Cantor e compositor lança songbook com músicas da carreira, além de coletânea

Além do songbook, Lô Borges vai aproveitar a noite desta sexta para lançar a coletânea 'Canções 2003-2013', que foca nas músicas do compositor na última década

por Ana Clara Brant 04/04/2014 06:00

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Rodrigo Clemente/EM/D. A Press
(foto: Rodrigo Clemente/EM/D. A Press)
A primeira vez que o cantor e compositor Lô Borges e o produtor e músico Barral Lima se apresentaram juntos foi em 1990, no Palácio das Artes. Só se reencontraram anos depois, quando Barral, hoje diretor da Neutra Editora e da produtora Ultra Music, fez participação no disco 'Um dia e meio', de Lô. A partir de então, a parceria tornou-se contínua – tocam juntos desde 2005.


Essa confiança e a amizade foram determinantes para que Lô topasse concretizar demanda antiga dos fãs, seu primeiro songbook, e justamente pelas mãos de Barral. “Nesses mais de 40 anos de carreira, várias pessoas que vão ao camarim (ou pelas redes sociais) me cobram isso. Já fui convidado várias vezes para fazer um songbook, mas quando o Barral Lima, músico da minha banda e produtor,  chegou com esse projeto, achei que era a hora certa. E fiz da maneira que queria”, destaca o autor de 'Trem azul'.

Para marcar o lançamento da obra, o cantor faz show hoje no Teatro Bradesco. Segundo de uma série de songbooks a serem lançados pela Neutra Editora – o primeiro foi o de Beto Guedes, que chegou ao mercado em novembro de 2013 –, o Songbook 'Lô Borges' reúne 55 canções do artista mineiro, com letras, partituras e cifras, da década de 1970 aos dias de hoje. É organizado por Barral, com transcrições de Carlos Laudares.

Lô diz que o trabalho foi bem minucioso e que não foi nada fácil selecionar em universo de aproximadamente 150 canções apenas 55, mas acredita que o songbook reuniu o sua obra tem de mais significativo. “Contei com a ajuda do próprio Barral e de Laudares, que, mesmo de São Paulo, via Skype, dava palpites. O critério de escolha foi o que poderia ser mais legal para o público, o que as pessoas gostariam de aprender a tocar. Tudo foi feito com muito capricho, bem fidedigno e sempre com o meu aval, o mais importante”, destaca.

Alta produtividade

Em 10 anos, o artista mineiro produziu quatro discos de inéditas – 'Um dia e meio' (2003), 'Bhanda' (2006), 'Harmonia' (2008) e 'Horizonte vertical' (2011) – e quase 60 canções. O novo álbum traz 14 faixas que fazem apanhado do que ele criou de melhor no século 21. “Não sei se quando veio 2000 o novo milênio me despertou uma vontade louca de fazer coisas novas, uma atrás da outra. Eu acabava de fazer um disco e começava outro. Fiz mais discos do que a minha capacidade de lançá-los. E quando olhei para trás, pensei: Pôxa, eu podia mostrar mais desse meu repertório para as pessoas”, comenta.

Ele lembra que é comum o público se identificar mais com as canções do passado, e que isso ocorre com 80% dos artistas. Lô diz não se incomodar, mas acha importante também mostrar o que produziu de novo, sem perder sua essência. “Lembro-me que no show de Paul McCartney, no Mineirão, boa parte do set list era dos Beatles. O público é assim mesmo. Gosta das músicas antigas. Quando subo no palco, priorizo o começo da carreira, mas mesclo com as coisas mais recentes. Música nova também é pra tocar; a plateia acaba sendo receptiva”, avalia.

Preservado Bastante satisfeito com o resultado do songbook e da coletânea, Lô revela que mandou para o amigo Tavinho Moura os dois trabalhos e as observações do companheiro de Clube da Esquina o deixaram ainda mais entusiasmado. “Ele me ligou e disse: ‘Essa coletânea é 100 % Lô Borges. Você está preservado’. Para Tavinho, que é um cara que admiro demais, mesmo com o fato da estética e da sonoridade do Lô Borges dos anos 1970 e o do século 21 serem bem diferentes, eu sou o mesmo. Isso é muito bacana. Esse álbum conseguiu extrair o melhor dos quatro discos que fiz nos anos 2000”, resume o compositor.

O músico, responsável por clássicos como 'Vento de maio', 'Quem sabe isso quer dizer amor' e 'Clube da esquina', em breve vai pôr o pé na estrada com o show do songbook e do CD. Agora, é hora de refletir sobre o que ele produziu ao longo dos anos, para em 2015, retomar o processo de criação. Paralelamente à turnê pessoal, ele vai continuar se apresentado ao lado do ‘parceiro/irmão’ Milton Nascimento. “O ano de 2014 vai ser um tempo de espera, de maturação, de gerir o que fiz. Preciso entender a minha obra. Comecei nos anos 1970 e tenho muito orgulho de tudo o que produzi. Faço o que faço porque tenho necessidade de me expressar como artista. Agora, é pé na estrada, para, no ano que vem, recomeçar de novo. É um ciclo”, conclui.

NO FORNO


Barral Lima revela que pelo fato de tocar com Lô há quase 10 anos e de conhecer muito bem as músicas dele facilitou na hora de produzir o livro. Tanto que o songbook ficou pronto antes mesmo do de Beto Guedes, apesar de ter sido lançado posteriormente por uma questão de agenda. “Além do mais, a forma de composição e harmonia dos dois são parecidas. Tudo contribuiu e acho que o resultado está muito bom”, complementa.  O diretor da Neutra Editora e Ultra Music acrescenta que já tem três projetos de songbooks de artistas mineiros encaminhados (Flávio Venturini, Marku Ribas e Toninho Horta) e que a intenção é de que pelo menos de um deles seja lançado ainda este ano. Os livros de Lô e Beto podem ser adquiridos no site www.ultramusic.com.br.

Songbook Lô Borges e Coletânea 2003-2013
Lançamento nesta sexta-feira, às 21h. Teatro Bradesco, Rua da Bahia, 2.244, Lourdes. Ingressos: R$ 60 (inteira) R$ 30 (meia). Livro: R$ 45*. Coletânea: R$ 20*. Songbook + coletânea: R$ 50*. Informações: (31) 3516-1360. *Todos os produtos com preço promocional de lançamento

Clique aqui para ouvir a faixa 'Qualquer lugar', de Lô Borges:

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