A Fundação Nacional de Artes (Funarte) será comandada pelo ator e diretor Guti Fraga, de 61 anos, militante da cultura nas favelas. Ele criou o grupo Nós do Morro, na Favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, que lançou jovens artistas como Jonathan Haagensen (do filme Cidade de Deus) e Mary Sheyla (das minisséries globais As brasileiras, Força tarefa e A casa das sete famílias).
O Nós do Morro ganhou meia centena de prêmios no país e foi agraciado com menção honrosa da Unesco. Espetáculos com atores da favela foram apresentados em Portugal e na Inglaterra. Cerca de 12 mil pessoas passaram pelas oficinas dessa organização não governamental.
Guti Fraga dirigiu cerca de 30 peças de teatro e também fez carreira como ator de cinema, além de atuar em 20 longas-metragens. De acordo com amigos e companheiros de trabalho, o produtor cultural, além de respeitado como arte-educador e artista, é um sonhador que luta para pôr suas utopias em prática. O Voz do Morro é exemplo disso.
Certa vez, Guti afirmou que seus sonhos vão muito além da favela. Ele confessou que deseja criar grupos de teatro na roça, “para quem vive no meio do mato”. Na presidência da Funarte, o ator terá a chance de tentar pôr em prática suas utopias.