 de agosto de 1990, depois de se apresentar com Eric Clapton na cidade natal de Vaughan, East Troy, Wisconsin, o guitarrista de blues e mais três integrantes da equipe de Clapton seguiram de helicóptero para Chicago.

Devido às péssimas condições climáticas, a aeronave colidiu com uma colina no início da madrugada, matando todos a bordo instantaneamente. À época do acidente, o guitarrista estava em uma espécie de turnê de redenção, tentando se recuperar do vício do álcool e das drogas.

O mundo da música, então, perdeu aquele que, depois de B.B.King, foi o grande embaixador do blues. "Já em 1989, a reputação de Stevie era tal que o seu nome era mencionado ao lado de gente como Jimi Hendrix como um dos melhores guitarristas de todos os tempos", escreveu a revista Ultimate Classic Rock.

Ao lado de sua banda de apoio, a Double Trouble – o baixista Tommy Shannon, que tocou por anos com Johnny Winter, o baterista Chris Layton e o tecladista Reese Wynans -, Stevie foi uma espécie de furacão nos anos 80. Ele revolucionou o modo de tocar guitarra e trouxe de volta ao cenário o blues, após um grande período de estagnação.

Vaughan lançou somente cinco discos de estúdio e um ao vivo. Em 1982, tocou pela primeira vez no Festival de Jazz de Montreux. Foi assistido por David Bowie, que assistia ao festival meio disfarçado. O Camaleão, então, o chamou para tocar em seu próximo disco, que seria o sucesso oitentista Let's Dance (1983).

Apesar da genialidade, começou gravar tarde, e lançou seu primeiro álbum, "Texas Flood", em 1983, aos 29 anos de idade, e aí sua carreira decolou. Seu nome era fácil em festivais nos Estados Unidos e no Canadá.

Desde o lançamento do disco, sua destreza técnica foi evidenciada e ele entrou no patamar de 'guitar hero', ao lado de outros grandes nomes da época, como Eddie Van Halen, Steve Morse, Mark Knopfler e Joe Satriani.

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