Filme de terror com Renato Goés vence o Brooklyn Film Festival

O longa-metragem é inspirado na história real de Ibraihim e Henrique de Oliveira, os Irmãos Necrófilos, que foram acusados de brutais assassinatos de oito mulheres na década de 1990, em Nova Friburgo

Diário de Pernambuco Emannuel Bento 08/06/2020 13:34
Pandora Filmes/Divulgação
(foto: Pandora Filmes/Divulgação )
O filme nacional Macabro, dirigido pelo carioca Marcos Prado, venceu o prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular da Brooklyn Film Festival, realizado em edição virtual neste ano. Outros 12 filmes foram exibidos na Feature Narratives, mostra em que o filme se destacou. O longa-metragem é inspirado na história real de Ibraihim e Henrique de Oliveira, os Irmãos Necrófilos, que foram acusados de brutais assassinatos de oito mulheres na década de 1990, em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro. O ponto de vista é do sargento Teo, interpretado pelo ator pernambucano Renato Goés, um jovem policial que passa por uma crise profissional e ética.

Amanda Grimaldi, Guilherme Ferraz, Diego Francisco, Eduardo Tomaz, Juliana Schalch, Flávio Bauraqui, Paulo Reis, João Pydd, Claudia Assunção, Osvaldo Mil e Thelmo Fernandes completam o elenco do filme, que teve estreia nacional durante a 42ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, sendo também exibido no Festival Internacional de Cinema do Rio. A estreia internacional foi na competição oficial do Austin Film Festival, no Texas, quando foi premiado como Melhor Filme na categoria Dark Matters.
Nos anos 1990, o caso dos Irmãos Necrófilos foi amplamente noticiado pela mídia, sendo envolto em lendas e histórias sobrenaturais, contadas pelos próprios moradores - uma comunidade de imigrantes suíços, extremamente religiosa e conservadora. A ideia para Macabro surgiu em 2009, quando Marcos Prado teve acesso a detalhes do caso. O diretor foi procurado pelo advogado de Henrique, um dos irmãos que se encontrava preso, alegando que ele havia sido condenado injustamente.

O roteiro foi escrito por Lucas Paraizo e Rita Gloria Curvo, sendo fruto de uma extensa pesquisa por parte dos roteiristas e do próprio diretor em fóruns, processos, autos de julgamentos, entrevistas com moradores da região e com o próprio acusado, Henrique de Oliveira. Marcos Prado já dirigiu filmes como Estamira (2006), Paraísos Artificiais (2012) e Curumim (2016), também trabalhou como produtor dos sucessos Tropa de Elite (2007) e Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro (2010), ambos de José Padilha.

O filme foi rodado numa região próxima onde os crimes foram realizados e que até hoje está na memória e no imaginário de quem vive naquela localidade. "A obra ainda aborda o racismo cotidiano de dois garotos, que viveram em um ambiente de constante violência doméstica, cresceram violentados e que tiveram que aprender a viver na floresta para fugir da bruta realidade a qual eram expostos dentro da própria família e da comunidade onde nasceram", diz o texto informativo do filme, que nasceu de uma parceria entre a Zazen Produções, Querosene Filmes e Globo Filmes. A distribuição é da Pandora Filmes. A data de lançamento no circuito comercial não foi informada.

MAIS SOBRE CINEMA