Jesuíta Barbosa faz parte do elenco da novela 'O rebu'

Com um importante prêmio no cinema, ator recebeu elogios por sua participação na minissérie 'Amores roubados', na Globo

por Helvécio Carlos 03/02/2014 07:00

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Antônio Luiz Mendes/Reprodução
Jesuíta Barbosa estreou no cinema como curta-metragem 'O melhor amigo', de Allan Deberton (foto: Antônio Luiz Mendes/Reprodução )
O teatro é a grande paixão de Jesuíta Barbosa. Mas foi longe do tablado que o pernambucano, natural de Salgueiro, ganhou os holofotes. Da televisão, veio o reconhecimento com a minissérie 'Amores roubados', na qual interpretou Fortunato, melhor amigo de Leandro (Cauã Reymond). No cinema, ele traça uma trajetória marcada até agora por interpretações primorosas, como em 'Tatuagem', de Hilton Lacerda, que lhe rendeu o prêmio de melhor ator no Festival do Rio 2013.

Ainda no ano passado, com o curta-metragem 'O melhor amigo', de Allan Deberton, Jesuíta havia recebido outros seis prêmios de melhor ator. Já Praia do futuro, de Karim Ainouz, está selecionado para a mostra competitiva do 64º Festival de Berlim. Jesuíta também pode ser visto em Cine Holliúdy, dirigido por Halder Gomes; e 'Serra pelada', de Heitor Dhalia, exibido pela TV recentemente. Outros dois longas – 'Trash', de Stephen Daldry, e 'Jonas e a baleia', de Lo Polliti – estão prontos, mas ainda sem previsão de estreia.

Novos rumos


 “O cinema, de certa forma, me engoliu”, resume Jesuíta Barbosa, que fez o filme de Hilton Lacerda depois de ser selecionado em teste no curso de teatro. “Não consegui mais voltar para o teatro”, diz, garantindo não sofrer por estar longe dos palcos. “Eu convivo com as pessoas que fazem teatro”, tranquiliza, para em seguida acrescentar: “O ator tem que contribuir com o teatro de alguma forma seja assistindo aos espetáculos ou convivendo com quem está trabalhando”.

Jesuíta fala com experiência. Seus primeiros passos no palco foram com o coletivo de teatro 'As Travestidas', em Fortaleza. Foi lá que tudo começou. “Fiquei maravilhado com o trabalho de Silvério Pereira, quando vi a esquete Uma flor de dama, baseada em contos de Caio Fernando de Abreu, e disse: ‘Vou trabalhar com esse cara’.” O ator, que atuou em Cabaré da dama, outra montagem do coletivo, considera o universo dos travestis uma temática bonita de ser abordada, e justifica: “Por falar não apenas do homem ‘montado’ de mulher, mas também por toda essa problemática do gay, desse preconceito camuflado. É mentira quando as pessoas dizem que não existe preconceito. Ele não só existe como ainda é muito forte”.

A televisão é outra grande novidade para Jesuíta. Depois de 'Amores roubados', ele foi escalado para o remake de 'O rebu', original de Bráulio Pedroso, dos anos 1970. “É muita honra fazer um personagem que já foi de Lima Duarte”, comemora, lembrando que vai interpretar um ladrão que invade uma mansão onde se realiza uma festa e resolve ficar por lá para curtir o embalo. E, em comum com o cinema, a TV não estava nos planos imediatos do ator. “Tinha uma curiosidade em fazer TV, mas como consequência do trabalho no teatro”, diz, apontando uma grande diferença do cinema: “A televisão acontece mais rápido”.

No caso de 'Amores roubados',  era um projeto que se aproximava da forma de produção do cinema, “mas agora vem a experiência com a novela”. As gravações de 'O rebu' começam em março e só devem terminar em setembro. Antes disso estará concentrado no trabalho de divulgação de 'Praia do futuro', no qual faz o papel de Ayrton, irmão mais novo do salva-vidas Donato (Wagner Moura), que se muda para a Alemanha depois de um resgate fracassado. Anos depois Ayrton roda a Europa em busca do irmão. “Karim (Ainouz) tem uma delicadeza muito grande com as personagens”, elogia Jesuíta.

Assédio

Com a agenda cheia e o compromisso de gravar no Projac da Globo, Jesuíta Barbosa pensa em, pelo menos por enquanto, não trocar o Rio de Janeiro pela capital cearense. “Enquanto puder vou e volto para Fortaleza. Sou apegado às pessoas com quem convivo. Meus amigos, minha mãe e minha irmã. Gosto muito daquela cidade. Da ambiência, do sol, do mar. Não quero sair de lá.”

Com tanta coisa acontecendo a seu redor, Jesuíta tornou-se uma pessoa conhecida, mas assegura que a convivência com o público é tranquila. “Gosto do carinho das pessoas quando elogiam meu trabalho. Mas é claro que existe uma superexposição e as coisas mudam”, diz. “Só não quero mudar meu comportamento. Quero deixar as coisas acontecerem. E o ritmo está bom. Não sou reconhecido o tempo inteiro.” Prova de sucesso de Jesuíta está em seu perfil no Instagram: de uma hora para outra pulou de mil seguidores para mais de 15 mil. “De certa forma, tomei um susto. Ali visualizo o que acontece na mídia. É muita gente. Sei que agora tenho que tomar cautela com o que posto para não expor minha intimidade”, ressalta.

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