'Pacarrete' vence festival Sesc Melhores Filmes

Marcélia Cartaxo, protagonista do longa, também levou o troféu de melhor atriz, em premiação virtual na noite de quarta (14/4)

Estadão Conteúdo 15/04/2021 13:34

Vitrine Filmes/divulgação
Marcélia Cartaxo interpreta a protagonista de 'Pacarrette' e foi premiada pelo público e pela crítica (foto: Vitrine Filmes/divulgação)

Silvero Pereira é o cara. Eleito o melhor ator brasileiro do ano passado, pelo voto popular, no 46º Festival Cinesesc de Melhores Filmes, ele foi o apresentador da nova edição do evento. O 47º Festival iniciou-se na quarta-feira, dia 14, à noite.

Silvero havia vencido pelo papel de Lunga, em "Bacurau", o grande filme de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dorneles. Ganhou mais projeção com o retorno da novela "A Força do Querer", na faixa das 9 da Globo, fazendo o motorista que se metamorfoseava em mulher trans.

 


Foi ele quem fez a apresentação na quarta. Anunciou os vencedores deste ano. "Pacarrete", de Allan Deberton, venceu como melhor filme brasileiro para o público e a crítica. Marcélia Cartaxo foi a melhor atriz, de novo para público e crítica, pelo mesmo filme.

Na categoria melhor diretor nacional, Jeferson De foi o mais votado pelo público por "M-8 - Quando a Morte Socorre a Vida", e Gerardo Sarno venceu pela crítica, pela direção de Sertânia. Também houve divisão na categoria de ator - Juan Paiva levou o troféu do público por "M-8" e Irandhir Santos o da crítica, por "Fim de Festa", de Hilton Lacerda.

No cinema internacional, de novo público e crítica votaram no mesmo filme - "Retrato de Uma Jovem em Chamas", de Céline Sciamma. Ela venceu como melhor diretora, público e crítica. William Dafoe foi o vitorioso como melhor ator, também para público e crítica, por "O Farol", de Robert Eggers. Houve divisão na categoria de melhor atriz - o público preferiu a Scarlett Johansson de "Jojo Rabbit", de Taika Waititi, os críticos, Adele Haenel, a pintora do filme de Céline.

O mais longevo festival de cinema de São Paulo seguiu o protocolo do ano passado, quando foi realizado online, por causa da pandemia. Segue até 5 de maio na plataforma Sesc Digital, mostrando - de graça - uma seleção de filmes brasileiros e estrangeiros que foram destaques em 2020.

E mais: a extensa programação contempla encontros com críticos e cineastas. Um tira-gosto com o que o público poderá (re)ver nesta edição - o documentário da "Macedônia Honeyland", de Tamara Kotevska, o superpremiado "Retrato da Francesa Sciamma", o belíssimo "Você não Estava Aqui", do britânico Ken Loach, e mais um daqueles dramas naturalistas dos irmãos belgas Jean-Luc e Pierre Dardenne, "O Jovem Ahmed".

 

 

Brasileiros

"Três Verões", de Sandra Kogut, "Pacarrete", "Sertânia" e o documentário de Bárbara Paz, "Babenco - Alguém Tem de Escutar o Coração e Dizer: Parou", que foi escolhido o melhor da categoria por público e crítica. Preste atenção - os filmes possuem diferentes validades na plataforma - alguns ficarão disponíveis por 24 horas, outros, uma semana, e há os que ficarão durante toda a duração do festival. O Cinesesc aposta na acessibilidade - os filmes terão legendas open/close caption, libra e audiodiscrição na app Movie Reading.

E as atrações não ficam por aqui. O festival resgata, em sessões especiais, alguns vencedores de edições anteriores - "Segredos e Mentiras", de Mike Leigh, de 1996, "A Vida dos Outros", de Florian Henckel von Donnersmarck, 2006, e o melhor de todos - de toda a programação deste ano? -, "Meu Tio da América", de Alain Resnais.

O festival homenageia Marcélia Cartaxo por meio de dois filmes - "A História da Eternidade", de Camilo Cavalcanti, e "A Hora da Estrela", de Suzana Amaral, pelo qual ela recebeu o prêmio de melhor atriz em Berlim, em 1985.

Essa homenagem termina sendo também para a diretora: Suzana morreu em 25 de junho de 2020. A faixa especial Brasil Indígena do 47º Festival CineSesc de Melhores Filmes mostra dois filmes viscerais sobre os massacres dos povos indígenas - "Serras da Desordem", de Andrea Tonacci, e "Martírio", de Vincent Carelli, Tatiana Almeida e Ernesto de Carvalho.

Ainda não é tudo. Encontros on-line vão debater o cinema negro em várias telas, histórias indígenas e o Brasil em ruínas e cinema nordestino contemporâneo - uma só identidade.

O festival está disponível nos seguintes endereços:

- Lives no canal do Cinesesc no YouTube
https://www.youtube.com/c/CineSescSP

- No próprio site do Cinesesc
https://sesc.digital/colecao/cinema-em-casa-com-sesc

- Mais informações no portal
https://melhoresfilmes.sescsp.org.br/

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