E não decepcionou. Fãs como Julia Viana, 16 anos, e seu irmão Pedro viana, 30, fazem parte da geração que passou a gostar da banda mesmo sem ter ido em nenhum show. Eles estavam ansiosos para assistir, pela primeira vez, o grupo carioca e não pouparam elogios ao reencontro desses quatro barbudos.
“Espero escutar hoje 'Ana Júlia', por que é meu nome, claro. 'Conversa de Botas Batidas' e 'Retrato pra Iaiá'", relata Ana.
Quatro anos depois do último encontro, os Hermanos se reuníram novamente para iniciar a terceira turnê da banda, com nove shows pelo Brasil, 12 anos após a aposentadoria dos palcos, em 2007. Outras seis apresentações irão ocorrer até 18 de maio pelo país.
A banda conseguiu transitar por todos os seus discos. No repertório, clássicos como “A flor” e “Além do que se vê” abriram o show de forma agitada na voz de Camelo. Seguido de Amarante, com “Retrato pra Iáiá, uma das mais esperadas da noite.
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O show também teve seu momento leve, um clima mais lento. Iniciado com a canção “Primeiro andar”, do disco 4 (2005). Mas tem seu ápice quando Amarante interpreta “Sentimental”, do álbum “Bloco do eu sozinho” (2001). Nesse momento, o local é iluminado feito estrelas com luzes de celulares.
A energia que faz o público pular volta com as músicas “Quem sabe” e “Descoberta, faixas que abusam dos metais em sintonia com as guitarras. E depois o clássico, “Anna Júlia”, do disco de estreia “Los Hermanos” (1999).
E, claro, não deixou de lado a recém-lançada 'Corre corre’. Apesar de ter sido divulgada ao público em 2 de abril, apenas alguns dias antes do início da turnê, a canção já está aprovada pelos fãs, que mostraram que não vieram à Esplanada do Mineirão para ficar parados.
Como é de praxe, enquanto os músicos afinam seus instrumentos, os dois vocalistas conversam com os fãs à frente do palco. Em certo momento, em uma dessas pausas, gritos contra Bolsonaro foram motivados pela plateia.
Depois de uma “falsa” despedida, eles voltaram ao palco e encerra a noite com o bis de três canções:"Verão", "Azedume" e "Pierrot".
O reencontro não foi apenas entre o grupo, mas também com antigos e novos fãs. Muitos nunca tinham tido a oportunidade de ver os Hermanos no palco. Porém, isso não foi empecilho para que a jovem plateia se deslumbrase com a performance dos velhos companheiros e cantasse de cor o 'lado A' e o 'lado B' da banda carioca.
Luiza Coelho, 32 anos, e Mariana Araujo, 33, são fãs da velha guarda, e acompanham a banda desde que o primeiro CD, de 1999, "Los Hermanos". Segundo Luiza, na última turnê, em 2015, as duas foram em quase todos os shows. Além de uniformizadas, Mariana exibe a tatuagem da música que mais gosta, Último Romance.
As três amigas, Paula Motta, 30 anos, moradora de Belo Horizonte, Flávia Kelmer, 31, e Carolina resende, 32, de Juiz de Fora, estavam juntas para curtir o show da banda Los Hermanos. "Estou ansiosa para ver, nunca consegui ir a nenhuma de suas reuniões anteriores", relatou Paula. Já Carolina esteve presente nos shows de 2012 e 2015. Ela é a responsável por fazer suas amigas escutarem a banda. "Alem de curtir eles hoje em BH, iremos para o show no Rio de Janeiro", afirma a fã da banda carioca.
Parece que a distância de tempo – já que se reuniram pela última vez há quatro anos – e de espaço – Camelo mora em Lisboa, Amarante em Los Angeles e Rodrigo Barba e Bruno Medina com endereços atuais no Rio de Janeiro –, não abala a dinâmica e cumplicidade dos músicos no palco.
O grupo continua com uma performance que não deixa o público parar para respirar. Certa hora, exaltação com as guitarras, ligeiramente, dedilhadas tirando todo mundo do chão. Em outros momentos, de variação no repertório, a banda procura emocionar a todos com suas canções calmas, românticas e reflexivas. E, como não podia deixar de ser, alguns fãs deixam as lágrimas rolarem pelo rosto.
A turnê que se iniciou em Recife, em 12 de abril, se encerra em 18 de maio, em São Paulo. O show do Rio de Janeiro, em 4 de maio, no Maracanã, irá ser transmitido ao vivo, pelo canal a cabo Multishow.
Mas como "todo carnaval tem seu fim", a noite terminou com alegria, dança, e muito coro ensaiado pelos fãs, que aguardaram mais de 1.400 dias, desde a última reunião dos quatro hermanos, para assistir a banda carioca novamente.
Um show “Sentimental”, que vai “Além do que se pode ver”, é possível sentir. A banda e os fãs pareciam ser “Um par”. Quem esteve na Esplanada do Mineirão, nessa sexta-feira, foi um “Vencedor”, que recebeu como prêmio esse belo espetáculo que mistura saudade, nostalgia e diversão. Aos que estiveram presentes, resta a esperança que esse não tenha sido o “Último romance”. Apenas um até mais.
PRÉ-SHOW
Rubel Brisolla (28), mais conhecido como Rubel, também carioca, foi o músico responsável por abrir o show dos Los Hermanos.
Com pouco mais de 40 minutos, Rubel exibiu um repertório romântico e intimista.
Músicas como “Colégio” e “Bem”, a última uma homenagem para seu sobrinho, fizeram com que as pessoas não tirassem os olhos do palco. Mas foi quando seu maior sucesso, “Quando bate a saudade”, tocou, o público acompanhou em toda a letra.
O cantor, que esteve em BH no ano passado, está em sua nova turnê, que se iniciou em Portugal. Nela, ele mistura seus dois discos de estreia, 'Pearl' e 'Casas' no decorrer de todo show.
Leonard Dumont, 36, e Juliana Cristina Souza Soares, 34,. Ele fã de Los Hermanos e também de Rubel apresentou o cantor carioca para a namorada que acabou virando fã do jovem músico. "Ele ja tinha comprando ingresso para o show do Los hermanos, ai só ontem descobrimos que o Rubel estaria aqui, eu adorei, pois sou muito fã dele e estou com um ótima expectativa sobre seu show", afirmou Juliana.