Transição capilar: conheça gente que parou de alisar o cabelo e hoje exibe orgulho do volume máximo

Mesmo atrizes famosas, como Érika Januza, viveram a fase de "domar" os fios. No entanto, assumir os cachos e o visual crespo é sinal de autoestima e empoderamento, como afirmam cacheadas que deixaram a química para trás

por Laura Valente 02/07/2018 13:50
Leandro Couri/E.M/D.A Press
(foto: Leandro Couri/E.M/D.A Press)
Apesar de configurar o tipo de cabelo mais comum entre as brasileiras, até há pouco tempo, cacheados e crespos eram vistos como problema. Tanto que o costume de alisar os fios funcionava como padrão, mesmo na rotina de beleza de beldades, como a atriz Érika Januza. “Usei os cabelos alisados desde adolescente e segui assim até os 28 anos, quando, durante o primeiro teste de TV, me perguntaram se podiam cortá-los. Deixei e, depois, já no Rio de Janeiro, me ensinaram dicas para cuidar do cabelo crespo e comecei a achar bonito os fios naturais. Aos poucos, aprendi a lidar com eles, aplicando produtos especializados e trabalhando a autoaceitação, num processo de dentro para fora”, revelou, durante evento realizado em BH.
Hoje, Érika e mais um time de celebridades são referência para pessoas que querem fazer a transição – processo que envolve deixar de alisar os fios para adotar o visual natural. “Fiz o primeiro alisamento aos 7 anos e somente muito tempo depois, quando já me espelhava na atriz Taís Araújo e a vi assumir o crespo na TV, decidi parar de usar químicas (relaxamento e progressiva) e de fazer escova o tempo todo”, diz Pâmella Souza Silveira, mais conhecida como Pâmella Soull, modelo, publicitária, bloguer e youtuber, que usa as redes sociais para falar de cuidados de beleza. 

Processo de reeducação social: mais que assunto relacionado à estética, a aceitação do cabelo natural cacheado, crespo ou black power reflete mudanças de atitude e coloca o preconceito em xeque-mate 


A jovem Pâmella Soull conta que passar pela transição não foi período fácil. “Ninguém apoiava minha decisão, nem mesmo em casa, mas fui deixando crescer e, de dois em dois meses, cortava. Por fim, em 1 ano e 2 meses eliminei a química, num processo em que contei com a ajuda de informações na web acerca de cuidados, produtos específicos e penteados. O mais bacana de tudo é que nessa busca percebi também a importância do papel da representatividade que adotamos ao assumir os cabelos crespos e cacheados. Tanto que, hoje, mais e mais pessoas deixam os cabelos naturais, a partir de exemplos das que inauguraram a fila. Começamos a mostrar nossa força até para a indústria, num processo de empoderamento”, afirma. A questão é tão importante na vida de Pâmella que foi tema do trabalho de conclusão de curso (TCC) realizado na faculdade: Do empoderamento à construção da identidade da mulher negra por meio do cabelo. “Foi aí que comecei a pesquisar o que as marcas estavam trazendo de mudanças e, num processo de dentro para fora, aprendi a ser quem sou, percebi que não preciso adotar características que não tenho para ser alguém.”

TRANSIÇÃO

Já 100% cacheada, Pâmela foi eleita miss duas vezes: Mundo Contagem (em 2016) e Minas Gerais Internacional (em 2017). “Nunca imaginei que uma mulher negra, de cabelo afro e 1m65cm pudesse alcançar o que alcancei. Hoje, assumo com orgulho o cacheado afro, de curvatura 3B, que valorizo no visual black power. Gosto de volume e não saio de casa sem levar um garfo para levantar os fios. O mais gratificante nessa jornada é servir de exemplo para a minha mãe e tia, que passaram pela transição por minha causa.” A modelo fala, ainda, num processo de reeducação social. “Há pouco tempo, não tínhamos esse espaço, pois a sociedade alimentava a ditadura do liso, colocava os cabelos cacheados e crespos como sinônimo de má condição socioeconômica. Mas, graças ao movimento de orgulho e a profusão de informações na internet, tudo vem mudando: a mídia tradicional, as empresas, as revistas. Hoje, exigimos conteúdos que valorizam o cacheado e o crespo, e tudo o que precisamos para cuidar deles, num movimento mundial de união e sororidade. Todas são muito bem-vindas ao mundo das cacheadas”, convida. 

