Bacurau em Tela Quente: ''Muito feliz com a ocupação de espaço'', diz um dos diretores

Cineasta Kleber Mendonça Filho dirigiu com Juliano Dornelles o filme brasileiro que será exibido em horário da Rede Globo tradicionalmente destinado às grandes produções de Hollywood

Carlos Marcelo 26/11/2020 19:04
Victor Jucá/Divulgação
Bacurau mostra comunidade que se organiza para reagir após ser atacada (foto: Victor Jucá/Divulgação)
O filme brasileiro Bacurau será exibido na segunda-feira (30/11) na sessão Tela Quente, da Rede Globo, que programa semanalmente produções de Hollywood feitas com orçamentos milionários. Premiada no Festival de Cannes, a produção dirigida por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles foi vista por mais de 700 mil espectadores nos cinemas nacionais. “A sensação é que fizemos algo capaz de conectar por muita gente”, acredita Kleber, 52 anos, um dos diretores e roteiristas.

Estrelado por Sonia Braga e pelo alemão Udo Kier, Bacurau mostra uma comunidade que vive em um povoado no interior nordestino e se organiza para reagir depois de ser atacada por desconhecidos. As sequências de ação, concentradas na segunda parte do filme, foram destacadas nas chamadas para a exibição na tevê aberta.

O diretor lembra que Bacurauvencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes de 2019, foi exibido em salas multiplex e cineclubes de diferentes países – estreou no Japão na última sexta-feira - antes de chegar à televisão. “Agora vai ser visto por pessoas que normalmente não assistiram porque o filme vai chegar direto na casa delas; vamos ver como vai ser a reação nos momentos em que Bacurau dá saltos e vai virando outra coisa.”

Ainda no elenco de Bacurau, estão os atores mineiros Bárbara Colen, Wilson Rabelo e Carlos Francisco, o pernambucano Thomás Aquino e os paraibanos Ingrid Trigueiro e Thardelly Lima. Exibidas com legendas nos cinemas, as falas em inglês de Udo Kier e de atores norte-americanos serão dubladas na tevê.
Victor Jucá/Divulgação
Bacurau venceu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes de 2019 (foto: Victor Jucá/Divulgação)

“É muito bom que os filmes possam fazer parte da cultura de muitas maneiras, inclusive com a massificação. Fico muito feliz porque é a ocupação de espaço por onde passam muitas produções industriais, de Hollywood, por um filme pernambucano, brasileiro”, ressalta o diretor. Kleber Mendonça Filho acaba de lançar um livro, pela editora Companhia das Letras, que reúne os roteiros dos três longas-metragens que dirigiu: O Som ao Redor (2012), Aquarius (2016) e Bacurau (2019).

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