Minas Trend lança o inverno' 2018 no Expominas

Com desfiles e salão de negócios que reúne centenas de marcas, plataforma apresenta os lançamentos de grifes de vestuário e acessórios para lojistas de todo o país nesta semana

por Celina Aquino 02/10/2017 10:56

Marcelo Soubhia/Fotosite/divulgação
(foto: Marcelo Soubhia/Fotosite/divulgação)

Completar 10 anos é mesmo motivo para muita festa. Por isso, as comemorações continuam na edição do Minas Trend que começa nesta terça-feira. Dessa vez, a programação exalta as riquezas culturais, humanas e geográficas de diferentes paisagens do estado. Vale do Jequitinhonha e bacia do Rio Doce ganham destaque em dois editoriais de moda que ficarão expostos que durante toda a semana no Expominas. Outra novidade é o desfile do Sindicato das Indústrias Joalheiras, Ourivesarias, Lapidações e Obras de Pedras Preciosas, Relojoarias, Folheados de Metais Preciosos e Bijuterias no Estado de Minas Gerais (Sindijoias), que reunirá criações de seis marcas.

De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Junior, a ideia é promover a interação de toda a cadeia produtiva da moda. “A produção mineira de joias e bijuterias é, além de inovadora, extremamente genuína, cheia de valores locais e alta tecnologia envolvida. Temos talentos jovens e outros já consolidados que ganham ainda mais projeção com o Minas Trend e com essa ação”, aponta. Machado lembra de desfiles de marcas de acessórios em edições anteriores, como Claudia Arbex e Mary Design, que alcançaram resultados positivos. Como ele observa, a passarela desperta o desejo de conhecer os produtos no salão de negócios.

Marcos Vieira/EM/D.A Press
Olavo Machado Jr. (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

O stylist Paulo Martinez ficou responsável pela escolha das seis marcas do desfile, considerando basicamente originalidade e identidade. Cada uma fará três entradas. “Juntamos marcas novas com antigas em um mix com estilos totalmente diferentes. Claudia Arbex vem com malhas metais, Marieta Rigoni entra com corte a laser, reforçando a história de apresentar a diversidade dos acessórios de Minas Gerais”, comenta Carlos Penna, que está animado com a possibilidade de ver suas peças como protagonistas na passarela. O designer mostrará uma nova técnica nova, que resultou em colares, pulseiras, brincos e broches de borracha e plástico produzidas a vácuo. Os metais quase não aparecem.

Danilo Grimaldi/Fotosite/divilgação
Desfile de abertura verão'18 (foto: Danilo Grimaldi/Fotosite/divilgação)
 

Na aparição de Claudia Arbex, o destaque vai para o uso da modelagem tridimensional, que cria montagens com correntes banhadas em ouro envelhecido e nanoporcelanato grafite. Entre as criações de Marieta Rigoni, está o colar de nome Maya, inspirado no movimentos das curvas, do corpo feminino e da estrutura das folhas e flores. Dessa forma, as linhas do acessório se misturam ao corpo da mulher. Já Lázara Design buscou referências em ícones de Paris para desenvolver a sua coleção. Há brincos inspirados nos lustres do Louvre, colares com amarrações que lembram a Pont des Arts, famosa pelos “cadeados do amor” e peças com cristais que homenageiam o centro financeiro La Defense.

Marcos Vieira/E.M/D.A Press
Peça da designer Cláudia Arbex (foto: Marcos Vieira/E.M/D.A Press)

UNIVERSO

Na mistura do desfile do Sindijoias, há espaço para marcas de fora de Minas. Hector Albertazzi, de São Paulo, explora formas orgânicas da natureza a geometria rigorosa do universo para desenhar peças impactantes, que se diferenciam com banhos criados pelo próprio designer. Criada por três arquitetas alagoanas, a Caleidoscópio também propõe um passeio pelo universo. O tema se revela em peças glamourosas confeccionadas em cristais Swarovski, pérolas cultivadas, pedras brasileiras e gemas naturais, tais como crisopázio, lápiz lázuli, jade, aventurina, madre pérola, dolomita, ônix, hematita em vários tons, crisocola, bronzita, olho de tigre, granada, entre outras.

