Lagum faz parceria com Iza em 'bar faroeste'

Banda mineira e cantora lançam single Será, inspirando nos clássicos de faroeste, cuja letra faz referência ao samba de Zeca Pagodinho

Fernanda Gomes* 22/06/2020 07:45
Gabe Gode/DIVULGAÇÃO
Banda mineira Lagum lança Será, em parceria com Iza. Single e clipe são inspirados nos clássicos de faroeste e letra faz referência ao samba de Zeca Pagodinho (foto: Gabe Gode/DIVULGAÇÃO)
Barris de cerveja, móveis de madeira, cartas de pôquer e pessoas armadas com pistolas e vestidas com coletes, botas de couro e roupas em tons terrosos. Esse é cenário do clipe Será, nova música da banda mineira Lagum, em parceria com a cantora Iza. Inspirado nos clássicos filmes de faroeste, a letra fala sobre a vida e faz referência ao samba de Zeca Pagodinho. O clipe está disponível no YouTube da banda e o single nas plataformas de streaming.

A ideia de o clipe se passar em um autêntico bar de faroeste surgiu enquanto Pedro Calais, vocalista da Lagum, assistia ao filme Os oito odiados (2016), de Quentin Tarantino. “É um filme em que várias coisas estão acontecendo dentro de um bar. E aí comecei a assistir outros filmes do Tarantino, em que ele cria um universo e trouxemos isso não só para o single, mas também para o disco”, revela.

Assista:


“Também pensei na música quando vi Os oito odiados, que tem um tema 'tan tan tan tan' e me remeteu a uma cavalgada”, completa o músico. Será é o segundo single lançado do novo disco da banda, que, segundo Calais, ainda não pode ter o nome revelado, pois estragaria a surpresa para os fãs e daria spoilers sobre os próximos lançamentos. O primeiro single, Hoje eu quero me perder, foi lançado em março.

O disco estava previsto para julho. Mas, por causa da pandemia e do isolamento social, teve o lançamento adiado por tempo indeterminado. “Esse será o terceiro álbum da nossa vida e é o melhor trabalho que fizemos até agora. A parte visual será muito importante e as pessoas podem ter expectativas muito altas”, garante Pedro.

Os fãs da banda mineira terão que esperar o fim das restrições de isolamento social para conferir o álbum completo. “Tivemos que mudar o nosso planejamento e abortar a missão. Vamos lançar quando der para fazer show”, explica Calais. No entanto, o músico adianta que a nova turnê, ainda sem data, será uma das maiores do grupo. “No final do clipe (Será), a gente já entrega um spoiler: nossos clipes vão ter sempre uma continuação.”

Na história de Será, Pedro Calais e Iza interpretam dois pistoleiros do Velho Oeste que acabam entrando em uma briga com frequentadores de um bar. “A Iza é um dos maiores nomes da música, canta demais e tem muitas ideias boas. A gente a admira e viemos falando dela desde o início de 2019. E quando rolou de fazer a parceria, vibramos demais, porque somos muito fãs dela”, comemora o vocalista da Lagum. O vídeo foi gravado em fevereiro, antes de o isolamento começar.

TATUAGENS


Durante a quarentena, Calais, que está passando esse período com a família, conta que começou a se aventurar como tatuador. “Tatuo o meu irmão e ele me tatua. Sempre gostei disso, mas parecia muito difícil ter uma maquininha. Um dia, surtei e pensei: 'Vou ver como é'. Falei com um amigo e consegui uma máquina com ele. Já tatuei a minha perna, meu irmão… A gente cria personagens, frases engraçadas e piadas internas”, diverte-se.

O cantor ressalta a importância do isolamento na pandemia. “Neste momento, é muito importante estarmos em casa. Estou sem rotina, vou fazendo o que aparece para fazer: se der fome, eu como, se der vontade, ligo a TV...”. Calais conta que neste período também começou a ler mais, assistir a mais séries e filmes, e voltou a praticar exercícios físicos com regularidade. O livro Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez, preferido do músico, é uma indicação dele para esta quarentena.

Mesmo com o isolamento, Pedro e Otávio Cardoso,  Jorge, Tio Wilson e Chicão Jardim, os outros integrantes da Lagum, continuam planejando os próximos lançamentos por meio de reuniões on-line. “Estamos trabalhando bastante, pelo celular parece que trabalhamos mais do que no presencial. Mas tá sendo bom para pensarmos mais no conceito (do disco) e esperamos que isso passe logo.”

*Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro

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