Violino popular ganha destaque no disco 'Catopê', de Guilherme Pimenta

Álbum autoral do compositor e violinista de Montes Claros tem choro, forró, xote e frevo. O acordeonista Marcelo Caldi e o gaitista Gabriel Grossi participaram do projeto

por Augusto Pio 15/10/2019 06:00
Vanessa Cafasso/divulgação
Guilherme Pimenta comemora a boa recepção de Catopê na Europa (foto: Vanessa Cafasso/divulgação)

Nascido em Montes Claros e radicado no Rio de Janeiro, o violinista Guilherme Pimenta lança  Catopê, seu primeiro álbum. Gravada no estúdio carioca Frigideira, a produção independente tem nove faixas, sete compostas por ele. “O disco apresenta estilos diversos, como choro, forró, xote, frevo e até um rock com a formação de quarteto – violino, violão, contrabaixo e bateria”, afirma. Além dele, o grupo reúne o baterista Lourenço Vasconcelos, o baixista Pablo Arruda e violonista Daniel Ganc.
 
Cinco convidados gravaram com Pimenta: o violinista Ricardo Herz (a faixa Relento), o bandolinista Luís Barcelos (Violino na roda), que também é o produtor do disco, a pianista Luiza Aquino (Choro da Chica), o acordeonista Marcelo Caldi (Lu no forró) e o gaitista Gabriel Grossi (Cabeludo).
 
“Esse trabalho chega como uma contribuição para a inserção do violino na cultura popular brasileira”, explica Pimenta, que é também arranjador. De acordo com ele, os focos do álbum são a música popular e improvisação.
Guilherme Pimenta começou a tocar violino quando morava em Montes Claros. Até os 18 anos, ele estudou no conservatório da cidade natal. “De lá fui para Belo Horizonte e depois para os Estados Unidos, onde fiz mestrado em Albuquerque, no Novo México. Voltei para o Rio em 2014. Optei pelo violino por achá-lo um instrumento interessante, bonito. Vi que estava ali a minha vocação”, conta.
Há anos Pimenta frequenta os redutos cariocas do choro e do forró. “O Rio é efervescente, tem uma cena muito forte desses dois movimentos. Sempre que podia, dava minhas canjas com os músicos locais e isso me influenciou bastante. Foi assim que surgiram as músicas do disco. Os arranjos são meus, mas contei com a colaboração de todos do quarteto.”
 
Recentemente, Pimenta e seu grupo lançaram Catopê na Europa. “Estivemos na Alemanha, Holanda e Suíça, onde fomos muito bem recebidos. As pessoas adoraram o nosso trabalho. Fizemos vários shows, foi muito bom. Agora vamos cuidar da turnê brasileira”, diz Guilherme. O nome do disco é homenagem à cidade natal dele. “Montes Claros é muito rica em manifestações populares como o catopê”, explica.
 
O mineiro usa o violino e o violão para compor. “Choro da Chica, por exemplo, foi feita ao violão, mas as outras foram compostas ao violino, que é o meu forte”, conta. Ele estudou violão clássico, mas confessa ter paixão pela música popular. “Nos últimos anos, minha carreira e estudos são voltados para o violino popular, movimento que está crescendo muito no Brasil.”
 
Catopê está disponível nas plataformas digitais. Paralelamente aos shows, Guilherme dá aulas particulares de violino e participa de workshops. “Neles, falo sobre a música popular e a improvisação para cordas friccionadas. Já levei meu projeto a algumas universidades no Brasil e também do exterior”, orgulha-se.
 
Guilherme Pimenta/divulgação
(foto: Guilherme Pimenta/divulgação)
 
 
 
CATOPÊ

De Guilherme    
Pimenta
Independente
Nove faixas
Disponível nas     
plataformas digitais

REPERTÓRIO

Rala coxa
Relento
Xote blues
Violino 
na roda
Quebra canela
Choro da Chica
Lu no forró
Choro clandestino
Cabeludo 

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