Leandro Couri/E.M/D.A Press
Look Madrepérola (foto: Leandro Couri/E.M/D.A Press)

A Madrepérola assina as roupas que serão usadas na passarela. Para não ofuscar os acessórios, a marca optou por fazer um modelo básico, que serve apenas como pano de fundo. Já os sapatos são do designer Jailson Marcos. As peças desfiladas farão parte de uma exposição, que poderá ser visitada pelo público do Minas Trend logo depois do desfile.
Para o presidente do Sindijoias, Manoel Bernardes, o desfile ajuda a posicionar os acessórios como indispensáveis na criação de um look. “É muito importante trazer a ideia de pluralidade a medida em que seis empresas vão desfilar coletivamente. Assim, o público pode apreciar diferentes vertentes da criatividade e do handmade de Minas. Tudo isso valoriza o contexto da moda de forma mais harmônica”, destaca. A expectativa do setor é ver a iniciativa se firmar nas próximas edições. O presidente da Fiemg adianta que está se preparando para organizar na próxima edição, em abril, um grande desfile com todos os setores da cadeia produtiva da moda, incluindo bolsa e sapatos.

 

 Essencialmente ele

“Não, não vou por aí! Só vou por onde / Me levam meus próprios passos...” Os versos de Cântico Negro, do português José Régio, apontam para o desejo de Lucas Magalhães de não se prender ao que o mercado espera. Inspirado pelo poema, o estilista está cada vez mais próximo de uma moda em que realmente acredita. “O poema reflete muito o meu sentimento, de me propor a me arriscar, de não querer ser igual a ninguém. Quero ser eu”, analisa. Por isso, talvez essa seja a coleção que mais reflete a personalidade do criador e o DNA da marca. Os looks chegam carregados de grafismos, elementos que fazem parte da essência da etiqueta, assim como de uma mistura intensa de texturas. O tricô continua a ser desejo (a diferença é aparecer mais descolado do corpo, já que a coleção tem uma pegada esportiva, privilegiando modelagem mais solta e confortável). Por outro lado, o pelo sintético se apresenta como novidade para a estação de frio, em peças volumosas de alfaiataria. As parcas ajudam a dar o clima do inverno. Intencionalmente, Lucas leva para as peças alguns de seus rabiscos e pinceladas. “A coleção está muito com a minha mão. Voltei a pensar a roupa desenhando no papel e desenvolver a estampa primeiro no papel, com muita cor. Tive vontade de fazer com que as pessoas me percebessem na roupa”, justifica. Falando em cores, azul e branco se juntam em uma combinação explosiva. Destaque também para a mistura de laranja com rosé e salmão, que criam um panorama de calmaria. O estilista ainda adianta que a linha masculina volta com força e muitas estampas.

Leandro Couri/E.M/D.A Press
Desfile Lucas Magalhães verão'18 (foto: Leandro Couri/E.M/D.A Press)
 

 

Inverno tropical

Não espere nada óbvio no desfile da veterana Natália Pessoa. A começar pelo tema, que tem a cara do calor. A marca buscou inspiração no litoral brasileiro para desenvolver a coleção de inverno e leva para o tricô folhagens tropicais (costela de adão e coqueiro são algumas delas) e paisagens como por do sol. Detalhe: verde é o que menos aparece. “É nessa hora que brincamos com as cores, afinal o DNA da marca é sempre muito colorido. O nosso sol é azul-claro, por exemplo. Criamos cores fictícias para as paisagens para surpreender e deixar a coleção mais divertida”, revela a estilista que dá nome à etiqueta. Tons terrosos, vermelho, lilás e pink complementam a mistura exótica.Saias amplas e volumosas, casacos compridos e jaquetas oversized contrastam com vestidos próximos ao corpo, que fazem a linha mais sensual. “Há tempos temos a preocupação de fazer desfiles mais femininos. Em alguns momentos, pontuamos com a modelagem oversized, para dar um ar de modernidade, mas a essência do trabalho é a feminilidade”, informa Natália. Por esse mesmo motivo, o comprimento midi continua a prevalecer nos looks. A estilista entende que ele deixa a mulher mais elegante. Entre as novidades, estão o trabalho no tricô com foil (película laminada), que deixa a peça com uma aparência de vinil molhado. Outra aposta da marca são os bordados com maxi lantejoulas coloridas.

