Dudu Nicácio lança o disco 'Oceano brilhante' em show no MAP

Álbum é o quinto da carreira do sambista e mostra que ele continua apostando na música autoral para revelar a poesia do cotidiano

por Redação EM Cultura 02/06/2017 08:30

Rafael Sol/Divulgação
Dudu revela relação próxima com Vander Lee na faixa que abre o disco. (foto: Rafael Sol/Divulgação)
 

Com direito a orla e pontos turísticos, a Lagoa da Pampulha é o equivalente mineiro – ao menos simbólico – das praias baianas. Apesar da ausência de água salgada ou areia quente, o lugar servirá de cenário para a estreia do disco de samba Oceano brilhante, de Dudu Nicácio, que se apresenta no Museu de Arte da Pampulha (MAP), na manhã deste domingo, 04.

 

Com 11 faixas inéditas, gravadas em tom minimalista que seguem o ritmo tradicional, o CD é o quinto da carreira do músico, iniciada em 2005 com Leopoldina e Dudu Nicácio. No novo trabalho, o compositor continua apostando no samba autoral para revelar a poesia do dia a dia.

 

''São versos feitos por um pai de família e melodias sopradas pelo vento num eterno ninar de filhos. É a partilha de um artista que se encontra com tantos outros para inspirar um sonho bom'', ''poetisa'' Dudu.

 

Entre esses encontros estão os parceiros Donelisa – ''diva do samba mineiro'', segundo ele –, Evair Rabelo, Fabinho Terreiro, Rafael Schimidt, Rodrigo Braga e Vitor Santana. O disco conta com composições de dois autores que já partiram: Vander Lee e Mestre Jonas. Dudu subirá ao palco acompanhado de Thiago Delegado (violão) e Robson Batata (percussão), além dos convidados especiais Giselle Couto (voz) e Moacyr Luz, o aclamado compositor carioca.

 

''Esse disco nasceu de uma pesquisa atrelada à vivência pessoal de escuta e a tantos anos de estrada'', comenta Dudu. Todos esses anos deram o aporte necessário para a criação de um CD totalmente independente, em que as canções são acompanhadas apenas de violão e percussão.

 

Gravado ao vivo ao longo de 2016, Oceano brilhante sofreu um pequeno atraso por conta de um problema na fábrica que produziria os CDs físicos. A vontade de colocá-lo na praça, no entanto, era maior e o músico investiu em cópias feitas em gráfica comum. ''Depois disso, já vendi uns 500 discos'', comemora.

 

 

VANDER LEE

Parceiro de longa data, Vander Lee é figura marcante na trajetória de Dudu. O cantor, que morreu em 5 de agosto do ano passado, assina com o sambista a faixa que abre o disco, Sambarroco. A música, já conhecida do público, deu nome ao disco de Vander Lee lançado em 2012. Em sua nova versão, ela perdeu algumas características inerentes ao samba, como a cuíca e a percussão marcada, para ganhar um tom misterioso.

 

''Gravamos a faixa na semana da morte dele. Então, colocar essa música no disco não nasceu exatamente como uma homenagem. Ele não chegou a escutá-la!'', lamenta Dudu.

 

Apesar da melancolia da primeira faixa e da discrição dos instrumentais de fundo, a alegria do samba está escondida nas letras que narram crônicas do cotidiano sem perder a poesia. Ainda que o samba tenha nascido na Bahia e esteja habituado ao mar e ao sol, ele se faz como um gênero brasileiro, mesmo criado em meio a serras e montanhas.

 

OCEANO BRILHANTE
Lançamento do disco de Dudu Nicácio. Domingo, 04, às 11h. Museu de Arte da Pampulha (MAP), Av. Otacílio Negrão de Lima, 16.585, Pampulha. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Informações: (31) 3222-3271 e
(31) 3277-7996. Ingressos à venda na Loja Acústica CD (Rua Fernandes Tourinho, 300, Savassi) e na bilheteria do MAP no dia do show.

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