 

Carol Thusek/divulgação
(foto: Carol Thusek/divulgação)

Cada cabelo uma sentença

Especialistas afirmam que a estrutura dos fios lisos e anelados é diferente desde o bulbo e lembram que conhecer o tipo capilar é fundamental para a escolha dos cuidados de beleza 

Especialista em estrutura capilar, Nathalia Ferro, coordenadora de avaliação instrumental e clínica da L’Oréal Brasil, cita estudo global realizado pela fabricante de cosméticos em 22 países, com 2.449 voluntários, que buscou identificar tipos de cabelos existentes no planeta. O resultado é uma classificação detalhada em oito categorias, que correspondem a uma escala de curva do mais liso (1) ao mais cacheado (8). O Brasil, conta, foi destaque. “Os perfis avaliados apontaram para um ineditismo: o país é o único com coexistência significativa de oito graus de curvatura natural, desde o cabelo mais liso ao mais cacheado. Só para se ter ideia, o mesmo estudo encontrou apenas quatro graus de curvatura no México e na França (de 1 a 4), três na China (de 1 a 3) e três na África Subsariana (de 6 a 8)”, diz a pesquisadora.
Ferro justifica que essa complexidade de fios no Brasil se deve, principalmente, a ondas de migração em massa de pessoas de origem africana, europeia e japonesa para o país e descreve o significado capilar de tal mistura. “As propriedades dos cabelos dos brasileiros são tão diversas quanto suas origens. Daí a variabilidade da forma. Como resultado, combina alguns dos atributos do cabelo asiático (crescimento rápido e alta resistência à ruptura), com os dos cabelos caucasianos (crescimento médio e resistência média) e africano (crescimento lento e alta sensibilidade à ruptura). Na realidade, os cabelos brasileiros são o precursor dos cabelos do amanhã, resultantes da mistura entre a população.”

No Brasil A mesma pesquisa revelou que apenas 12% das brasileiras nasceram com os cabelos lisos de fato, entre outras descobertas (veja quadro) e dá pistas das necessidades reais do público local. “Tais pesquisas são importantes para que a indústria possa conhecer, de fato, as necessidades, demandas e o comportamento do público consumidor.” 
Nesse sentido, a pesquisa, segundo Nathalia, também identifica movimento crescente de empoderamento feminino, que aponta para uma revolução das cacheadas. “Assumir os cabelos naturalmente cacheados e crespos tem sido expressão de libertação para a mulher brasileira, num movimento que está ganhando, ano após ano, seu espaço. Por outro lado, partilho da ideia de que não devemos sair de uma “ditadura dos cabelos lisos” para entrar em uma “ditadura dos cabelos cacheados.” Sabemos que os cabelos desempenham importante função social. Por isso, é indispensável que as pessoas possam exibi-los da maneira como se sentem melhor.” 

Identidade Para Dandara Elias, cientista política, de 27 anos, a transição capilar foi questão de descoberta de identidade durante uma viagem para a África do Sul, país em que o comportamento empoderado das mulheres de cabelos anelados e crespos a surpreendeu. De volta, encarou o processo, que mexeu com aceitação e autoestima e, mais tarde, deu origem a um negócio: a abertura do salão Todo Black é Power. “Desde os 11, fazia relaxamento, progressiva, tudo o que prometia um liso perfeito. E isso porque não existia possibilidade de usar os cabelos naturais, não eram socialmente aceitos”, afirma, lembrando que, mesmo criança, sofreu preconceitos. “Quando estava com os cabelos soltos até professores interferiam e mandavam recado para a minha mãe, insinuando problemas de higiene. Na adolescência, o bullyng por conta dos cabelos crespos continuou, o que me levou a alisar os fios, até para evitar passar por episódios de humilhação. Na África, quando os meus cabelos sem escova chamaram a atenção e foram alvo de admiração, a história mudou”, afirma. 
De volta, Dandara começou a se livrar dos resquícios de química, mas se deparou com a falta de salões especializados na transição 100% natural. Assim, começou sozinha. “Busquei informações em redes sociais e fiz um processo de tentativas, com acertos e erros. Aquela dinâmica me ajudou, inclusive, a perceber que, aqui no Brasil, vivíamos reféns da eurocentralização dos padrões de beleza.” Assim, já encaracolada, Dandara passou a reforçar o valor da identidade negra por meio da produção de camisetas com frases de efeito, a exemplo de “amo meu cabelo”. O negócio cresceu, a ponto de permitir a realização de projeto maior, a abertura do salão de beleza, em que equipe de 15 profissionais oferece tratamentos de transição livres de química (ou produtos que modificam a estrutura natural). “Ajudamos o público a aceitar os cabelos como são, ou cacheados ou crespos que não dão cachos. Falamos de cultura, para que o indivíduo encontre sua identidade e se sinta bem com a estética negra. O tratamento varia caso a caso (parte de consultoria, com avaliação da saúde de fios e do couro cabeludo) e, muitas vezes, é até mais social e psicológico do que estético”, aponta. 
Beto Novaes/E.M/D.A Press
(foto: Beto Novaes/E.M/D.A Press)

