Entrevista com Ricardo pereira

Apaixonado pelo Brasil %u201CNada na minha vida é sem formação. Gosto de estudar, de me preparar para o trabalho.%u201D

por Estado de Minas 11/12/2011 07:00

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Estevam Avellar/TV Globo-26/8/11
Só não conheço os Lençóis Maranhenses e Fernando de Noronha. Amo tudo!%u201D (foto: Estevam Avellar/TV Globo-26/8/11)
Na infância, vivida em Lisboa, Portugal, Ricardo Pereira, de 32 anos, sentava-se em frente à TV e assistia à novela Roque Santeiro (1985), pensando como seria contracenar com aqueles atores brasileiros. Mas a imaginação de criança virou realidade. Depois de rodar o mundo como modelo e se formar em psicologia, Ricardo foi se dedicar ao teatro. Na TV portuguesa, emplacou 12 novelas, e, em 2004, chamou a atenção da Globo e ganhou o papel de galã em Como uma onda (2004). À reportagem, ele fala dessa trajetória e do filho (de seu relacionamento com a também portuguesa Francisca Pinto, de 27), que nasceu no último dia 23 e recebeu o nome de Vicente, em homenagem ao personagem que o ator interpreta na novela das 7, Aquele beijo.

 

Você acabou de se tornar pai e batizou seu filho de Vicente. Foi homenagem ao personagem?

Foi sim, mas também porque descobrimos que ela estava grávida na clínica São Vicente, no Rio. Então, foi uma série de coincidências, incluindo o Vicente, meu segundo protagonista com o Miguel Falabella (o outro foi em Negócio da China, de 2008).


Falando em protagonista, como é o assédio do público?

Aqui no Brasil, é o meu terceiro protagonista. Existe, sim, um peso extra, porque você carrega mais a novela, mas sempre fui bem-aceito pelo público. Talvez porque, em Como uma onda, era a primeira vez que a Globo tinha um protagonista não brasileiro. Isso chamou a atenção do público e me aproximou dele. Poderia ter sido o contrário, mas não, tanto que nunca mais saí daqui.

 

Mas você tinha uma carreira sólida em Portugal. O que fez você vir para cá de mala e cuia?

O fato de estar aqui não atrapalha minha carreira em Portugal ou no resto do mundo. A diferença é que moro no Rio e antes morava em Lisboa. Sou contratado da Globo a longo prazo, o que é bom para mim. Mas continuo em Portugal. No ano passado, participei de um longa e fiz a novela Laços de sangue (que venceu o último Emmy). Então, continuo lá.

 

Por acaso esse interesse pelo Brasil surgiu assistindo, em Portugal, a alguma novela daqui?

Desde sempre, em Portugal, víamos as novelas brasileiras. E a gente fala a mesma língua, né? Roque santeiro me deixou referência, me deu vontade de fazer novela. Mais tarde, comecei a trabalhar como modelo, viajei o mundo inteiro, fiz faculdade, e no final, gostei foi de fazer teatro. Ali começou minha carreira. Depois, quando já fazia novelas lá, surgiu um teste para Esperança (2002), mas daí veio um amigo meu. Mas o meu material ficou guardado na Globo. Então, depois, fui chamado em Como uma onda.

 

Que lugares foram esses que você conheceu como modelo?

Morei em Milão, Frankfurt, Nova York, Barcelona, Madri e Lisboa. Isso foi ótimo para minha vivência como ator.

 

O que levou você a sair da carreira de modelo para a psicologia, e daí para o teatro?

Adoro psicologia, sou viciado no comportamento humano. Ao mesmo tempo, veio o teatro, que passei a amar... Já fazia parte do grupo de teatro da escola. Quando rodei o mundo como modelo, recebi vários convites para televisão. Vi que precisava de uma formação para poder aceitar o convite de apresentador e ator. Aos 18 anos, fui encarar o teatro. Nada na minha vida é sem formação. Gosto de estudar, de me preparar para o trabalho.

 

O fato de ter saído de casa cedo facilitou na mudança para o Rio?

Sim. Saí de casa muito cedo (com 15 anos), porque escolhi ter a minha independência financeira. Mas tenho uma relação muito bacana com meus pais. Eles são meus ídolos, meus grandes amigos…. Eu me sinto orgulhoso de ter uma carreira que foi construída de forma honesta. O mundo da moda estava cheio de modelos tentando se dar bem, sabe? Isso só me fez mais forte. Hoje, estou aqui no Brasil, inserido no mercado, junto da minha namorada.

 

Francisca também é atriz? Como ela enxerga o assédio das fãs?

Ela não é atriz. Trabalha com leilões de arte, da empresa do pai dela, que é de Portugal. Ela veio para cá representá-lo. Mas o assédio ela encara bem. Estamos juntos faz tempo. Somos muito companheiros. E, para o ator, estabilidade pessoal é bem essencial. Às vezes, ela até assiste à novela comigo ou a grava para mim.

 

Você afirma que ama o Brasil. O que conhece além do Rio?

Só não conheço os Lençóis Maranhenses e Fernando de Noronha. Amo a Amazônia, Salvador, que é o coração da verdade do Brasil, a Paraíba... Amo tudo!


Como você encara quando escuta uma piada de português?

É engraçado que português não faz piada de brasileiro. Acho bacana que o brasileiro prefira contar a piada e perder o amigo a perder a piada. Mas encaro bem, sou brincalhão. Só sou sério no trabalho.


Você tem feito fono para perder o sotaque?

Sim, desde Insensato coração que gravo com sotaque daqui. É um trabalho difícil, porque tenho de ter essa abertura para me desprender da minha língua materna. Para isso, vejo muito filme dublado, leio os textos em voz alta... No dia a dia, falo com sotaque. Não o perdi, só o guardei.

 

Você e a Francisca vão manter esse hábito com o Vicente?

O bebê vai aprender isso da maneira mais natural possível. Tenho amigos portugueses cujos filhos são brasileiros e acabaram falando dos dois jeitos. Só quero que ele faça o dobro de viagens que eu fiz. Isso fortalece.

 

Você busca forças em algum santo português?

Sou católico, batizado, me casei na Igreja e gosto muito de Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora da Conceição. Mas entrei na religião da minha maneira, do meu jeito. Tenho a minha forma de falar com Deus, que é particular. Não sei se é boa ou má, se está certa ou errada, mas até hoje tenho conseguido me comunicar do meu jeito e tenho sido feliz. 

 

 



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