Juliana Paes: 'ficar mais velha tem sido libertador'

A atriz veio a BH para lançar produto de beleza e falou sobre a rotina de cuidados, a autoconfiança adquirida pós-maternidade e a experiência de envelhecer no filme Arigó, com lançamento previsto para 2019

por Laura Valente 11/04/2018 17:02

Beto Novaes/E.M/D.A Press
(foto: Beto Novaes/E.M/D.A Press)
Ela fez a maquiagem no avião, conta que levou um susto durante a decolagem por problemas técnicos na aeronave – o que acabou atrasando a agenda, mas chegou a BH linda e poderosa para o lançamento da linha Siàge Nutri Diamond, de Eudora, a bordo de um macacão branco e exibindo o corpão de parar o trânsito. 

 

Sim, aos 39 anos, Juliana Paes, que deixou saudades com a personagem Bibi Perigosa, segue nos holofotes. Além de compromissos fora das telas, acaba de filmar o longa Arigó, que será lançado em 2019, no qual interpreta Arlete, papel que a transformou em uma mulher já madura. Tanto para o personagem quanto na vida, avisa que, para ela, o passar do tempo, ao contrário do que pode pensar a maioria, se apresenta libertador. “Poder entrar no set sem me preocupar se estou bonita ou feia permite que eu simplesmente me abstenha de qualquer questão estética. Estou ali pura e simplesmente para sentir o que a cena propõe, o que o meu colega tem no olhar para me dar, o que a arte coloca ali como objeto de cena...”, disse, num bate-papo em que também falou sobre a rotina de cuidados de beleza e a autoconfiança adquirida pós-maternidade: ela é mãe de Pedro e Antônio, de 6 e 4 anos, respectivamente.

 

TV Globo/Mauricio Fidalgo/divulgação
No ano passado, Juliana Paes brilhou na tela com a personagem Bibi Perigosa (foto: TV Globo/Mauricio Fidalgo/divulgação)

Praticidade

“As pessoas têm uma noção de que quanto mais expostas estamos, maior é a preocupação com a rotina de cuidados de beleza, mas acho que isso é um mito: quanto mais se trabalha e se está exposta, mais práticas temos que ficar. Depois que temos filhos então...eu me vejo com a bandejinha de banheiro reduzida,  bem menor hoje do que há 10 anos, quando tinha um cremezinho, um cheirinho para cada coisa”. 

 

De fato, Juliana se caracteriza como uma mulher prática, que faz questão de poucos rituais diários como hidratar rosto e corpo. Os cremes, entrega, são manipulados. “Nunca durmo de maquiagem, acordo e passo um único hidratante (manipulado e específico para a minha pele, que já tem filtro solar), e um para o corpo todo por que minha pele é atópica, extremamente seca, então preciso de um cuidado a mais”. A noite, não abre mão do anti-aging. “ É claro que essa correria não é sempre, costumo tirar dias para me cuidar com calma, mas basicamente tenho uma rotina tranquila”. 

 

Na maquiagem diária,  gosta de valorizar o olhar.  Tanto que se pudesse eleger um item apenas, escolheria cílios postiços, “o meu favorito, número um”. E reforça. “Mas, como não é para todo dia, o rímel é meu queridinho. Se acordar, passar o hidratante, der duas batidinhas nas maçãs para tirar o inchaço e passar duas camadas de máscara nos cílios, acho que já estou com uma cara digna para levar as crianças na escola”, brinca. 


Maternidade e maturidade

 

André Chérri/Divulgação
Juliana Paes envelhece 11 anos para fazer o papel de Arlete, esposa do médium José Arigó (foto: André Chérri/Divulgação)

A caracterização da personagem Arlete, que deixou a atriz bons anos mais velha, não assusta, antes pelo contrário. “A maioria das pessoas acha que para mim é ruim envelhecer, mas está sendo libertador. E isso por que quando você está muito bonita ou arrumada, ou quando a personagem tem essa proposta, há uma preocupação com a imagem. Você está em cena e, de repente, se bate um vento e desarruma o cabelo, há um incômodo, vontade de arrumar, de checar. Já estar descaracterizada ou com uma caracterização que te envelhece é extramente libertador”.  E segue: “Fiquei muito entregue, à vontade, e estou bastante curiosa para ver o resultado. Até por que já tenho a chance de aparecer bonita em eventos, nas minhas redes sociais. Então, não tenho nenhuma vaidade quando estou atuando, no papel de atriz: podem me envelhecer, me botar estranha, pedir para engordar ou emagrecer. Na verdade, é libertador por que me tira amarras que tenho no dia a dia, como mulher. Como todas as mulheres tenho preocupações do tipo será que estou bonita, ou feia, ou apresentável. Quando tiram isso de mim, é bom demais.” 

 

Por falar em libertação, a atriz revela que após a maternidade está mais empoderada que nunca, numa sensação de dentro para fora. “ O corpo muda muito, mas me sinto mais charmosa e interessante hoje, um reflexo de estar mais segura. A maternidade me trouxe uma autoconfiança que não tinha antes. E só fui entender isso depois. Não adiantava ninguém me contar “hoje me sinto muito mais bonita”, desconfiava desses depoimentos. Depois, percebi que não é uma questão do que você vê no espelho, mas de empoderamento de uma maneira mais sutil, de você se sentir capaz, de dar conta de uma nova vida, de um novo ser, de cuidar de si e do outro. Uma ficha que cai e traz consequências. Por exemplo, eu nunca saia sem maquiagem e comecei a fazer isso. Afinal de contas, não tenho que provar nada para ninguém”.