Banda de rock pesado Extreme Noise Terror vai fazer BH tremer

Apresentação será na Matriz Casa Cultural, que terá no palco outras três bandas que prometem "noite barulhenta"

por Pedro Galvão 03/11/2017 08:07
Trevor Jayne/divulgação
(foto: Trevor Jayne/divulgação)

Reduto da música autoral independente da capital, a Matriz Casa Cultural abre as portas, nesta sexta-feira (3), para um dos principais ícones mundiais do rock pesado. Há mais de 30 anos de estrada, o grupo inglês Extreme Noise Terror (ENT) se apresenta pela primeira vez em BH. A noite promete ser bem barulhenta. Também vão tocar as bandas Manger Cadavre, de São José dos Campos (SP), Expurgo (MG) e Perceptor (MG).
Formado em 1985, em Ipswich, na Inglaterra, ENT é apontado como um dos pioneiros do subgênero do punk rock chamado crust, caracterizado por acordes acelerados, vocais guturais e letras politizadas, denunciando as injustiças sociais e combatendo o fascismo. O grupo vem a Minas Gerais embalado pelo sucesso do disco que leva o seu nome e lançado em 2015, mas promete resgatar os clássicos do passado distribuídos em Phonophobia (1992) e A holocaust in your head (1989), álbuns cultuados pelos fãs.

“Estamos muito felizes com o sucesso do nosso último álbum, é um resgate do som que a banda tinha em seus primeiros anos. A gravação crua dá aquela energia primitiva, caótica e agressiva que esperam de nós. Teremos algumas músicas dele, mas a maior parte do repertório será de músicas antigas”, explica Ben McCrow, um dos vocalistas. Autor de metade das letras do último álbum, Ben diz que as canções falam de dogmas religiosos e psicoses “de gente que desperdiça a vida sem ser aquilo que poderia ser, além de outras babaquices e injustiças que a gente vê pelo mundo”.

O letrista valoriza a postura sempre questionadora e combativa da banda, sobretudo neste momento de avanço mundial de forças políticas conservadoras. “Uma coisa que me irrita é gente que pensa que a política deve ficar fora da música. É uma visão muito ignorante, pois ela tem um papel enorme em nossos cotidianos. Se alguém nos escuta só pela música, é absolutamente bom, mas deve entender que sempre gritaremos alto contra as coisas que nos incomodam. Nunca escreveremos letras com bobagens sobre cavernas, dragões e espadas, como algumas bandas de metal preferem fazer”, avisa. Além dele, desembarcam em BH Michael Hourihan (bateria), Andi Morris (baixo), Ollie Jones (guitarra) e Dean Jones (vocal, o único remanescente da formação original).

SEPULTURA

McCrow pouco conhece BH, mas sabe que surgiram na cidade bandas importantes para o rock pesado mundial, como o Sepultura e o Sarcófago. “Estamos muito ansiosos para chegar aí. Esperamos encontrar muitos punks também. Esta é a parte boa das turnês: conhecer lugares, pessoas, comidas, bebidas e novas cenas”, diz.

Produzido pelo coletivo Metalpunk Overkill, que promove festivais independentes de heavy metal, hardcore e punk rock na capital mineira, o evento também destaca bandas locais. O Perceptor, grupo de death metal, foi criado em 2004. O Expurgo, com mais de uma década de atividades, tornou-se referência local no estilo grindcore. Já a paulista Cadavre se define como uma banda de hardcore antifascista.

ENT
Sexta-feira (3), a partir das 20h. Matriz Casa Cultural. Rua Guajajaras, 1.353, Centro. Com Manger Cadavre, Expurgo e Perceptor. R$ 70 (no local). Classificação: 18 anos

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