Casuarina convida todo mundo para sambar no Instagram

Banda carioca comemora seus 18 anos com novo disco e live, nesta segunda (13) à tarde. Show e bate-papo começam às 16h20

Irlan Rocha Lima 13/04/2020 08:28
Leo Aversa/divulgação
Cria da Lapa Carioca, a banda Casuarina é um dos destaques da cena contemporânea do samba (foto: Leo Aversa/divulgação)


Tradicional bairro boêmio do Rio de Janeiro, a Lapa marcou época por ser reduto de sambistas famosos, da estirpe de Noel Rosa, e “malandros históricos”, como o lendário Madame Satã.

Depois de viver longo período de decadência, o bairro, a partir dos anos 2000, passou por profundo processo de revitalização graças ao setor cultural. Contribuíram para isso cantores e grupos de samba que ocuparam palcos das casas noturnas Arco da Velha, Carioca da Gema, Semente e Rio Scenarium, além do Clube Democráticos, Circo Voador e da Fundição Progresso.

Um desses grupos é o Casuarina, que comemora seus 18 anos com disco gravado no Centro Cultural Carioca, prédio centenário nas imediações da Lapa.

Gabriel Azevedo (voz e pandeiro), Daniel Montes (violão), João Fernando (bandolim) e Rafael Freire (cavaquinho) montaram repertório com algumas canções já registradas por eles e outras inéditas. Nesta segunda-feira (13), às 16h20, o grupo faz live (www.instagram.com/casuarinaoficial) para conversar com o público e apresentar seu novo trabalho. Na terça-feira (14), no mesmo horário, tem repeteco na página da banda no Facebook.

Entre as 10 faixas do novo álbum estão Canto de Ossanha (Baden Powell e Vinicius de Moraes) e Disritmia (Martinho da Vila), pinçadas dos primeiros discos, e Certidão, de João Cavalcanti, cantor e compositor que deixou a banda em 2017 para seguir carreira solo.

O repertório conta também com as inéditas Um samba de saudade (Chico Alves e Toninho Geraes) e Falangeiro de Ogum (Leandro Fragonesi e Raul Di Caprio). Todas as faixas ganharão clipes. Nesses 18 anos de estrada, a banda carioca lançou oito discos e dois DVDs.

Entrevista

Gabriel Azevedo e Daniel Montes
Músicos

Como o Casuarina enfrenta estes tempos de pandemia e quarentena?
Gabriel Azevedo – Já fizemos algumas lives, estamos bem presentes em nossas redes sociais para não perder o contato direto com o nosso público, principalmente neste momento de lançamento do novo trabalho. Mas estamos ansiosos para isso passar e podermos viajar com o show pelo país.

Como você avalia os 18 anos do Casuarina?
Gabriel Azevedo – Foram 18 anos de muito trabalho e dedicação ao samba. Passamos grandes momentos juntos, conhecemos muitos lugares mundo afora, tendo sempre o prazer de representar nossa cultura. Não podemos reclamar de nada.

O grupo deu importante contribuição para a revitalização da Lapa. O bairro contribuiu para a inserção do Casuarina na cena musical carioca e do país?
Gabriel Azevedo – A Lapa é uma grife, tornou-se uma bandeira, um case de sucesso. Em todos os lugares do Brasil e do mundo a que vamos nos perguntam sobre a Lapa. Temos muito orgulho de ter feito parte dessa história, contribuindo com nossa arte para o sucesso desse processo. A troca foi produtiva para ambas as partes.

Bateu emoção ao gravar Meu apelo, do mestre Wilson Moreira, principal referência do Casuarina?
Daniel Montes – Muita emoção. Wilson Moreira foi a nossa referência primordial no samba. Desde os primeiros movimentos do Casuarina, nas noites de sábado da casa Dama da Noite, no início dos anos 2000, Moreira generosamente nos visitava e compartilhava conosco sua sabedoria. Meu apelo é lindíssima, uma obra de arte composta apenas por ele. Ficamos muito felizes por gravar esssa música.

A gravação de Certidão, samba de João Cavalcanti, é uma prova de que não há desavença entre a banda e seu ex-integrante?
Daniel Montes – Nunca houve desavença. João é nosso irmão, convivemos juntos intensamente por quase 17 anos, somos uma família. Certidão é uma composição de João Cavalcanti e João Fernando.
 
18 ANOS – AO VIVO
. Biscoito Fino
. 10 faixas
. Disponível nas plataformas digitais

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