Filme cearense leva o prêmio principal da Mostra de Tiradentes

Canto dos ossos, de Petrus de Bairros e Jorge Polo, conta a história de duas 'amigas monstras'. Produção indígena mineira, Yamiyhex - As mulheres-espírito levou o Prêmio Carlos Reichenbach

Redação EM Cultura 02/02/2020 15:06
Leo Lara/divulgacao
Equipe de Canto dos ossos, vencedor da Mostra de Tiradentes (foto: Leo Lara/divulgacao)
Canto dos ossos, dirigido por Petrus de Bairros e Jorge Polo, levou o prêmio de melhor filme na 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes, encerrada na madrugada deste domingo (2) na cidade histórica mineira. A produção cearense, de acordo com os jurados, “revela epifanias que nos oferecem o intempestivo cristal de um segmento de tempo, de gesto, de susto privilegiado”. Ele foi apresentado na Mostra Aurora.

Na trama, duas “amigas monstras” decidem seguir rumos diferentes. Décadas depois da despedida, Naiana é professora em uma pequena cidade litorânea, onde um hotel em reforma emana estranha presença.

Leo Lara/divulgação
Equipe do filme mineiro Yamiyhex - As mulheres-espírito (foto: Leo Lara/divulgação)
O mineiro Yamiyhex - As mulheres-espírito, dirigido por Sueli Maxakali e Isael Maxakali, levou o Prêmio Carlos Reichenbach, concedido pelo júri jovem a produções exibidas na Mostra Olhos Livres. A premiação contemplou a crescente presença de indígenas no audiovisual brasileiro.

A atriz e diretora Helena Ignez entregou o prêmio batizado com seu nome, destinado a destaques femininos, à diretora de fotografia Lílis Soares, que assinou três produções participantes da mostra: os curtas Ilhas de calor e Minha história é outra e o longa Um dia com Jerusa. Lílis afirmou que é necessário ampliar espaço para as mulheres e os negros no cinema nacional.
O longa baiano Até o fim, de Glenda Nicácio e Ary Rosa, e o curta potiguar A parteira, de Catarina Doolan, levaram os prêmios concedidos pelo júri popular.

O carioca Egum, de Yuri Costa, conquistou o prêmio da Mostra Foco, concedido pelo júri. A produção aborda a questão do racismo estrutural do Brasil.
 
O universo LGBT foi contemplado no curta Perifericu, que ganhou o Prêmio Canal Brasil de Curtas. As diretoras Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira mostraram a vida de uma turma de amigas que lutam para ter sua orientação sexual respeitada no Capão Redondo, bairro da periferia paulistana.

VENCEDORES


Melhor longa/Júri Oficial: Canto dos ossos (CE), de Jorge Polo e Petrus de Bairros

Melhor longa/Júri Popular: Até o fim (BA), de Glenda Nicácio e Ary Rosa

Melhor longa/ Júri Jovem: Yamiyhex - As mulheres-espírito (MG), de Sueli Maxakali e Isael Maxakali

Melhor curta/Júri Popular: A parteira (RN), de Catarina Doolan

Melhor curta/Júri Oficial: Egum (RJ), de Yuri Costa

Prêmio Helena Ignez: Lílis Soares, diretora de fotografia.

Prêmio Canal Brasil: Perifericu (SP), de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira.

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