
William Little, que tinha 18 anos no momento da suposta agressão, em julho de 2016, contou à polícia que enviou mensagens pelo Snapchat, entre elas um vídeo, para sua namorada, quando estava no bar-restaurante Club Car de Nantucket, com o ator, segundo a denúncia.
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Segundo o texto, Spacey então convidou o jovem a ir para sua casa com outros amigos. Little recusou o convite, suspeitando que o ator estava tentando seduzi-lo, mas ficou no bar porque “queria uma foto com Spacey, algo para o Instagram”. O ator então começou a molestar sexualmente o jovem, colocando sua mão por cima da calça dele, segundo o texto.
MENSAGENS Little tentou afastar Spacey, ao mesmo tempo em que trocava mensagens com sua namorada sobre a agressão. Como ela não estava acreditando nele, Little enviou um vídeo do ator colocando a mão em sua calça. O jovem então deixou o bar, seguindo o conselho de uma mulher que viu que “ele estava aflito”. Ele voltou ao trabalho no dia seguinte e informou ao dono do bar sobre o incidente, disseram os documentos do tribunal.
A mulher aparentemente não pôde ser encontrada pela polícia, por não fazer parte das testemunhas mencionadas na denúncia.
Ao voltar para a casa de sua avó, onde estava morando naquele verão, o jovem relatou os fatos para sua irmã e, no dia seguinte, para sua mãe, a jornalista Heather Unruh, a primeira pessoa a falar publicamente desta agressão, em novembro de 2017.
Contactada, a advogada de Spacey não respondeu ao pedido de declarações.
A acusação de Nantucket é a única que chegou a ser formalizada como denúncia, mas há outras investigações em andamento contra Kevin Spacey, em Los Angeles e Londres, onde ele dirigiu o teatro Old Vic durante 11 anos.
O ator não aparece em público desde as primeiras acusações contra ele, em outubro de 2017, no início do movimento #MeToo. Ele foi afastado da última temporada de House of cards e eliminado do filme de Ridley Scott Todo o dinheiro do mundo, no qual foi substituído por Christopher Plummer.
Na segunda-feira passada (24), Spacey postou na internet um vídeo ambíguo, no qual parece responder às acusações de abuso sexual dirigidas a ele encarnando o personagem de Frank Underwood, o político que interpretava em House of cards. “Se não paguei pelas coisas que ambos sabemos que fiz, certamente não vou pagar pelas que não fiz”, diz no vídeo, dirigindo-se ao telespectador.
O vídeo gerou fortes críticas, por exemplo, das atrizes Alyssa Milano e Patricia Arquette. A atriz americana Ellen Barkin classificou-o como “muito perturbador”. “Talvez porque os crimes de Frank Underwood sejam imaginários, enquanto os de Kevin Spacey não”, tuitou ela. (AFP)