 

Reflexões na passarela
A sociedade busca tanto a leveza que transforma isso em algo pesado. A questão levantada pelo filósofo francês Gilles Lipovetsky no livro “Da leveza: rumo a uma civilização sem peso” serve como ponto de partida para a coleção de estreia da Molett na passarela do Minas Trend. Da literatura para a moda, a reflexão tem tudo a ver com a proposta da estilista Bárbara Monteiro, de mostrar que o moletom pode se transformar em roupas leves e confortáveis. As contradições do mundo moderno se transportam para as roupas através de um trabalho de dublagem que une moletom e plástico. Pelas mãos da estilista, dois materiais que carregam uma sensação de peso conseguem praticamente flutuar no corpo. “Estou fazendo design com algo extremamente poluente para que ele se transforme em um produto com tempo de vida muito maior”, pontua Bárbara, que também levanta a bandeira do slow fashion, por acreditar em uma moda nada descartável. A leveza tão almejada nos dias de hoje ainda é representada em vazados, ilhoses e outras aberturas nas peças.A estilista também aproveita a estreia no line-up para mostrar uma moda pós-gênero. “Já acho ultrapassada a discussão de que homem pode ou não usar saia. Gênero pouco importa, a roupa é para todos. O cliente é que escolhe o quer vestir”, defende. Cinza é a cor predominante da coleção, que abre espaço para o vermelho em detalhes como punhos, ilhoses e amarrações. A ideia é trabalhar com peças mais claras embaixo e mais escuras em cima para dar a sensação de levitação na passarela.

 

Fôlego para seguir
Em meio a uma rotina pesada de trabalho, o desejo de toda a equipe da Plural era desenvolver uma coleção que fosse um convite para desacelerar. Diante isso, os estilistas foram ao encontro de materiais e técnicas que remetessem ao natural. “Fizemos uma mistura de texturas buscando um universo mais escapista, bucólico, mas, ao mesmo tempo, muito contemporâneo, que é a cara da marca. Como estamos muito acelerados, podemos pelo menos aproveitar as coisas mais simples no nosso processo de criatividade”, complementa Glaúcia Fróes. O verde da erva mate é a cor escolhida para dar o tom aos looks, que contam também com preto, off white e várias nuances de cinza. A vontade era trabalhar com tecidos que lembrassem texturas encontradas na natureza. Então, há poucos tecidos planos na coleção. A marca desenvolveu em parceria com uma tecelagem padrões de listras em jacquard e tweed (usados pela primeira vez) e ainda criou peças com veludo nas versões molhado e canelado, couro e moletom encerado, que promete se destacar na passarela. “Fizemos tricôs manuais de pontos largos com o nosso próprio moletom. É uma técnica em que se recorta o tecido e faz a trama toda com os fios dele. Além dessa textura, colocamos franjas”, acrescenta Gláucia. A equipe ainda criou uma estampa toda em serigrafia com carimbos que representam galhos e frutos.

 

Volumes de inverno
Cada estilista tem uma forma de começar a trabalhar uma coleção. Renata Manso, da Anne est Folle, gosta de pensar primeiro nas estampas. Dessa vez, ela buscou referências no trabalho do artista plástico norte-americano David Hockney para desenvolver as peças de inverno. “Fiz alguns desenhos impressionistas, que destacam a espessura da tinta, e outras pinturas digitais que parecem terem sido feitas a mão”, descreve a estilista, que desfila pela segunda vez seguida no Minas Trend, depois de uma temporada longe das passarelas. Os florais predominam nos desenhos, com destaque para as rosas. As estampas também surgem a partir do tie dye, técnica de tingimento que resultam em formas abstratas. A estilista investiu muito em texturas. Por isso, escolheu trabalhar com tecidos que tem tudo a ver com o inverno, entre eles jacquard, tweed, linho e fios de lã – peruana e italiana – para o tricô. “Vamos ter shapes volumosos em golas altas, trench coats, calças cropped (com barra larga), saias tipo godê e vestidos evasê. Trabalhamos com bastante volume inclusive nos pés, com tricô nos sapatos, que são do modelo unkle boot”, informa Renata. Para contrastar, peças fluidas de seda que já são marca registrada da Anne est Folle e podem ser usadas com casacos e tricôs. Em uma cartela de cores bem variada, os destaques são preto, azul-marinho, vermelho e verde-escuro.

