Veronez lança seu primeiro disco com show no Teatro Sesiminas

'Narciso deu um grito' tem 10 faixas e destaca o atual cenário autoral da música mineira

por Pedro Antunes/Estadão Conteúdo Ana Clara Brant 21/09/2017 20:03
O multiartista Veronez custou a fazer um CD, mas gostou tanto da experiência que a ideia é repeti-la a cada ano. “Foi maravilhoso. Sempre tive uma resistência (à gravação), achava que trabalhos em estúdio ficariam mornos, pois minhas apresentações sempre foram performáticas. Mas o disco veio com muita força”, assegura o cantor e ator. Nesta sexta-feira (22/9), ele lança Narciso deu um grito, no Teatro Sesiminas.
Randolpho Lamonier/divulgação
Veronez produziu o disco com financiamento coletivo (foto: Randolpho Lamonier/divulgação)

O título do CD remete ao verso da faixa Narciso, composição de Milena Torres. No entanto, a proposta não está ligada à vaidade, como no mito grego. “Narciso... é um espelho interno; ele se percebe e se liberta. A frase caiu como uma luva para a proposta do álbum. Como é meu primeiro disco, não deixa de ser um grito também, sem contar que tem a ver com o carnaval, que adoro”, comenta.

Com 10 faixas – uma delas tem participação do violonista Thiago Delegado –, o CD traz repertório assinado por Milena Torres, Luiz Gabriel Lopes, Di Souza e Brisa Marques. Composta em 1976 por Mar-ku Ribas, Nunca vi foi gravada por Veronez com a banda Iconili. “Lira Ribas (filha de Marku) me mostrou esta composição. Não deixa de ser uma homenagem a ele”, diz.

Marku, que morreu em 2013, foi um dos fundadores do bloco Corte Devassa, que também ganhou tributo de Veronez. “A faixa 9 é o hino da Corte, gravamos com a banda e o pessoal do bloco. Ficou lindo, estou superorgulhoso. Ela representa o que mais gosto no carnaval: a liberdade, a experimentação.”

Com direção cênica de Veronez – que tirou o Marcelo do nome artístico –, o show terá participações da cantora e compositora Josi Lopes e de integrantes dos coletivos Toda Deseo e Bacurinhas, além do pessoal da Corte Devassa. A banda, que participou da maioria das faixas do CD, é formada por Nara Torres (percussão), Davi Fonseca (teclados), Ygor Rajão (guitarra e fluggel), Yuri Vellasco (bateria) e Lucas Completo (sax barítono). A novidade é a baixista Camila Rocha, que assume o posto ocupado no álbum por Paulim Sartori.

PERFORMANCES
Esta noite, claro, não vão faltar as performances marcantes de Veronez. Também terão destaque Rafael Lucas Bacelar, Ronny Stevens, Fernanda Rodrigues, Idylla Silmarovi, Wagner Alves e Ana Reis, integrantes dos coletivos Toda Deseo e Bacurinhas. A iluminação é assinada por Akner Gustavson e Marina Arthuzzi.

“Esse disco surgiu muito da demanda popular. Todo mundo sempre me cobrava, mas eu desconversava. Produzi-lo por financiamento coletivo seria a melhor maneira de ele nascer. Deu tudo certo, tivemos 531 apoiadores. Se não fosse assim, ele não estaria aí”, conclui.

NARCISO DEU UM GRITO

Show de Veronez. Sexta-feira (22/9), às 21h. Teatro Sesiminas, Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia, (31) 3241-7181. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Vendas on-line: www.tudus.com.br

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