Carou Araújo e o seu Cabezas Flutuantes fazem show de lançamento do novo disco

Apresentação de 'Registro' acontece na noite desta quinta-feira, no Museu das Minas e do Metal, em BH

por Mariana Peixoto 23/01/2014 07:00

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Cha Gelado/Divulgação
(foto: Cha Gelado/Divulgação)
Música noise é comumente associada a experimentalismo, quando não a barulho puro e simples. Com o álbum 'Registro', primeiro fruto do coletivo Cabezas Flutuantes, projeto encabeçado pela artista audiovisual Carou Araújo, a intenção foi justamente tirar o noise do gueto, associando-o à canção. Nesta noite, um combo de cantores, compositores e instrumentistas participa do lançamento do álbum, no Museu das Minas e do Metal. O show, que integra o projeto Circuito Aberto, será o primeiro do coletivo.

Do álbum, que conta com 10 canções, participaram 32 pessoas. “Muitas delas fazem parte do meu universo afetivo-musical. Ou eram pessoas que conhecia de vista, ou eram amigos”, diz Carou. Com trajetória nas artes visuais na cidade, há sete anos ela atua como DJ. “Agora, resolvi sair do armário e ter uma banda”, brinca ela, que em casa constrói alguns instrumentos que utiliza em oficinas de música eletrônica que faz.

Com 'Registro', sua intenção foi apresentar as mil e uma possibilidades da canção associada ao noise. “Algumas chegaram meio prontas, como 'Because I know' (poema de T. S. Elliot musicado por Luiz Gabriel Lopes e Yuri Vellasco) e 'Vertini' (de Victor Silva). Mas a maior parte das músicas foi diferente. Em 'Estrangeiro', por exemplo, mandei para o Fábio Cardelli uma ideia de melodia e ele escreveu a letra. Eu dava o estímulo para os músicos e eles me devolviam as canções”, continua.

Para Carou Araújo, tudo é permitido no universo da canção. 'Just her' (de Acácia Lima), com letra em inglês, é uma canção quase tradicional no formato de voz (uma masculina, outra feminina) e cordas (no caso, violão e baixo). Mas um theremin de luz capitaneado por Carou garante o estranhamento. Já em 'Desventuras' (Acácia Lima/Carou/Carola Saraiva), com letra em inglês e francês, o que diferencia é o contrabaixo acústico. 'Because I know' é marcada por uma tabla indiana, enquanto Vertini ecoa um Los Hermanos com destaque para naipe de metais.

Ora com mais destaque, ora com discrição, Carou Araújo vai costurando seus efeitos. 'Machucadinho' (Agnes Lima) é repleta de samples, incluindo barulho de água; 'Radim de pilha' (Acácia, Carou, Paula Elisa Garcia), que fecha o álbum em clima de roda de samba, traz efeitos tanto de um rádio quanto de um console de Atari.

Para o show de estreia foi montada a seguinte banda: Fábio Cardelli (violão e guitarra), Geraldo Paim (baixo), Vitor Munhoz (teclados), Lucas Soares (guitarra), Fernando de Sá (bateria), além de Carou, que vai levar para o palco computadores e seus instrumentos do cotidiano (como ela os chama). Haverá convidados especiais como Victor Silva (do Iconili), Patrícia Rezende (Dead Lover’s) e Luiz Gabriel Lopes e José Luis Braga (Graveola e o Lixo Polifônico). Cenário e projeções foram criados para o show. “Temos planos grandes e mirabolantes para depois desse show. Mas tudo vai depender de apoio financeiro. E a banda é adaptável. O show pode ser feito com 50 pessoas ou com somente três”, finaliza.

CIRCUITO ABERTO
Quinta-feira, às 20h, show de lançamento do álbum Registro, do Cabezas Flutuantes. Museu das Minas e do Metal, Praça da Liberdade. O CD está à venda por R$ 10 no site www.cabezasflutuantes.com.br. Às 21h30, haverá o espetáculo 'Nsista – Now or now', de Marise e Amarilis Cardoso. Entrada franca.

Ouça o disco:

MAIS SOBRE MÚSICA