Zé Takahashi/Fotosite
Anne est Folle (foto: Zé Takahashi/Fotosite)
 

 

Foco no artesanal
Minas Gerais pode, sim, conversar com a moda global. É essa a mensagem que Ronaldo Silvestre espera passar em sua estreia no line-up do Minas Trend. Para o estilista, o elo está no trabalho artesanal. “O nosso foco é propor o desenvolvimento sustentável de toda a cadeia da confecção mineira e mostrar que você não precisa ir à China. Pode treinar mulheres daqui que vão produzir produtos que tem qualidade para serem vendidos em qualquer lugar do mundo”, defende o fundador do Instituto Tecendo em Itabira (ITI), que oferece capacitação em costura, bordado, pintura e artesanato em comunidades carentes. Outra característica do seu trabalho é o reaproveitamento de descartes da indústria. O jeans, considerado carro-chefe da marca, surgirá na passarela em roupas que ultrapassam o casual. Seda artesanal e tule também são explorados na coleção que homenageia o poema A perigosa Yara, de Clarice Lispector, musicado pela cantora Maria Bethânia. Dessa vez, o estilista vai privilegiar uma silhueta extremamente feminina, com peças que contornam o corpo e revelam certa sensualidade. “Vamos mostrar vestidos, pantalonas, croppeds, mas posso dizer que o objeto de desejo da coleção é a saia, em várias vertentes. São modelos atemporais, que podem conversar com o guarda-roupa inteiro da cliente”, detalha. O desfile também contará com roupas masculinas.

 

Arte japonesa revisitada
O desafio da Chocker é sempre fazer uma moda retrô com novo perfume. Dessa vez, a marca buscou referências nos papeis de carta da artista japonesa Mira Fujita, nome que fez muito sucesso nos anos 1980 com seu estilo lírico de pintura, em que retratava pierrots, arlequins e colombinas lúdicos e melancólicos, para desenvolver a próxima coleção. O toque de modernidade está, por exemplo, nos bordados eletrônicos. “Os desenhos são feitos primeiramente no computador e depois vamos rebordando manualmente com pérolas”, explica a diretora-criativa Shirlene Campos. A equipe ainda incorporou a tecnologia dos cortes a laser para desenhar plumas em peças de couro.As plumas, aliás, são uma das apostas da Chocker para a temporada de frio. Elas também aparecem em bordados, muitas vezes misturadas a pedrarias, para levar um ar de sofisticação às roupas. Tules peti poá e pele complementam a proposta.”Trabalhamos também com galões de tricô personalizados em alças, cintos, punhos e cós. O próprio fio escreve frases”, adianta. Shirlene ainda destaca moletom com proposta oversized, camisaria com cara bem dramática, vestidos lânguidos no estilo lingerie, mangas bufantes, calças pantalonas, macaquinhos, parcas e vestidos midi vaporosos. Os plissados, que não podem faltar por reforçar a pegada retrô, despontam em vestidos, camisas e macacões.

 

Novo olhar
Não é exatamente uma estreia, mas tem um peso a mais o desfile da Bobstore no Minas Trend. A marca de São Paulo apresenta na passarela a coleção desenvolvida pelos novos estilistas, os mineiros Samuel Santos e André Bofano, que continuam à frente da Modem. “É bem especial para a gente poder estrear na nossa cidade natal”, comemora Samuel. Como forma de reforçar a identidade da grife, a dupla trabalhou basicamente com três produtos icônicos: alfaiataria, tricô e couro. Os criadores mantiveram os tons clássicos da marca, que transita entre cinza, marinho, marrom e bege, mas acrescentou uma pitada irreverente de cores (mostarda, vermelho sangue e verde) em detalhes como punhos, barras e bordados. Prepare-se para ver um terno todo bordado no desfile. “Amamos fazer alfaiataria, então pensamos em maneiras de traduzir shapes clássicos de forma mais contemporânea, para trazer uma proposta não óbvia”, adianta Samuel, que também utilizou recortes diferentes para chegar a uma alfaiataria de festa. Os estilistas trabalharam com bastante tecnologia para dar uma nova cara ao tricô, que serve como base em todo tipo de look. No couro, chama atenção a jaqueta com corte de alfaiataria, mas com aspecto de trench coat. “Os nossos produtos são sofisticados, contemporâneos e também confortáveis. A mulher pode sair de casa de manhã e está pronta até o fim do dia”, destaca a diretora de branding Adriana Bozon.

