Produtores de bijuterias ganham incentivo e capacitação

Grifes que participam da feira mineira pela primeira vez recebem consultoria; objetivo do Sindicato é fomentar a produção de um dos segmentos mais democráticos da moda

por Laura Valente 11/04/2019 16:18
Novo Fotografia/divulgação
(foto: Novo Fotografia/divulgação)

 
Entre os 187 expositores que participam da 24ª edição do Minas Trend, maior salão de negócios em moda da América Latina que fica em cartaz no Expominas até amanhã (12 de abril), há 69 grifes de joias e bijuterias. 

Dessas, dez são estreantes ou retornaram ao evento após hiato superior a 3 anos. Para incentivar a participação das marcas e fomentar o setor – um dos mais democráticos da indústria fashion -, a Associação de Pedras Preciosas, Relógios, Joias, Bijuterias e Folheados do Estado de Minas Gerais, Sindijoias Ajomig, em conjunto com o programa FIEMG Competitiva, fez  uma preparação exclusiva com os designers. Participaram as grifes Vertice Joias, Caredan, Bizz, Eterniza, Amarjon Biojoias, Copella, Ponto Atelier, Simone Oliveira Arte Sustentável, Maryana Mauler e Índias do Brasil. 

 Durante o treinamento, foram realizadas palestras, discussões e workshops sobre elaboração de uma identidade de marca, apresentação da empresa na feira, descoberta de novos mercados, prospecção de novos clientes, conhecimento de concorrência, preparação da equipe comercial e outras ferramentas relevantes para uma melhor atuação das empresas no evento.

Alexandre Guzanshe/E.M/D.A Press
Designer Bárbara Teles (foto: Alexandre Guzanshe/E.M/D.A Press)

 
Estreante na feira mineira, a designer Bárbara Teles, da Copella – grife que trabalha peças em prata e prata banhada a ouro em design atemporal, uso de pérolas cultivadas, pedras como ônix e cristais Swarovski aplaudiu e aproveitou a iniciativa. “Até então, minhas vendas estiveram bem focadas em BH e em algumas lojas do Rio de Janeiro. Com o Minas Trend, minha ideia é expandir as vendas de atacado para outras praças do país, além de sentir a aceitação do público pelo produto e prospectar novos clientes. O momento não poderia ser mais oportuno, pois estamos relançando o site da marca”. No atacado, o ticket médio de uma peça Copella é R$ 88. 

Confira um pingue-pongue com Manoel Bernardes, presidente do Sindijoias 

Jair Amaral/E.M/D.A Press
(foto: Jair Amaral/E.M/D.A Press)
 
Como foi realizada a seleção das grifes que participam do projeto? 

A participação é aberta a todas as empresas que expôem no Minas Trend, porém com um custo adicional ao do estande. Aquelas que se manifestaram favoráveis passam por uma curadoria para avaliar a adequação das peças à estratégia.

A Fiemg também reduziu o valor dos estandes do segmento em 30%,  certo? 

Dentro da busca de aumentar a atratibilidade do evento para os fabricantes, a Fiemg reduziu substancialmente o valor dos estandes, além de criar uma proposta especial para jovens empresas que nunca tinham participado do evento. Além disso, a Fiemg ampliou o número de compradores convidados, sem abrir mão da busca pela sustentabilidade do Minas Trend – é fazer mais com menos recursos.

Por que incentivar o segmento?

Cada vez mais o segmento de bijuterias tem criado alternativas identitárias para os produtos, tem usado novos materiais a custos compatíveis com a realidade do mercado brasileiro. Por isso, acreditamos na expansão dessa categoria de produtos.

O que ele representa na movimentação do mercado da moda?

Certamente menos que o segmento vestuário. No entanto, é muito importante do ponto de vista do consumidor: ele fala sobre o estilo da pessoa e tem preço muito democrático. 

 Qual é a expectativa de crescimento do segmento nesta edição da feira? 

A de um crescimento moderado, uma vez que a questão da economia brasileira ainda não está equacionada. Lembrando que a renda das famílias ainda se encontra muito pressionada pela conjuntura.