Bianca Gismonti conta como foi a produção de seu novo CD, 'Primeiro céu'

Cantora e compositora é filha de Egberto e da atriz Rejane Medeiros

por Eduardo Tristão Girão 19/10/2015 09:19

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Daryan Dornelles/Divulgação
"Para mim, a composição é sempre muito literária e cinematográfica, com inspiração numa história, situação ou pessoa" %u25A0 Bianca Gismonti, cantora, pianista e compositora (foto: Daryan Dornelles/Divulgação )
Canções e temas instrumentais convivem no novo disco de Bianca Gismonti, Primeiro céu. Para a cantora, pianista e compositora carioca, filha de Egberto, isso é algo natural. “Estudei piano desde muito nova, toquei muita música instrumental e fazendo vocalize. Depois fui estudar canto. Como compositora, a inspiração vem por vários caminhos, e o da canção foi muito forte. Venho me descobrindo há um tempo como compositora e intérprete. Há uma diversão, um risco nesse novo caminho”, diz ela.

A artista, que há 10 anos mantém o duo de piano Gisbranco com Cláudia Castelo Branco, iniciou carreira solo em 2009, quando lançou o disco Sonhos de nascimento, gravado ao lado do marido, o baterista e percussionista Julio Falavigna. Muitos amigos passaram pelos palcos em que tocaram até que a afinidade com o baixista Antonio Porto ficasse evidente a ponto de Bianca desejar montar um trio fixo, dois anos atrás. Dessa intimidade musical nasceu o repertório do novo álbum.

O piano tocado com delicada sensibilidade em O primeiro céu de Marina funciona tão bem quanto os vigorosos vocais de Glaucia do samba ou da ótima versão de Água de beber, clássico de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Isso faz pensar se, em algum momento, Bianca terá de decidir se seguirá como pianista ou cantora, mas, a julgar pelo (saudável) gosto dela pelo risco, composições com e sem letra vão continuar a ocupar sua cabeça por um bom tempo.

É que ela tem uma forma peculiar de pensar a música, talvez resultado das heranças paterna (Egberto é dos maiores compositores brasileiros vivos) e materna (a atriz Rejane Medeiros). Não por acaso, Bianca já trabalhou com artes cênicas (escrevendo texto e trilha), ao lado da amiga e atriz Leandra Leal. “Para mim, a composição é sempre muito literária e cinematográfica, com inspiração numa história, situação ou pessoa. Isso é muito forte.”

Ao longo das 11 faixas, todas compostas por ela (à exceção de Água de beber), conta com as participações das cantoras Jane Duboc e Paula Santoro, de José Staneck (gaita), Djakali Kon (percussão), Jessé Sadoc (trompete e flugelhorn) e Sergio Krakowski (pandeiro). As referências de piano da artista vão de Bill Evans a Tigran Hamasyan, passando por Cesar Camargo Mariano, Mário Laginha, Keith Jarret e André Mehmari, além do pai, é claro.

No forno

A turnê de lançamento de Primeiro céu está no começo, incluindo Pelotas, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Em 6 de novembro chega a Belo Horizonte (no Conservatório UFMG). Entre os próximos lançamentos da artista está o terceiro disco do Gisbranco, Pássaros, com poemas de Chico César musicados e participações de Monica Salmaso, Sergio Santos, André Mehmari e o próprio Chico César. Além disso, prepara DVDs do seu duo de piano e da carreira solo.

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