O charme do Jazz ocupa a Praça do Papa, em BH

A chuva não intimidou os amantes da boa música e da dança criada nos guetos norte-americanos

por Elian Guimarães 24/11/2018 19:14
Marcos Vieira/EM/D.A. Press
(foto: Marcos Vieira/EM/D.A. Press )

O último show da primeira noite da 10ª edição do I Love Jazz foi com a Happy Feet Jazz Band, que subiu ao palco para delírio do público que assistiu mais cedo as apresentações de Célio Balona e Fizz Jazz. O tempo chuvoso não atrapalhou a animação num dos eventos culturais mais charmosos e tradicionais de BH, neste sábado, na Praça do Papa, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Um público fiel, segundo o idealizador e curador do evento Marcelo Costa. O pré aquecimento para a jornada de shows foi com a aula de lindy hop com BeHoppers, grupo que também reabre a programação neste domingo, a partir das 16h30, quando o público poderá ver ainda a Jazz Band Ball, a cantora uruguaia María Noel Taranto e Mark Lambert e Quinteto Swing. O evento tem apoio do Estado de Minas e do Portal Uai.

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O tempo chuvoso não atrapalhou a animação num dos eventos culturais mais charmosos e tradicionais da capital mineira (foto: Marcos Vieira/EM/DA.Press )

O evento investe nas vertentes do jazz surgidas nas décadas de 1920 e 1930 em New Orleans, nos Estados Unidos. O repertório do festival reúne standards de Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, Kid Ory, Paul Barbarin, W.C Handy, entre outros craques. “Jazz é música para dançar”, avisa Marcelo Costa, também trompetista da Happy Feet Jazz Band. Por causa disso, estão a postos, antes do início dos shows, para ensinar passos de lindy hop ao público, o grupo BeHoppers, conhecido por apresentações em espaços públicos da capital mineira.

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(foto: Marcos Vieira/EM/D.A. Press )

O lindy hop é uma dança que surgiu nas ruas do Harlem, em Nova Iorque entre 1920 e 1930, como uma mistura de outras danças: o Breakaway, o Charleston e o sapateado. Ele é dançado ao som principalmente de swing das Big Bands. O nome "Lindy hop" surgiu do primeiro vôo solo cruzando o Oceano Atlântico, realizado em 1927 por Charles Lindbergh. Devido à coincidência com o surgimento dos primeiros movimentos da crazy dance, esta foi batizada de lindy (de Lindbergh) e hop (salto, pulo).

Marcos Vieira/EM/D.A. Press
(foto: Marcos Vieira/EM/D.A. Press )
Ao longo de 10 anos, o festival contribuiu para ampliar o número de admiradores do ritmo. “Conseguimos atingir esse objetivo. Antes, quando falávamos de jazz, as pessoas faziam cara de ‘o que é isso’? Agora, fazem uma cara de ‘ah, eu quero’. Foram 10 anos de muito trabalho. O jazz nasceu no gueto. É um ritmo popular”, afirma Marcelo, que se disse muito contente com a proporção que o festival vem tomando nos últimos anos. “Podemos notar que o perfil do público que comparece é bem fiel ao propósito desse encontro. Mesmo sendo realizado em período chuvoso, as pessoas compareceram e estão tão animadas quanto nos anos anteriores”. O encontro neste ano foi realizado mais tarde devido ao atraso dos recursos da lei estadual de incentivo à cultura.

Marcelo contou que seu grupo nasceu junto com o festival. “Um grupo de cinco pessoas apaixonadas pelo jazz. Neste ano apresentamos um repertório inédito, que foi trabalhado ao longo desse ano, e que as pessoas que estiveram nos eventos passados viram que não houve músicas apresentadas em anos anteriores”.

Com uma superestrutura montada, com capacidade de comportar o público protegido de chuvas comuns à época, a ambientação contou com decoração retrô, com direito a melindrosa para tirar fotos em uma lambreta da década de 1940, com ambientação de época, segundo o gerente de marketing da Othon de Carvalho, Rodrigo de Carvalho.

Marcos Vieira/EM/D.A. Press
(foto: Marcos Vieira/EM/D.A. Press )

Bastante animado, o casal Arthur Gomes, 75 anos, carioca radicado em Belo Horizonte, e a esposa Dayse Coury, 73, participam do evento pelo terceiro ano consecutivo. “É tudo de bom, dançamos até o fim. Com chuva ou sol”.

O mestrando em direito Gabriel Rojas, 30 anos, e Rachel Giannetti, 41, servidora pública, já estiveram em outras edições. Para eles, o I Love Jazz “reúne tudo o que BH precisa. Música boa, ao ar livre, bem organizado e gratuito”.

Confira a programação do I Love Jazz deste domingo:

16h30: Aula lindy hop com BEHoppers
17h30: Jazz Band Ball
19h: Cantora uruguaia María Noel Taranto
20h30: Mark Lambert e Quinteto Radio Swing

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