Mudança de valores éticos, morais, intelectuais e afetivos que podem culminar na violência extrema são situações que incomodam qualquer pessoa. “E ainda são as artes que nos permitem, de alguma maneira, tocar as pessoas”, afirma Suely.
A montagem nasceu de uma pesquisa que o bailarino Alex Dias fez sobre movimentos. “A pesquisa dele é sobre a capacidade do corpo estar orbitalmente no espaço e de lidar com a instabilidade o tempo todo. Quando ele foi me mostrando o material, comecei a ver que a gente poderia falar sobre instabilidade no sentido mais amplo da palavra. O que nos sustenta? Que habilidade é essa que deixa a gente lidar com um nível de instabilidade no grau que estamos vivendo?”, questiona Suely.
Daí veio o título, 'InstaHabilidade'. Para o diretora e coreógrafa, só é estável o que não tem movimento. “A respiração em si já é instável, tudo tem variação. O problema atual é o nível de instabilidade que estamos vivendo.”
Repertório
Com tantos espetáculos montados, o Primeiro Ato não deixa o passado de lado. Dos 18 trabalhos, oito estão em repertório, desde os mais recentes, como Só um pouco a.normal (2013) e Pó de nuvens (2012), até os de outras épocas, como Sem lugar (2002) e até mesmo Quebra-cabeça (1989).
Boa parte desta história está contada no livro Primeiro Ato – 30 anos, que será lançado em 10 de junho, no Sesc Palladium. Depois dos autógrafos, o espetáculo Sem lugar, inspirado na obra de Carlos Drummond de Andrade, será apresentado no Grande Teatro.
'INSTHABILIDADE'
Espetáculo do Grupo de Dança Primeiro Ato. Sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 20h, no Teatro Bradesco, Rua da Bahia, 2.244, Lourdes, (31) 3296-4848. Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia).