Lagum promete show especial em BH para abrir turnê 'Coisa da geração'

Fenômeno da música jovem, banda mineira lança o segundo disco, sábado (29), no KM de Vantagens Hall. 'É um mix de emoção, felicidade e ansiedade', diz o guitarrista Glauco Borges

por Ângela Faria Tiago Rodrigues* 25/06/2019 09:00
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Lagum lança a turnê Coisa da geração com show sábado, no KM de Vantagens Hall (foto: divulgação)
Eles falam do preço do pão de queijo, da mamãe e da saudade de casa. Também cantam o amor e a liberdade, celebram a natureza, curtem a Lua. Fenômeno da música jovem brasileira, a banda mineira Lagum vem conquistando a garotada com letras alto-astral, canções "good vibes" e muita disposição para a estrada. Sábado (29), o quinteto surgido em Brumadinho lança o disco Coisa da geração em BH, abrindo a turnê que passará por São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba antes de desembarcar em Portugal – Lisboa e Porto estão na agenda.

O disco chegou às plataformas digitais em 14 de junho. As 14 faixas já ultrapassam 11 milhões de streams. “Belo Horizonte é a nossa cidade, crescemos aqui. A gente passou muito tempo fazendo shows pelo Brasil, mas poucos em BH. Então resolvemos que o primeiro seria aqui", diz o cantor e compositor Pedro Calais, de 22 anos.

“Vai ser um momento especial pra caramba”, promete Calais, anunciando um convidado especial: o cantor Jão, que participou da faixa Andar sozinho. O paulista, de 25 anos, é outro destaque da novíssima cena. A banda DaParte está encarregada de abrir a noite.

“A expectativa da gente com a nova turnê é gigantesca. Estamos todos ansiosos para chegar a novos lugares do país. É um mix de emoção, felicidade e ansiedade”, afirma o guitarrista Glauco Borges.

Lagum – cujo nome homenageia a lagoa de Brumadinho frequentada pelos rapazes – é estrela da chamada chamada "MPB fofa", "pop ameno" ou "pop good vibes", cujas letras e melodias suaves fazem sucesso entre os jovens e bombam na internet. A banda é da mesma "praia" de Anavitória, Tiago Iorc e Ana Vilela. A sonoridade mescla reggae, rock, bossa nova e balada. Há também uma pitada de rap melódico em Pedro, protesto contra lanchonetes de aeroporto ("Como é que pode/ Um pão de queijo custar sete e noventa?/ Tá de brincadeira").

Porém, Pedro Calais diz que Lagum não se prende nem a ritmos nem a rótulos. E haja influências – Clube da Esquina, Mamonas Assassinas, Beatles, Red Hot Chili Peppers, Charlie Brown Jr... Aliás, Turma do Pagode está presente na playlist do rapaz.

VIZINHOS 

Tudo começou em 2014, quando Calais postou o vídeo de uma de suas canções nas redes sociais. Bombou. A conselho de um conhecido, montou banda com vizinhos e subiu ao palco da casa de shows onde esse "conselheiro" era promoter. Lotou. As redes sociais projetaram os mineiros, que lançaram o disco Seja o que eu quiser em 2016.

Neymar – sempre ele – ajudou a divulgar a banda, em plena Copa do Mundo, ao tocar a romântica Deixa, parceria com Ana Gabriela, em seu stories. Essa música e Eu não valho nada, com a participação de Cynthia Luz, bateram 70 milhões de acessos nas redes. A versão eletrônica de Eu não... é assinada por outro fenômeno jovem de Minas: o DJ KVSH, nova-limense de 25 anos.

Lagum já dividiu palco com Skank, Jota Quest e Tianastácia, fez sucesso no programa Sótocapop, da Globo. Cantor do Jota, Rogério Flausino aprova, com louvor, o som da banda. Em abril, ele se apresentou com Pedro Calais no Lollapalooza Brasil, em São Paulo, a convite de KVSH.

