'Animais fantásticos e onde habitam' revela que J. K. Rowling ainda reserva grandes histórias para o público

Filme, que estreia nesta quinta, 17, tem história ambientada nos anos 20 e apresenta, com efeitos deslumbrantes, embate entre os seres dotados de poderes mágicos e os demais

por Pedro Galvão 17/11/2016 08:51

WARNER/DIVULGAÇÃO
Filme é o primeiro de cinco longas sobre as aventuras do personagem Newt Scamander, interpretado pelo ator Eddie Redmayne. (foto: WARNER/DIVULGAÇÃO)

Para alegria da legião mundial de fãs, a magia de Harry Potter está de volta às telonas. A saga cinematográfica do bruxo mais famoso do mundo terminou há cinco anos, com a segunda parte do filme Harry Potter e as relíquias da morte, o oitavo e último da série. Contudo, o universo mágico de fantasias criado pela escritora J. K Rowling ainda reserva grandes histórias para o público – uma delas começa a ser contada nesta semana nos cinemas de todo o planeta com o aguardado Animais fantásticos e onde habitam.

Nessa nova trama não há nada de Harry, Rony ou Hermione. Hogwarts, embora citada, não faz parte de nenhum cenário. Os acontecimentos se passam 70 anos antes de a turma pisar na escola de bruxaria. O lançamento, anunciado em 2013, é o primeiro de cinco longas sobre as aventuras do personagem Newt Scamander, um tipo de bruxo ecologista que estudava as criaturas mágicas e escreveu o livro didático que dá nome ao filme.

O roteiro escrito pela própria Rowling, estreante na função, conta sobre a chegada de Scamander a Nova York, em 1926. Em sua bagagem, aparentemente normal, o inglês leva literalmente toda a diversidade de animais mágicos conhecidos.

Cercada de muitos mistérios e sem uma justificativa clara, a ida do 'magizoologista' ao continente americano coincide com uma série de acontecimentos suspeitos na maior cidade dos Estados Unidos. Uma onda misteriosa de destruição colocava em conflito a comunidade secreta de bruxos e a sociedade ''trouxa'', ou ''no-maj'': nome dado por lá às pessoas sem poderes mágicos.


Scamander é interpretado por Eddie Redmanye, cujo talento lhe rendeu um Oscar de melhor ator pelo papel do físico Stephen Hawking em A teoria de tudo (2015), além de muitos elogios e indicações pela interpretação da pintora transexual Lili Elbe em A garota dinamarquesa (2016).

Desta vez, Redmanye dá vida a um bruxo tímido, introspectivo, mas tão genial quanto desastrado. Uma combinação de características explosivas quando se carrega uma maleta mágica lotada de feras sobrenaturais pelas ruas da principal metrópole do mundo.

BESTAS


Logo que ele desembarca, algumas das bestas – que incluem ornitorrincos cleptomaníacos, super-rinocerontes mágicos e serpentes aladas – escapam, colocando Scamander no meio da tensão enfrentada pelo Conselho Mágico dos Estados Unidos da América, que luta pela manutenção do segredo dos bruxos no país.

Nesse processo, o protagonista se envolve com a bruxa Tina Goldstein (Katherine Waterston), uma integrante afastada do Conselho, e o ''trouxa'' Jacob Kowalski (Dan Fogler), que não queria nada além de um empréstimo para montar uma padaria, quando acaba exposto ao mundo dos bruxos.

Figuras como a sedutora bruxa capaz de ler mentes Queenie Goldstein (Alison Sudol), irmã de Tina, e o antipático Percival Graves (Colin Farrell), membro da elite do Conselho de Magia dos EUA, se juntam à trama, assim como uma estranha família que lidera uma campanha de perseguição aos bruxos.

Na pele da metódica e espirituosa Tina está Katherine Waterston, naquele que é provavelmente seu mais importante papel em Hollywood até hoje. A norte-americana de 36 anos participou dos filmes Steve Jobs e Vício inerente, mas sem grandes repercussões.

Dan Fogler, com seu humor rechonchudo, é uma das peças mais importantes em Animais fantásticos. Na dose certa, ele garante o tom cômico que equilibra a estética predominantemente sombria e fúnebre, tornando o filme adequado para quase todas as idades, tal qual se observa nos filmes de Harry Potter.

A direção fica por conta de David Yates, o mesmo dos últimos quatro filmes do bruxo pop star. O resultado é algo fiel a tudo que foi apresentado nos cinemas sobre esse universo. Mistérios, vilões inesperados, muitos efeitos especiais, cenas deslumbrantes de magia em cenários grandiosos e um repertório cada vez mais surpreendente de personagens, feitiços e, é claro, animais fantásticos.

Plenamente compreensível e atraente para quem nunca sequer abriu um livro ou assistiu a um filme da ''franquia Potter'', a nova história promete deixar o público ainda mais cheio de expectativas sobre o que vem pela frente. Apesar da trama bem contada nesse primeiro longa, muitas questões sobre o passado e o futuro dos personagens apresentados ainda ficam em aberto. A possibilidade de uma ligação entre as sagas também fica no ar.

Ao contrário do que ocorria nos filmes de Harry, cujas tramas já eram previamente conhecidas pelos fãs por causa dos livros anteriormente lançados, os desdobramentos de Animais fantásticos e onde habitam, por enquanto, se encontram apenas na imaginação da autora escocesa.

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