Estudo altera data da morte de Anne Frank em campo de concentração nazista

Adolescente judia escreveu diário que tornou-se ícone do holocausto durante Segunda Guerra Mundial

por Fernanda Machado AFP 31/03/2015 16:51

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Casa Anne Frank/Acervo/Reprodução
Morte de Anne Frank teria ocorrido em fevereiro de 1945 e não em março, como se acreditava (foto: Casa Anne Frank/Acervo/Reprodução)
A adolescente judia Anne Frank, que teve seu diário lido por milhões de pessoas, faleceu pelo menos um mês antes da data oficial de sua morte, segundo as conclusões de um novo estudo publicado nesta terça-feira, 31. "A investigação joga nova luz sobre os últimos dias de Anne Frank e de sua irmã Margot", afirma um comunicado da Casa Anne Frank, divulgado na data de aniversário da morte da famosa adolescente.

"Suas mortes aconteceram em fevereiro de 1945, e não em março", segundo a instituição. Anne e Margot Frank morreram no campo de Bergen-Belsen entre 1 e 31 de março, informou a Cruz Vermelha na ocasião. As autoridades holandesas adotaram a data de 31 de março.

A família Frank se escondeu em 1942 em um anexo secreto de um edifício da empresa de seu pai, Otto, com o objetivo de escapar dos alemães. A adolescente escreveu no local seu diário, que se tornou um dos relatos mais emblemáticos da ocupação nazista, até que a família foi detida e deportada.

Casa Anne Frank/Acervo/Reprodução
Entre junho de 1942 e agosto de 1944, Anne registrou em diário o cotidiano com sua família judia; textos formaram crônica da vida em um esconderijo improvisado, onde os Frank viviam enquanto eram perseguidos pelo regime nazista (foto: Casa Anne Frank/Acervo/Reprodução)
Anne e Margot morreram vítimas de tifo em Bergen-Belsen, com 15 e 19 anos respectivamente. Sua mãe, Edith, faleceu em Auschwitz e o pai, Otto Frank, o único dos oito habitantes do anexo secreto que conseguiu sobreviver ao Holocausto, morreu em 1980 com 91 anos.

O novo estudo examina o trajeto de viagem das duas irmãs, primeiro para Auschwitz-Birkenau e depois para Bergen-Belsen, enquanto os russos avançavam pela frente leste.  Os pesquisadores se basearam principalmente em documentos da Cruz Vermelha e do Memorial de Bergen-Belsen, mas também em "diversos relatos de testemunhas e sobreviventes como foi possível".

De acordo com quatro sobreviventes, Anne e Margot já sofriam de tifo no fim de janeiro. "A maioria das mortes por tifo acontece 12 dias depois do surgimento dos primeiros sintomas", destacam os investigadores, que citam o Instituto Holandês de Saúde Pública. 

 

"É improvável que ambas sobrevivessem até o fim do mês de março", afirma a Casa Anne Frank. Apesar de não ter como precisar a data exata da morte, Rachel van Amerongen, sobrevivente dos campos de concentração nazistas, afirmou: "Um dia, elas simplesmente não estavam mais ali".

Casa Anne Frank/Acervo/Reprodução
Enviadas ao campo de concentração Bergen-Belsen em outubro de 1944, Anne Frank (à direita) e a irmã Margot contraíram tifo e morreram no início do ano seguinte (foto: Casa Anne Frank/Acervo/Reprodução)
 

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