Em entrevista ao Estado de Minas, Flausino elogiou "o borogodó" do Lagum e saudou o encontro de gerações: "No Jota, sempre admiramos o Clube da Esquina. Agora vejo o Lagum, com um estilo de pop rock, com reggae e MPB, que me agrada muito. De verdade. Estou muito feliz de estar com essa molecada, que é muito talentosa e pé no chão.”

Lagum é uma banda de jovens que canta para os jovens – o título do novo álbum, Coisa da geração, aposta da Sony Music no segmento "fofo", não deixa dúvida disso. Os rapazes – Calais (voz), Otávio Cardoso (voz e guitarra), Glauco Borges (guitarra) e Francisco Jardim (baixo) – têm de 22 a 24 anos. A exceção é o baterista. Aos 33 anos, compreensivelmente, ganhou o nome artístico de Tio Wilsom.

COBRANÇA 

E o Tio avisa: Lagum quer mais. “No início, não passava de brincadeira. Agora, com o segundo disco, a responsabilidade aumenta. Essa cobrança de querer buscar mais é comum, faz a gente querer cada vez mais. A ideia é lançar esse CD agora já pensando no terceiro. Que a gente viva disso pro resto da vida”, diz Wilsom.

Coisa da geração foi produzido pelo britânico Paul Ralphes, que trabalhou com Kid Abelha e Skank. “Ele trouxe organização pra gente, sem nos limitar em nada. Um maestro”, conta Pedro Calais, ressaltando que a banda participou de todo o processo.

No YouTube, os fãs podem conferir os descontraídos clipes de algumas faixas, com pequenas histórias inseridas no contexto. Canções que não ganharam vídeo surgem em animações, lembrando o efeito boomerang do Instagram durante a reprodução. Bem-humorado, o quinteto marca presença junto de objetos citados nas letras.

Antes do lançamento do disco, três singles foram divulgados: Chegou de manso, hit dançante, a romântica Andar sozinho, com Jão, e Detesto despedidas. Em poucos meses, conquistaram de 4,5 milhões de acessos.

MAMÃE 

Pedro Calais compôs Oi para a mãe: "Oi/ Liguei pra dizer que hoje eu não vou voltar/ Não me espera em casa/ não deixa o jantar.” O clipe superou 881,5 mil visualizações no YouTube. Em entrevistas, ele tem brincado, revelando que ela já está fazendo planos de viajar para Portugal com o Lagum. O reggae Grato um tanto aposta na positividade ("Só espero/ que isso nunca acabe/ Mais um dia na minha boa fase/ Tanta história pra contar”). Ares jamaicanos dão o tom à romântica Reggae bom ("Diz que vai voltar/ mas não vou ficar parado, amor/ Esperando 'cê' chegar").

Em Falando a verdade, Calais "discute a relação" em clima voz, violão e balada: "Falando a verdade/ Deu vontade de ligar/ Dizer um oi, sumida/ Como você tá?/ Já faz um tempo que eu não ligo e é por querer/ Eu vou deixando acumular até a gente se ver (...) Seus desejos são maiores/ Do que eu posso ver/ Meus motivos são maiores/ Do que eu posso entender". Não é à toa que as meninas tanto paparicam Lagum nas redes sociais...

As letras remetem ao conturbado mundo contemporâneo, que tanto desafia os jovens. Pedro Calais diz que o novo álbum está sintonizado com esse mundo – seja no âmbito da família, do amor ou das ruas. "Sou só eu/ ou mais alguém também se sente estranho aqui? (...) Mas fazer o quê?/ Me disseram que é coisa da geração/ Não me leve a sério demais/ Que eu te levo e não volto mais", diz a faixa-título.

* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria



COISA DA GERAÇÃO
Abertura da turnê nacional da banda Lagum. Sábado (29), às 22h. KM de Vantagens Hall. Avenida Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi, (31) 3209-8989. Ingressos: de R$ 48 a R$ 100. Informações: premier.ticketsforfun.com.br


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