Retorno exponencial Aberto em 2015, o salão, afirma a empresária, conta com crescimento exponencial ano a ano. “Para este 2018, a expectativa é bater os 300%”, comemora, justificando a que credita tanto sucesso. “Replicamos a ideia de que há, sim, opção para os cabelos afros, que ninguém precisa se sujeitar ao padrão liso. E mais incrível é o fato de muitas pessoas passarem pela transição e, a partir dela, experimentar mesmo mudança de vida, pois começam a olhar para si mesmas de outra forma, num movimento que fortalece homens e mulheres para o valor de si mesmos, para se aceitar e se impor. Digo que mais e mais pessoas estão tomando coragem e se inspirando, saindo da caixa”, reforça.  

 

Entrevista: Érika Januza, atriz, cacheada

Natural de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a atriz Érika Januza, embaixadora da linha Elseve Cachos (L'óreal), conta que, ainda hoje, depois da fama nacional com a participação em novelas e especiais de TV, trabalha para se sentir totalmente confortável diante da imagem que vê no espelho e que se tornou referência em beleza, num processo de autoaceitação e de superação de velhos traumas. Na entrevista a seguir, ela fala sobre a trajetória antes e depois de assumir os cachos. 


Você é referência em beleza. Já se sentia bonita antes de trabalhar como atriz? 
Muito pelo contrário, desde sempre tive problemas com minha autoestima. Até tentava ser modelo – num processo contraditório, talvez até para provar para mim ou para quem quer que seja, que aquilo que passava na vida, de preconceito, de escutar frases como “neguinha do cabelo duro”, não era legal. Que não era feia, que meu cabelo não era feio. Mas não dava certo, a ponto de me sustentar. Então, até fazer teste para o primeiro papel na TV (Subúrbia, da Globo), trabalhava como secretária de uma escola em Contagem. 

O que a empoderou, a fez assumir o cabelo afro? 
Levei um tempo para me aceitar, e também tive muita dificuldade em me aceitar como referência de beleza. Mas depois de atuar em Subúrbia, deixar os cabelos crescerem naturais, aprender a lidar com eles, ouvi outras mulheres dizerem: 'deixei meu cabelo natural por sua causa, minha filha quer deixar', num processo que é e foi muito estimulante e que me trouxe uma responsabilidade positiva, sabe? Perceber que outras pessoas se espelham em mim, querem me ouvir, que sou importante por incentivar a autoestima delas –, o que não é uma coisa boba, supérflua, mexe comigo e com elas. Como mulher, com o que você é como pessoa. E percebi que é importante usar esse lugar privilegiado de fala, de representatividade a favor de quem me ouve. Há um tempo, não via uma única mulher cacheada nas ruas de Contagem e, hoje, já há muitas. 

Há pouco, você contou que alisou os cabelos uma vida, que tinha até o costume de “abaixar a escova” com o uso de boné apertado. Agora, está no olho do furacão desse movimento todo de autoaceitação, empoderamento, sororidade. O que ele traz de mais positivo? 
Estamos em um momento maravilhoso, em que temos decidido não aceitar mais ser colocadas em um lugar menor pelo fato de ser mulher, ou negra (limitada pela cor da pele). Pelo fato de os cabelos serem de um jeito ou de outro. Por assumir atitudes e características, ou não. E isso porque, quando você toma posse de si mesma, fica muito mais forte, descobre que pode tudo. Esse olho do furacão é um período em que estamos aprendendo a respeitar o outro, os cabelos, a cor, a orientação sexual... seja lá o que for. Há um movimento todo para não deixar que injustiças ocorram por conta dos meus cabelos, cor ou atitude. Aceitar o outro como ele é deve ser um ato cotidiano.

Independentemente das escolhas de cada um, certo? 
Claro! Não existe mais a ditadura dos cabelos lisos, e nem dos crespos. O que tem que ocorrer é você se aceitar como é, se entender, se conhecer, independentemente do que o outro diz. Muitas vezes, custamos a entender isso, porque o ser humano é muito influenciável, se preocupa muito com a opinião alheia... Mas já está na hora de pensar menos no outro e mais em você mesmo, de responder a pergunta: o que te faz feliz? Porque, quando o indivíduo se aceita, adquire segurança consigo mesmo e tudo fica mais fácil.

