Artistas ligados ao Clube da Esquina se emocionam com reportagem sobre o movimento

Músicos querem conhecer Tonho e Cacau, após pevelação da identidade dos meninos da capa do cultuado álbum, 40 anos depois

por Ailton Magioli 19/03/2012 07:00
Euler Júnior/EM/D.A Press
Lô Borges ficou sensibilizado com a reportagem e é grato aos meninos da foto de seu primeiro disco com Milton Nascimento (foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)


Quarenta anos depois de se transformarem em espécie de ícone da estética do movimento musical mineiro que conquistou o mundo, os meninos Tonho (José Antônio Rimes) e Cacau (Antônio Carlos Rosa de Oliveira) ainda emocionam os integrantes do Clube da Esquina. “Jamais poderia imaginar conhecê-los. Acredito que o Bituca também esteja sentindo o mesmo que eu ao ler a reportagem”, reagiu, visivelmente tocado, o cantor e compositor Lô Borges, dizendo-se extremamente grato ao Estado de Minas pelo destaque dado ao aniversário do movimento na edição de ontem.

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Milton Nascimento confessou: “Fiquei feliz ao ver essa matéria”. Ele fez questão de contar como se deu a escolha da imagem dos garotos para a capa do álbum Clube da Esquina: “Foi uma coisa de louco. Nos reunimos na casa do Cafi para escolher as fotos de nuvens que ele e o Ronaldo Bastos tinham feito para o disco. De repente, no meio daquele tanto de slides, ninguém percebeu um, que passou rápido. Falei: ‘Para, Cafi. Volta!’. E aí apareceram nossos meninos. Eu disse: ‘A capa vai ser esta’. Passaram-se todos esses anos e levei um susto quando fiquei sabendo dessa descoberta”.

“Tonho e Cacau são também uma história de amizade, o que tem a ver com a gente”, constatou Fernando Brant, emocionado. “A reportagem está maravilhosa, boa demais. Tudo ficou incrível, até essa história de ter insistido em encontrar os meninos da foto. É um negócio humano muito grande”, avaliou o parceiro de Milton Nascimento. “De repente, a gente faz um encontro bacana de todos os integrantes do movimento com o Tonho e o Cacau”, propõe o letrista.

Nas redes sociais, a edição de domingo do EM mobilizou fãs da MPB. “Excelente o caderno sobre os 40 anos do Clube da Esquina”, afirmou Iuri Sivieiro no Twitter. “Olha só esta foto do encontro dos dois garotos”, tuitou Leonardo Rabelo. “Clube da Esquina completa 40 anos. Mais mineiro impossível”, registrou Saulo Humberto, também no Twitter. “Clássico lindo da MPB”, escreveu Eduardo Sol. “Que alegria isso... Acharam os meninos do Clube da Esquina”, comemorou Felipe Ferraz.

“Gostei muito da matéria. Uma das coisas que mais claramente me comoveram foi o fato de o jornal ter descoberto os personagens da capa do disco. Que trabalho lindo dos repórteres (Ana Clara Brant e Túlio Santos), que encontraram os rapazes e os levaram para a beira da estrada, onde repetiram a pose da foto original”, acrescentou Lô Borges. Ele quer conhecer Tonho e Cacau pessoalmente. “Sou muito grato àqueles meninos, desde a época do disco. A matéria foi muito feliz”, conclui.

“O Estado de Minas fez a coisa à altura. Mostrou a importância de um movimento que já havia sido alvo de reportagem inclusive do New York Times”, comentou Toninho Horta. “As entrevistas com Milton e Lô ficaram incríveis. Eles realmente foram o destaque do movimento”, ressaltou Toninho, salientando ainda o fato de a reportagem ter destacado os dois garotos da capa. “Achei importante também o fato de a matéria ter sido centrada no grupo base do movimento. Depois é que vieram os outros”, conclui.

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