Sexteto carioca Canastra mostra irreverência dançante em terceiro disco

'Confie em mim' mescla diferentes estilos e apresenta a big band em sua melhor fase

por Kiko Ferreira 19/08/2013 00:13

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Daryan Dornelles/Divulgação
Para balançar o esqueleto - Som do Canastra promete animar qualquer festinha (foto: Daryan Dornelles/Divulgação )
Basta ouvir os primeiros acordes de 'Confie em mim', terceiro e mais bem-articulado disco do sexteto carioca Canastra, para a memória afetiva se lembrar de Les Negresses Vertes, João Penca, Os Meldas, Móveis Coloniais de Acaju, Os Originais de Samba de Nego véio quando morre, os filmes de Almodóvar e Tarantino, o espírito cervejeiro do Matanza, a postura dançante de última formação do Joelho de Porco e, claro, o Acabou La Tequila, grupo dos anos 1990 de onde veio o guitarrista, cantor e principal compositor, Renato Martins.

A big band de câmara tem pegada festeira. Como mariachis sem pátria, mesclam ska, dixieland, rockabilly, mambo, rataplam de fanfarras, salsa, cebolinha e pimenta. Lançado com nome de gripe, 'Influenza', sob inspiração maior da irreverente Squirrel Nut Zippers e agilidade de banda de carnaval de rua, o grupo começou nos anos 2000 e estreou em disco em 2005 com 'Trago a pessoa amada em 3 dias'. Firmou os cascos dois anos depois com 'Chega de falsas promessas' e ganhou mais confiança e pique para fazer a síntese de suas características nas 13 faixas do disco novo.

Produzido pelo metódico Charles Gavin, o álbum funciona como um show, que abre com a eletrizante faixa título e encerra, apropriadamente, com um Gran finale. Do hedonismo etílico da autoexplicativa 'Bebei homens, bebei' a temas que um Sidney Magal mais sofisticado gostaria de reinventar ('Mambo trip', 'Rock baile', 'Clichê'), o Canastra construiu aquele tipo de disco que, nos anos 1960, teria um texto de contracapa falando sobre tirar os móveis da sala, afastar o tapete e cair na dança.

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