Musical 'O Rei Leão' se despede do Brasil com sucesso de público e 20 meses em cartaz

Adaptação da Broadway para os palcos tupiniquins contou com alteração no espetáculo, que ganhou cena batizada de ''samba''

por Fernanda Machado Agência Estado 10/12/2014 15:46

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João Caldas / T4F Divulgação
Elenco da versão brasileira conta com artistas de vários estados, além de atores africanos (foto: João Caldas / T4F Divulgação)
'O Rei Leão' encerra sua temporada brasileira no domingo com um importante legado: em número absoluto, é o musical que atraiu mais público desde a estreia de 'Les misérables', em 2001, quando começou a nova fase de produções da Broadway no Brasil, realizada pela então Companhia Interamericana de Entretenimento (CIE). Outra importante herança foi ter incorporado uma modificação na estrutura do espetáculo que agradou à sua principal diretora, Julie Taymor, que recomendou, inclusive, que a novidade constasse nas futuras montagem de 'O Rei Leão' pelo mundo.

Em quase 20 meses em cartaz (estreou no dia 29 de março do ano passado), o musical atraiu cerca de 800 mil pessoas. Só não bateu o público de 'O Fantasma da Ópera', que ficou em cartaz entre abril de 2005 e abril de 2007 e foi visto por 880 mil espectadores. "'O Rei Leão' poderia ficar em cartaz mais seis meses que teria uma lotação garantida", comenta Stephanie Mayorkis, diretora de teatro da Time For Fun, responsável pela produção dos musicais. "Mas há um rodízio entre grandes cidades do mundo e o espetáculo segue agora para o México."

Lá, certamente estreará com uma mudança criada durante a temporada brasileira. "Acontece durante uma cena identificada como 'samba'", conta a diretora musical residente, Vânia Pajares que também regeu a orquestra durante a temporada. "Como a canção programada não era um samba, decidi incorporar o ritmo adequado, sem quebrar a estrutura. Quando a Julie (Taymor) assistiu, fiquei receosa com a sua reação, pois ela não costuma permitir alterações. Mas ela não só adorou como determinou que aquela alteração passasse a ser oficial."

A experiência brasileira com "O Rei Leão' será inesquecível para todo o elenco. "Fiz as audições, mas não consegui entrar no início para a família", conta Beto Sargentelli, que brilhou então em outro musical, 'Jesus Cristo Superstar'. "Mas, depois, quando foi necessário trocar o cover do papel de Simba, consegui minha vaga e ganhei um longo aprendizado."

Para Mariana Hidemi, que desde 'Cats' vem emendando um musical em outro, a vivência é única. "Como há pessoas de outros Estados brasileiros e também da África, cada um ofereceu uma novidade técnica para o outro", diz. A saudade deverá bater mais forte em Tiago Barbosa. Garoto do subúrbio carioca, só fez o teste motivado por amigos, que pagaram sua passagem de ônibus. E, no dia da audição, arrancou lágrimas de Julie Taymor, que decretou ali o seu reinado como Simba.

"Foram dois anos que mudaram minha vida", conta. "Aprendi a viver longe da família original e a conviver com a família do teatro. Isso orientou minha carreira." No domingo, depois de se despedir do Leão ("Nem sei como será isso"), ele inicia uma nova etapa, preparando-se para 'Mudança de hábito', que estreia em março. "Tudo será novo, mas nada como Simba."

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