Ao contrário de Beiçola, Marcos Oliveira não sabe cozinhar

por Redação TV 29/11/2009 07:00

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Georgeana Godinho/TV Globo
Marcos Oliveira trocou São Paulo pelo Rio de Janeiro e acabou se dando muito bem (foto: Georgeana Godinho/TV Globo)
Os termômetros batiam os 30oC e já passava das 13h quando a feira livre da Praça Charles Miller, em São Paulo, ficou ainda mais barulhenta. De passagem pela capital paulista com a peça Decameron, o ator Marcos Oliveira causou burburinho ao procurar uma iguaria à altura dos pastéis servidos na lanchonete do Beiçola, seu personagem há nove anos em A grande família, da Globo.

Oliveira foi logo para a barraca de Maria Kuniko Yohaha, cujo pastel foi eleito o mais saboroso da cidade em outubro, em concurso promovido pela prefeitura. E aprovou: “O pastel daqui é nota 10”. Não que o simpático intérprete de Beiçola entenda muito de cozinha. Na única vez que Oliveira se aventurou a fazer pastel em casa, com massa semipronta, não conseguiu. Mas apreciar o quitute ele sabe bem. “A massa é bem sequinha, o recheio não está muito temperado e dá para perceber que não é frito em óleo velho.”

Honrada com a presença ilustre, a dona da barraca se gaba de já conhecer o Beiçola pessoalmente. “Em toda eleição, eu monto uma barraca no Mackenzie, e ele já havia comido lá”, lembra dona Maria. De fato, o hábito de consumir pastel na feira começou em São Paulo, onde o artista nasceu, em 1956, e continuou no Rio de Janeiro, cidade onde ele mora desde 1987. “Vou a uma feira em Botafogo, mas os pastéis de lá não são como os de São Paulo.”

TRAJETÓRIA

Nascido no Ipiranga, Marcos Oliveira diz sentir falta da gastronomia local, não queria mais morar na capital paulista. “Estava triste em São Paulo. Perdi muitos amigos para a aids. Estava difícil acreditar em mim como ator. Resolvi procurar uma nova realidade no Rio.” E encontrou: hoje, é chamado de Beiçola por onde passa. Inclusive na feira em frente ao Pacaembu. “O Beiçola tem ingenuidade e simplicidade”, diz Oliveira, sobre a abordagem carinhosa. “Para divulgar meus trabalhos sempre dou essa referência. Sou um ator que tem nome, sobrenome e apelido.”

Entre pastéis de carne e palmito na feira, ele ouvia provocações como “quando você vai pegar dona Nenê?” ou “hoje o Beiçola vai pagar pastel para todo mundo”. Genuinamente engraçado, Oliveira mostra ser bom de papo – e de garfo. Colecionador compulsivo de Tupperwares, aprendeu a rir das próprias manias. “Tenho quase 200 potes, guardo até debaixo da cama. É uma coisa doentia.” Ele só não gosta de badalação, apesar de ser solteiro, assim como Beiçola. “A coisa afetiva não deu muito certo para mim”, afirma.

Marcos Oliveira tem 50 anos de idade e 30 de carreira. Seu próximo plano, além do teatro e de A grande família – seriado que grava pelo menos três vezes por semana –, é cantar para a terceira idade, com mais cinco músicos. “Quero ser crooner. Não quero cantar para vender CD.”

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