Como encontrar essa segurança? 
Aceite-se, se ame e se respeite. Daí, o que o outro vai pensar será só um detalhe. 

Personagem da notícia 

Naiara Santos, cacheada 
'Virei referência para minha mãe'
A estudante Naiara Santos, de 20 anos, também decidiu pela transição. Com cachos que caracteriza como categoria 3B, ela lembra que sofreu durante toda a adolescência para manter os cabelos “baixos”. E explica: “Não havia referências de cacheadas e só eram considerados 'bonitos' os cabelos domados. Então, molhava todos os dias pela manhã e também na escola. Aos 12, fiz a primeira escova progressiva, e até me arrependi, porque não ficava nem escovado e nem cacheado, com a ponta lisa. Ainda assim, fiquei bastante tempo refém da química, vivia de escova e tinha pânico de entrar na piscina ou de pegar chuva.” 
Cansada daquela rotina, Naiara se espelhou na experiência de famosas que assumiram os cachos para ganhar confiança e se libertar do velho padrão. “Taís Araújo, Érika Januza e Raíza Nicácio (blogueira) foram as principais referências que me levaram a perceber que cada um tem sua beleza, é questão de aceitação. Hoje, acredito que não é por ser liso que um cabelo é bonito, mas, sim, pelo aspecto natural, bem cuidado. Depois de passar pelo processo, considero os meus cabelos cacheados muito melhores do que alisados, chamam mais a atenção, dão mais possibilidades de penteados e não é tão difícil de arrumar quanto imaginava. Estou muito feliz com o meu novo visual e, de quebra, aprendi a importância do amor-próprio, não só como questão de estética ou moda, mas de aceitação”. 
Mattheus Wilkisom/divulgação
(foto: Mattheus Wilkisom/divulgação)

Virada estética 

Enquanto o mundo assiste ao vídeo da egípcia que afirma ter tido sérios problemas de aceitação devido ao cabelo anelado, em seu país natal, no Brasil as buscas no Google sobre cacheados, crespos e transição capilar já ultrapassaram a temática cabelos lisos. 

Confira: 
– Em 2017, as buscas no Google por cabelos cacheados superou a procura por cabelos lisos pela primeira vez no Brasil. 

– Os dados divulgados pelo buscador revelaram ainda crescimento de 232% na busca por cabelos cacheados no último ano. 

– Na mesma tendência, o interesse por cabelos afro subiu 309% nos últimos dois anos.

– Conduzido pelo Google BrandLab em São Paulo, o estudo brasileiro ainda revelou outros dados interessantes: 24% das mulheres de 18 a 24 anos reconhecem seu cabelo como cacheado. 

– No entanto, o estigma em relação a cabelos crespos e cacheados faz com que 1 em cada 3 mulheres tenha sido vítima de preconceito por conta da aparência dos seus fios, e com que 4 em cada 10 mulheres digam que já sentiram vergonha do seu cabelo.

– Mas, também nos últimos anos, a valorização do cabelo natural e da identidade negra tem ajudado a combater tais números. Com isso, as buscas por transição capilar cresceram 55% nos últimos dois anos.

Dicas para passar pela transição 

Confira o que dizem as mulheres que deixaram de alisar os cabelos e, se essa for a sua escolha, vá em frente. Palavra de quem sobreviveu e, hoje, não abre mão do visual cacheado. 

– Paciência, acredite em si mesmo, na sua decisão; 
– Procure referências na internet de pessoas que passaram pelo processo; 
– No mercado, há produtos certos para cada tipo de cacho, que auxiliam tanto na transição (como os modeladores de cachos) quanto depois, para hidratar e modelar os cabelos crespos; 
– Conselho é lavar com intervalo de dois a três dias, mantendo cuidados com o day after com o uso de óleos e ou cremes hidratantes, modeladores ou produtos que conferem brilho; 
Também é importante escolher linhas específicas de cuidados para lavar e condicionar.
L'óreal/divulgação
(foto: L'óreal/divulgação)

Para seguir na internet

Algumas cacheadas ajudam com o processo de transição ao compartilhar em redes sociais a própria experiência do liso para o anelado, além de dicas e cuidados de beleza. Veja quem são: 

– Rayza Nicácio – Curly Hair https://www.rayzanicacio.com/)
– Ana Catarina, Maressa de Sousa, Mariana Securati e Raysa França – Cacheia! (www.cacheia.com).


