McCartney quase abandonou a música após o fim dos Beatles

Em entrevista à BBC rádio o cantor disse que teve depressão depois da ruptura

por AFP 24/05/2016 11:30

Steve Jennings
(foto: Steve Jennings)
Paul McCartney começou a beber mais do que o normal e quase abandonou a música após a ruptura dos Beatles em 1970, disse o artista em uma entrevista que a BBC Radio transmitirá no sábado.

O baixista e cantor do grupo britânico disse que formou a banda Wings quando se cansou da bebida, um ano depois. "Eu estava me afastando dos meus amigos, sem saber se continuaria na música", disse à BBC, em trechos da entrevista divulgados nesta terça-feira.

"Comecei a beber (...) Foi ótimo no início, então de repente eu não estava mais aproveitando. Não estava funcionando. Eu queria retornar e começar do zero, então acabei formando o Wings", disse.

O grupo, que contava com a participação de sua mulher Linda, começou com apresentações não anunciadas para estudantes. McCartney admitiu que as críticas recebidas no início pelo Wings eram justas, porque sua mulher estava aprendendo a tocar o teclado.

"Para ser justo, não éramos muito bons. Nós éramos terríveis. Nós sabíamos que Linda não conseguia tocar, mas ela aprendeu e, olhando para trás, fico muito feliz por que nós fizemos".


"EU poder ter formado um supergrupo, chamar Eric Clapton, Jimmy Page e John Bonham, mas nós progredimos (...), foi muito divertido". McCartney, de 73 anos, disse que ficou feliz de ter feito as pazes com John Lennon antes do assassinato de seu companheiro dos Beatles. Eu fiquei muito grato por nós termos voltado a ficar bem antes da morte dele. Porque teria sido muito difícil de lidar com isso... bem, foi muito difícil de todos os modos", afirmou.

Em 1982, McCartney escreveu a canção "Here Today" sobre Lennon. Eu pensei em todas as coisas que nunca disse a ele. Sou muito reservado e não gosto de revelar muito. Por quê as pessoas deveriam conhecer meus pensamentos mais íntimos? Mas uma canção é o lugar para apresentá-los. Em 'Here Today' eu digo a John 'eu te amo'".

"Você pode colocar estas emoções, estas profundas e, algumas vezes, estranhas verdades, em uma música".

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