 

Sensualidade revelada
Letícia Manzan decidiu apresentar uma coleção totalmente diferente de tudo o que já fez em sua segunda aparição na passarela do Minas Trend. A estilista da Manzan focou nas curvas femininas para relevar uma mulher sexy – muito inspirada no movimento boudoir, dos anos 1930 e 1940, caracterizado por ensaios fotográficos com roupas íntimas – que, ao mesmo tempo, tem uma pegada jovem e moderna. “Pensamos em uma menina ligada ao streetwear que está se arriscando no universo da lingerie. Então, ela usa saia midi, corselete e um super moletom por cima”, exemplifica. A sensualidade fica evidenciada em transparências como do tule bordado, rendas (em especial a chantilly) e shape acinturado. Letícia aposta em corselets feitos em tecidos inusitados, entre eles o moletom. Além disso, correntes, cristais, franjas e plumas ajudam a entrar no clima da fantasia. As cores escolhidas são verde petróleo, marsala, cinza mescla e preto. Como a estilista já adiantou, os corselets se juntam a opostos como um moletom absurdamente oversized. Com esse mix de modelagem, ela quer dar ênfase às sobreposições, que também servem para levar a lingerie para as ruas de uma maneira leve e divertida. “Vamos ter vestido longo bordado, mas com uma sobreposição de camisola curta de seda. Sempre gosto de mostrar que a roupa casual pode ir para a festa, e vice-versa”, esclarece. Seguindo essa lógica, Letícia inclui na coleção de inverno maxi camisetas que, de tão bordadas, podem ser usadas até em casamento.

 

Nada básico
Pouco mais de um mês depois de estrear no São Paulo Fashion Week, a LED se prepara para passar pela primeira vez pela passarela do Minas Trend. É como uma continuação do desfile apresentado na semana de moda paulistana. O estilista Célio Dias, vencedor da última edição do concurso Ready to go, que já revelou grandes talentos da moda mineira, explica que a coleção reforça a proposta da marca de quebrar barreiras, entre elas a das cores. “A moda de gênero livre fica muito na cartela básica, então trazemos uma explosão de cores, que levamos para o comercial, não só para a passarela.” Rosa, laranja e verde são as cores principais. O azul-marinho entra para equilibrar a mistura vibrante. A ousadia também se revela na escolha da matéria-prima. O estilista utilizou tecidos descartados pela indústria têxtil para criar um padrão de patchwork – os retalhos são ligados por bordados de linha feitos manualmente – e um trabalho de tricô de malha. Com essa técnica de pontos grossos, muito utilizada na tapeçaria, foram construídos macacões, vestidos e calças. “Olhei muito para Minas Gerais, do feito a mão, para mostrar que não fazemos só festa. Conseguimos traduzir isso para o streetwear, que fica fresco e novo”, avalia. Outra novidade que Célio leva para a coleção é a sarja com uma tecnologia que repele líquidos. O tecido se transforma, por exemplo, em parcas com modelagem oversized.

Estúdio Bingo/divulgação
A LED propõe moda agênero (foto: Estúdio Bingo/divulgação)
 

 


PROGRAME-SE

03/10 – terça-feira
16h
Sindijoias
Lucas Magalhães

18h
Molett
Natalia Pessoa
20h
Plural
Unity Seven

04/10 – quarta-feira
16h
Bobstore
Led

18h
Ronaldo Silvestre
Chocker

20h
Anne est Folle
Manzan