Daniel Radcliffe rebate comentários de J.K. Rowling, autora de Harry Potter

A romancista foi acusada de transfobia após tuitar um artigo sobre "pessoas que menstruam" e comentou, ironicamente, que deveriam ser designadas como mulheres

AFP 09/06/2020 14:14
AFP / Kena Betancur
Daniel Radcliffe (foto: AFP / Kena Betancur)

O ator britânico Daniel Radcliffe, que interpretou o jovem bruxo Harry Potter nas telonas, criticou nesta terça-feira (9) comentários feitos pela autora da saga, a escritora J.K. Rowling. Rowling, acusada de transfobia.

No fim de semana, a romancista tuitou um artigo sobre "pessoas que menstruam" e comentou, ironicamente, que deveriam ser designadas como mulheres.
O comentário revoltou alguns internautas, que apontaram, com indignação, que os homens trans podem ter seu período, e as mulheres trans, não.

"Mulheres trans são mulheres", rebateu Radcliffe, de 30 anos, em carta aberta publicada no site da associação LGTB The Trevor Project. 

"Qualquer declaração em contrário apaga a identidade e a dignidade das pessoas trans", acrescentou. 

Embora J.K. Rowling "seja indubitavelmente responsável pelo curso que minha vida tomou, me sinto compelido como ser humano a dizer algo", afirmou o ator, abordando "todos aqueles que acham que isso estragou seu gosto por livros".

"Eu lamento profundamente", disse ele, pedindo que se lembrem do "quanto de bom há nessas histórias", como "o poder do amor" e da "diversidade", ou o fato de que "ideias dogmáticas de pureza levam à opressão de grupos vulneráveis".

J.K. Rowling já havia sido acusada de transfobia no passado. Em dezembro, ela manifestou seu apoio a Maya Forstater, uma pesquisadora demitida por tuítes considerados transfóbicos sobre um projeto do governo para levar as pessoas a declararem seu próprio gênero.

A escritora, de 54 anos, afirmou no Twitter: "Eu amo e conheço pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo tira de muitos a capacidade de falar de maneira significativa sobre suas vidas".

"Se o sexo não é real, não há homossexualidade. Se o sexo não é real, a realidade que as mulheres vivem em todo mundo é apagada", acrescentou.

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