Geraldo Vianna lança álbum com músicas autorais e clássicos da MPB

O músico lança Solitude, trabalho que mostra habilidade técnica, massem abandonar o lirismo. O novo projeto traz canções autorais e clássicos de Noel Rosa e Dorival Caymmi, entre outros

por Augusto Guimarães Pio 09/05/2019 16:06

Mary Lane Vaz/Divulgação
Geraldo Vianna vai priorizar as plataformas digitais em seu novo trabalho, mas não descarta turnê de Solitude (foto: Mary Lane Vaz/Divulgação)
Com Solitude, o violonista, compositor, arranjador e produtor Geraldo Vianna chega ao seu 24o trabalho. “Divididos em CDs, DVDs e audiolivros”, explica o músico. Lançado pelo selo Gvianna Produções e gravado nos Estúdios Bemol, tendo Ricardo Cheib como técnico de gravação, o disco traz 10 faixas, sendo duas autorais, Ella, que é uma balada instrumental, e O beijo, canção composta em parceria com Fernando Brant.

 

“As outras são canções de artistas consagrados, como Noel Rosa, Dorival Caymmi, Sinhô, Caetano Veloso e Gilberto Gil, entre outros. É um trabalho gravado em solos de violão e conta com arranjos meus”, explica. 

 

 Vianna lembra que gravou o CD em dois dias. “Inicialmente, pensei em gravar somente sambas e cheguei até a selecionar alguns que sempre gostei de ouvir e tocar. Na realidade, queria mostrar este meu lado de tocar samba e o lado lírico das músicas românticas e baladas. Acabou que este disco ficou do jeito que eu queria, ou seja, com um pouco de virtuose, mas, ao mesmo tempo, sem deixar de mostrar um outro lado mais lírico. Éaprimeira vez que interpeto O beijo, instrumentalmente. Ela já foi gravada pelas cantoras Regina Milagres e Mariana Brant”, ressalta.

 

O músico mineiro conta que, quando entrou em estúdio, já tinha um esqueleto das canções que estariam no CD. “Algumas, inclusive, já tinha até tocado em meus shows. Na verdade, tinha um esboço. E, a partir dali, combinei o Ricardo Cheib (técnico de gravação) que faria três takes de cada. Acabou que nem foi preciso, pois teve música que gostei logo de cara da primeira gravação. Gosto de dizer que fiz uma imersão, pois entrar para um estúdio e tocar durante quatro horas é muito difícil, mas tudo ficou a contento. O disco está muito bacana e gostoso de se ouvir”, garante.

 

  Vianna diz que não pretende fazer shows de lançamento de Solitude no momento, pois deixará o disco rodando nas plataformas digitais por enquanto.“Mais pra frente, vou olhar algumas datas e, quem sabe, fazer até uma turnê de lançamento? Neste disco tem muita coisa legal, como o arranjo de propus para violão instrumental para a música de Caetano e Gil, No dia em que eu vim-me embora. Confesso que fui ousado, mas reconheço que ficou muito bom. É uma música muito importante, daquela época da ditadura, mas que tem uma melodia mais sofisticada, linda. Fiz um arranjo especial para ela e acredito que tenha ficado bom e que as pessoas vão gostar.”

 

O músico conta que este disco o pegou numa fase madura de violão, isto acabou por tornar as coisas mais fáceis. “Minha ideia era entrar para o estúdio e gravar um disco solo, como se fosse ao vivo. Quero dizer, entrar, improvisar e gravar, sem ser um CD muito intelectualeacho que consegui este objetivo. Mas tem muita improvisação nas minhas execuções, mas, também, muito feeling”, confessa Vianna, que diz ter muita música e arranjos prontos. “Acredito até que não conseguiria gravar tudo durante a minha vida.” 

 

Ele adianta que lançará ainda este ano, nas plataformas digitais, um audiolivro com suas crônicas. “Penso que deverá ser com uma pessoa narrando, acompanhada de uma trilha sonora”, revela. “No momento, também estou produzindo um disco de uma banda e preparando um show dos músicos Ladston Nascimento e Antônio Martins, uma parceria dos dois, que estreará em breve. Trata-se de Missa dos contos de Deus”, revela.

 

PARCERIAS O músico é natural da cidade de Nova Serrana, no Oeste mineiro, mas mudou-se para BH ainda na adolescência. Gravou seu primeiro LP, Grilos no campo, nos Estúdios Bemol, em 1989.“Estava começando minha carreira musical naquele momento. Ainda penso em passar este disco para CD. Gosto muito dele, que alcançou sucesso de público e crítica. Até já coloquei algumas músicas dele nas plataformas digitais.”

 

Além de Fernando Brant, com quem manteve parceira durante 15 anos e fez várias canções, Vianna também teve como parceiros Aloysio Reis, Antõnio Martins, Diego Drexler, Jorge Fernando dos Santos, Paulo Gabriel López Blanco e Valter Braga. “Atualmente, estou desenvolvendo um projeto de um álbum com parcerias musicais e shows com o letrista e escritor Paulo Sérgio Valle”.

 

Em 2005, o músico escreveu e dirigiu o documentário Violões de Minas, que contou com a participação dos violonistas Toninho Horta, Chiquito Braga, José Lucena Vaz, Weber Lopes e Gilvan de Oliveira. Ultimamente, Vianna vem se apresentando em vários países da América Latina, Europa e Japão, apresentando um show de música instrumental, levando sua música e trabalho de arranjador e produtor. 

 

SOLITUDE – GERALDO VIANNA

. Gvianna produções

. 10 faixas

. Preço sugerido: R$ 20

. Em todas as plataformas digitais a partir de 10 de maio 

 

 

 

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