Raio X capilar

O que são os cabelos: material elástico e sólido, composto por células mortas, organizado de maneira a torná-los bastante resistentes: cada fio pode suportar uma massa de até 100g e se deformar cerca de 50% de seu comprimento inicial antes de se romper. 
Composição: proteínas, lipídeos, melanina, água e traços de elementos minerais. O principal constituinte, a queratina, é uma proteína fibrosa, responsável pela solidez não só das fibras de cabelo, como também de unhas, chifres, garras, cascos e penas.
Quantidade: cerca de 250 fios por cm²
Crescimento: os cabelos crescem em média 1cm/mês
Formato: o grau de curvatura dos cabelos é definido pelos bulbos. Nota-se que os cacheados são, sim, menos resistentes. “Quanto mais cacheados, mais os cabelos são susceptíveis à quebra, devida aos pequenos ângulos entre as curvas que a fibra faz. Além disso, nesses pontos, temos também maior perda de cutículas, devida à abrasão e ao desgaste, resultando em cabelos certamente mais propensos ao dano”, revela Nathalia Ferros.


No Brasil

– Só 12% das mulheres nasceram com os cabelos lisos 
– A maioria – 66%, tem cabelos do tipo 3 ao 8, em escala que varia do mais liso (1) ao mais anelado (8)
– Apenas 40% das mulheres mantêm os fios originais

Fonte: Estudo da L'óreal, publicado na revista científica Human Biology e no International Journal of Dermatology 


Onde cuidar: 

– Mab Mais Caixos: (31) 2511-9646 
– Nega Iza Cabelos: (31) 3212-7226 
– Todo Black é Power: (31) 98596-0880
– Salão Beleza Negra: (31) 3422-1056

Tipos de cachos 

Dandara Elias reforça a ideia de que “cada cabelo cacheado é único, já que existem diversos tipos de cachos com diferentes volumes, texturas, formatos e definições”. Por isso mesmo, lembra que conhecer as características dos fios é a melhor opção para escolher os produtos mais adequados para cuidados e hidratação, garantindo assim que eles se mantenham sempre bonitos e saudáveis. 

Note: Antes de falar sobre os tipos de cachos, é importante ressaltar que esse formato de cabelo está classificado entre as nomenclaturas 3A e 4 C. Os demais formatos são o tipo 1 (A, B e C), que são os cabelos lisos, e tipo 2 (A, B e C), que são os cabelos ondulados.

Cacho tipo 3 A - cachos mais soltos e abertos. Quando estão curtos, podem ter aspecto de ondulado. Apresentam mais luminosidade, pois a oleosidade natural do couro cabeludo consegue chegar até a ponta com facilidade. No geral, a raiz é lisa e os cachos se formam conforme o cabelo vai crescendo.

Cacho tipo 3 B - visivelmente mais definido, precisa de um reforço na hidratação das pontas, uma vez que a oleosidade da raiz não consegue chegar até lá com facilidade. Também existem casos em que a raiz do cabelo 3 B é lisa e, nesse sentido, é preciso ter atenção para não deixá-la excessivamente oleosa.

Cacho tipo 3 C – o cabelo é mais parecido com o crespo, com fios mais porosos e que demandam mais hidratação. Os cachos são formados desde a raiz, sendo bem fechados e definidos. Demanda cuidados e hidratações a base de óleos para ficar saudável e bem nutrido.

Cacho tipo 4 A - Parecido com o 3 C, porém apresenta cachos mais fechados, que formam um “S” quando esticados. Essas pequenas “molinhas” necessitam de bastante hidratação, principalmente na raiz. Isso acontece porque o formato dificulta que a hidratação natural do couro chegue em todo o cabelo.

Cacho tipo 4 B - Muitas vezes pode não apresentar cachos, ou serão “molinhas” bem pequenas. É maravilhoso pois proporciona um volume muito legal. O segredo é hidratar bastante e se acostumar com a sensação de encolhimento devido ao formato dos cachos.

Cacho tipo 4 C - é um cabelo mais crespo e precisa de cuidados como hidratações mais potentes e umectações, entre outros. Os fios muitas vezes podem ser bem finos, frágeis e facilmente prejudicados pelo uso de produtos inadequados ou de químicas. Porém, fica maravilhoso ao natural pois o que se perde em definição de cachos se ganha num volume arrasador. Para texturizar esses fios há produtos e técnicas específicas como os twist ou baião- de- dois. 

Produtos específicos

No mercado, a indústria cosmética já oferece produtos de cuidados específicos para crespas e cacheadas. Confira sugestões Match Respeito aos Cachos, O Boticário; Elseve Óleo Extraordinário Cachos, L'óreal; linha Diva de Cachos, Niely; Co-wash S.O.S Bomba de Vitamina, Salon line. 
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