Paulinha Abelha, vocalista do grupo Calcinha Preta, morre aos 43 anos

Cantora estava internada desde o dia 11 de fevereiro por problemas renais; morte encefálica é confirmada após exames

Reprodução/Instagram
Paulinha Abelha (foto: Reprodução/Instagram)

Após 17 dias internada, Paulinha Abelha, do grupo Calcinha Preta, morreu em Aracaju, aos 43 anos de idade. A cantora estava em coma três na escala Glasgow, internada na UTI com problemas renais. A assessoria de imprensa do Hospital Primavera confirmou a morte da cantora.

 

Segundo a equipe médica responsável, a artista teve um agravamento de lesões neurológicas nas últimas horas. A morte cerebral foi constatada na sequência.

 

"O Hospital Primavera comunica, com pesar, que a cantora, Paula de Menezes Nascimento Leca Viana, Paulinha Abelha, faleceu hoje às 19h26 em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico. Nas últimas 24 horas apresentou importante agravamento de lesões neurológicas, constatadas em ressonância magnética, e associada a coma profundo. Foi então iniciado protocolo diagnóstico de morte encefálica, que confirmou hipótese após exames clínicos e complementar específicos. Ela estava internada no Hospital Primavera desde o dia 17 de fevereiro, sob os cuidados das equipes médicas de terapia intensiva, neurologia e infectologia", diz a nota de falecimento.

Carreira musical e volta ao Calcinha Preta

Nascida em 16 de agosto de 1978, Paula de Menezes Nascimento é natural do interior de Sergipe. Ela iniciou a carreira musical aos 12 anos, cantando em bandas locais e trios elétricos em pequenas cidades sergipanas. Antes do Calcinha Preta, ela chegou a tentar a carreira com outros grupos, criados por ela. Por três anos, cantou na banda Flor de Mel, um investimento próprio que precisou interromper pela falta de recursos financeiros, tanto dela quanto de seus pais.

 

Apesar da tristeza, Paulinha não desistiu, e pouco tempo depois foi selecionada para integrar a banda Panela de Barro. Ela ficou no grupo por mais três anos, período em que ganhou experiência e habilidade com o público. O destaque a nível nacional, no entanto, veio a partir de 1998, quando ela entrou para o Calcinha Preta após ser descoberta pelo empresário Gilton Andrade. O grupo, que é um dos maiores nomes do forró eletrônico, foi formado em oito de dezembro de 1995 e, desde então, já passou por diversas formações, de acordo com informações do portal UOL.

 

 

Veja a cronologia da internação:

11 de fevereiro - a cantora Paulinha Abelha foi hospitalizada em Aracaju depois de chegar de uma turnê com a banda Calcinha Preta em São Paulo. A internação foi para tratar de problemas renais, mas a causa não foi divulgada;

 

14 de fevereiro - o quadro da cantora se agravou e ela foi transferida para a UTI. A partir daí, passou a fazer diálise;

 

17 de fevereiro - O boletim médico desse dia informou que Paulinha estava em coma e, por causa da instabilidade neurológica, não tinha condições clínicas suficientes para a transferência. No fim da noite a situação mudou e ela foi transferida para o Hospital Primavera, na Zona Sul de Aracaju, para fazer novos exames renais;

 

18 de fevereiro - o boletim médico informou que a artista permanecia em coma, clinicamente estável, com quadro de infecção controlado e respirando com o suporte de aparelho. A assessoria da cantora disse ainda que estava descartada a possibilidade de morte cerebral, e que naquela tarde ela passaria por mais uma sessão de hemodiálise. Segundo a assessoria, Paulinha estava sendo submetida a um novo tratamento, que só deveria apresentar resposta em 72 horas. Com relação à transferência para hospital de outro estado, a assessoria informou que não havia previsão de quando poderia acontecer;

 

19 de fevereiro - No fim da manhã do sábado, novo boletim informava que após a investigação com exames complementares, foi afastada a possibilidade da cantora estar com "doenças infecciosas de interesse epidemiológico para a comunidade". O documento não trouxe mais detalhes sobre quais doenças seriam essas. À noite, os médicos informaram que ela estava intubada e em coma persistente;

 

20 de fevereiro - Segundo o boletim médico do domingo, a cantora apresentou quadro neurológico grave e permanecia internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ela também continuava em coma e intubada;

 

21 de fevereiro - na segunda-feira, a artista seguia com quadro neurológico grave, sem sinais de instabilidade hemodinâmica, respirando com a ajuda de aparelhos e necessitando de diálise, segundo informações do instagram da cantora.